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Saúde

- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 00:52

Mudança climática gera corrida a emergências de Porto Alegre

Hospital da Restinga restringiu atendimento devido à superlotação

Hospital da Restinga restringiu atendimento devido à superlotação


JONATHAN HECKLER/JC
O frio nem bem chegou, mas as doenças causadas por mudanças climáticas, sim. Nesta semana, todas as emergências de Porto Alegre registraram superlotação. Ontem, o Hospital de Clínicas atendia 149 pacientes em 41 leitos. O Hospital São Lucas tinha 34 pessoas para 13 vagas. O Hospital Conceição, por sua vez, tinha 130 usuários do Sistema Único de Saúde em suas dependências, apesar de a capacidade ser para 64. O Hospital Santa Clara, do Complexo Santa Casa, tinha todos os seus 26 leitos ocupados e restringia seu atendimento. Foi a decisão tomada, também, pelo Hospital da Restinga (HRes), que tinha todas as suas 25 vagas de observação preenchidas.
O frio nem bem chegou, mas as doenças causadas por mudanças climáticas, sim. Nesta semana, todas as emergências de Porto Alegre registraram superlotação. Ontem, o Hospital de Clínicas atendia 149 pacientes em 41 leitos. O Hospital São Lucas tinha 34 pessoas para 13 vagas. O Hospital Conceição, por sua vez, tinha 130 usuários do Sistema Único de Saúde em suas dependências, apesar de a capacidade ser para 64. O Hospital Santa Clara, do Complexo Santa Casa, tinha todos os seus 26 leitos ocupados e restringia seu atendimento. Foi a decisão tomada, também, pelo Hospital da Restinga (HRes), que tinha todas as suas 25 vagas de observação preenchidas.
Luiz Mattia, médico do HRes, garante que a emergência do estabelecimento nunca é fechada - o que ocorre são restrições. "Infelizmente, essas restrições têm ocorrido quase todos os dias. Porém, todas as pessoas que chegam são acolhidas e filtradas por ordem de gravidade", explica.
A prioridade é dada para situações com risco de morte, de urgência ou potencialmente urgentes (respectivamente, vermelho, laranja e amarelo, segundo o Protocolo de Manchester). Além dos leitos ocupados, quatro macas foram instaladas na sala de medicação, para pacientes potencialmente urgentes. O tempo de espera estabelecido pelo protocolo, de atendimento imediato para a cor vermelha, 15 minutos para a cor laranja e uma hora para a cor amarela, está sendo respeitado.
O principal problema são doenças respiratórias. "Temos muitos pacientes idosos na região do Extremo-Sul, que têm mais de uma enfermidade e precisam de atendimento de maior gravidade", conta Mattia.
A orientação é que pessoas que não têm problemas urgentes procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para não haver tanta demora. "Há uma dificuldade de atender todos, quando todos precisam do serviço ao mesmo tempo", observa.
Entre janeiro e março, o HRes realizou 15.846 atendimentos adultos e pediátricos. Efetuou, ainda, 709 internações em seus 62 leitos, com taxa de ocupação média de 85,5%. Inaugurado no final do ano passado, o Centro de Especialidades ofereceu, de janeiro a março, 935 atendimentos de medicina interna e infectologia. A Agência Transfusional fez, nesse período, 47 transfusões. Na Unidade de Diagnóstico, os pacientes têm à disposição a possibilidade de realizar exames de imagem, eletrocardiografias e análises clínicas.
Ainda faltam abrir, no hospital, o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Tratamento Intensivo. A oferta dos serviços depende da disponibilização de recursos por parte da prefeitura. "Buscamos alternativas, mas, neste momento, não podemos dar previsão de abertura, pois depende de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde", aponta.

Usuários elogiam Hospital da Restinga

A agricultora Andreia Sauer, de 45 anos, procurou ajuda para a filha Mariah, de 4 anos, que quase não conseguia respirar. "A crise de asma começou à 1h e, às 6h, resolvi não esperar mais e buscar o Posto de Saúde do Belém Novo", relata. A equipe encaminhou as duas de ambulância para o HRes, onde Mariah ficou três dias internada. "Excelentes os médicos daqui. Não tenho do que me queixar", opina.
Priscila Menger, de 23 anos, também foi levar sua filha, Isabele, de 2 anos, para atendimento. A menina estava com febre e, em menos de duas horas, estava liberada. "O atendimento é bem bom, porque podemos fazer raio x, exame de sangue, tudo", destaca.
Apesar da demora, Silvana Maria Dias, de 40 anos, considera o atendimento de qualidade. Ela levou a filha, Maria Helena, de 1 ano e 9 meses, para fazer um exame de urina terça-feira, mas foi orientada a ir embora, pois a espera seria longa. Ontem, o informado foi que esperariam cinco horas e meia.