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Educação

- Publicada em 17 de Maio de 2016 às 21:58

Negociação não avança, e greve continua

Docentes prometem o fortalecimento da paralisação nos próximos dias, mesmo com corte do ponto

Docentes prometem o fortalecimento da paralisação nos próximos dias, mesmo com corte do ponto


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A reunião realizada ontem e que durou mais de duas horas entre a diretoria do Cpers/Sindicato e o governo do Estado pouco avançou no que tange às reivindicações dos professores e funcionários de escolas estaduais, em greve desde segunda-feira. A questão salarial, um dos principais motivos da paralisação, sequer foi tratada pelo secretário estadual de Educação em exercício, Luis Antônio Alcoba de Freitas, e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, destacou como positivo a garantia dada pelos secretários de que os alunos que estão ocupando as escolas do Estado não sofrerão qualquer tipo de repressão. Após o encontro, a decisão foi manter a greve, e os professores prometem o fortalecimento da paralisação. Segundo dados do Cpers, 50% das 2,5 mil escolas estaduais estão participando da mobilização.
A reunião realizada ontem e que durou mais de duas horas entre a diretoria do Cpers/Sindicato e o governo do Estado pouco avançou no que tange às reivindicações dos professores e funcionários de escolas estaduais, em greve desde segunda-feira. A questão salarial, um dos principais motivos da paralisação, sequer foi tratada pelo secretário estadual de Educação em exercício, Luis Antônio Alcoba de Freitas, e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, destacou como positivo a garantia dada pelos secretários de que os alunos que estão ocupando as escolas do Estado não sofrerão qualquer tipo de repressão. Após o encontro, a decisão foi manter a greve, e os professores prometem o fortalecimento da paralisação. Segundo dados do Cpers, 50% das 2,5 mil escolas estaduais estão participando da mobilização.
"Estamos chegando a 40 escolas ocupadas no Estado e isso nos enche de orgulho. A repressão aos alunos é uma preocupação e precisávamos garantir a segurança deles, pois, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, vimos ser usada a força. Para o restante da pauta, não tivemos nada de concreto. A questão salarial sequer foi tratada. Ficamos uma hora e meia ouvindo sobre as reformas que foram feitas nas escolas. Queremos falar das que estão com problemas. Foi uma perda de tempo", avaliou Helenir.
De acordo com ela, o governo prometeu deixar parado por 90 dias o Projeto de Lei nº 044/16, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais. Para a categoria, o projeto significa a privatização das escolas públicas. Por isso, pede para que ele seja retirado da Assembleia. "Vamos marcar uma outra audiência e queremos que o secretário da Fazenda esteja presente. Se vamos falar de finanças, o responsável pela chave do cofre tem que estar presente. Eles têm, há um ano e meio, a nossa pauta, e, por isso, queremos que venham com respostas", ressaltou a presidente do Cpers.
Para o secretário-chefe da Casa Civil, a reunião serviu para distensionar a relação com a categoria e prestar os esclarecimentos possíveis, sem fugir da realidade financeira do Estado. Sobre o repasse da verba de autonomia das escolas, Biolchi informou que uma parte do valor atrasado (cerca de R$ 14 milhões) já foi paga na semana passada, e o restante será pago nos próximos dias. Já a questão da merenda, segundo o secretário Freitas, não envolve verba do Estado, mas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. De acordo com ele, houve problemas com algumas eleições para as direções de escolas, e o dinheiro é depositado em uma conta aberta pela diretora eleita. Agora, a verba estaria sendo paga em dia.
"Abordamos a questão das ocupações e nos comprometemos que o tratamento será da área da educação, pois entendemos que algumas reivindicações são justas. Queremos dialogar com os estudantes. Jamais iremos tratar isso como um caso de polícia", ressaltou o secretário da Educação em exercício. O corte de ponto dos grevistas está mantido. "No curso das negociações, pode ser discutido o abono, mas, no momento, é falta ao trabalho", completou Freitas.

Professores e estudantes se mobilizaram em frente à Seduc

Do lado de fora do prédio da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), estudantes e professores estavam mobilizados aguardando o término da reunião. Eles carregavam bandeiras do sindicato e cartazes denunciando as condições das escolas. Em alguns momentos, os participantes tentaram entrar no prédio, mas foram proibidos pelos seguranças. Tiago Stigger Marins é professor de história na Escola Estadual Santa Rita de Cássia, no Morro Santa Tereza, que aderiu à greve já no primeiro dia. Segundo o educador, a situação da escola é muito difícil, tanto na questão da estrutura quanto na da segurança. "A guerra do tráfico está matando os alunos, e o Estado não aparece por lá. A verba para a manutenção de janeiro foi paga só agora. Por que não pedem o impeachment do Sartori?", questionou.
Professores do Colégio Estadual Antão de Farias, no bairro Bom Jesus, também criticaram o sucateamento da escola e a insegurança. "O bairro é violento, e a segurança no colégio não existe. A infraestrutura está muito sucateada. A verba para os consertos básicos está sendo repassada, mas não posso tirar cópia do material para os alunos, porque não temos dinheiro para isso", contou Guilherme Senger, professor de história. Ele ressaltou que a maior motivação para esta greve é o apoio dos alunos.
Um grupo de estudantes de Gravataí se deslocou até a Capital ontem em apoio aos professores. Luiz Henrique Rodrigues Aquino, estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Heitor Villa Lobos, conta que os alunos estão se articulando para ocupar a escola nos próximos dias. "Queremos fazer da maneira mais organizada possível. Acreditamos que a forma que o estudante tem de se mobilizar em apoio aos professores é ocupando as escolas. A estrutura da nossa está terrível, com infiltrações e problemas na rede de eletricidade. Além disso, nas quartas-feiras, não tem nada de merenda por falta de dinheiro", relatou Aquino.