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MÓVEIS

- Publicada em 15 de Maio de 2016 às 21:47

Equilíbrio para manter valor agregado

Exportações moveleiras caíram 15,6% em 2015, e Rio Grande do Sul perdeu a liderança para Santa Catarina INDÚSTRIA MOVELEIRA

Exportações moveleiras caíram 15,6% em 2015, e Rio Grande do Sul perdeu a liderança para Santa Catarina INDÚSTRIA MOVELEIRA


MÓVEIS KAPPESBEERG /DIVULGAÇÃO/JC
Líder na produção nacional de móveis, o Estado concentra 2.750 empresas moveleiras, que fabricam 18,4% de todo o mobiliário originado no País. Em 2015, o segmento faturou R$ 6,73 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões no polo de Bento Gonçalves, e exportou mais de U$ 183 milhões, gerando cerca de 40 mil empregos. No Brasil, a indústria faturou R$ 35,74 bilhões e exportou mais de R$ 601 milhões em produtos, consumo aparente de 430 mil peças, 73,9 mil delas no mercado gaúcho. Mas os números não foram suficientes para represar a crise que atingiu a indústria de transformação. As exportações moveleiras caíram 15,6% no ano passado, e o Estado perdeu o posto de maior exportador de móveis do País para Santa Catarina.
Líder na produção nacional de móveis, o Estado concentra 2.750 empresas moveleiras, que fabricam 18,4% de todo o mobiliário originado no País. Em 2015, o segmento faturou R$ 6,73 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões no polo de Bento Gonçalves, e exportou mais de U$ 183 milhões, gerando cerca de 40 mil empregos. No Brasil, a indústria faturou R$ 35,74 bilhões e exportou mais de R$ 601 milhões em produtos, consumo aparente de 430 mil peças, 73,9 mil delas no mercado gaúcho. Mas os números não foram suficientes para represar a crise que atingiu a indústria de transformação. As exportações moveleiras caíram 15,6% no ano passado, e o Estado perdeu o posto de maior exportador de móveis do País para Santa Catarina.
Desde o início de 2016, o setor enfrenta dificuldades, com quedas na produção e no consumo. Segundo dados da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), a produtividade se retraiu 11,5% em janeiro, reflexo da queda nas vendas de móveis (11,2% em volume e 6,1% em valores). "Mesmo com queda no preço do mobiliário, as pessoas não estão comprando", diz o presidente da entidade, Volnei Benini.
Relatório do Iemi (Inteligência de Mercado) dá conta de que o ano não será dos mais fáceis para o setor. Dados de janeiro mostram queda de 19,4% na produção nacional na comparação com o mesmo período de 2015 e de 14,1% na gaúcha. No consumo aparente de móveis a retração no País foi de 19,8% em volume (31,5 milhões de peças) e de 27,8% no Estado (4,5 milhões de peças).
O primeiro bimestre registrou ainda recuo de 8,4% nas exportações em relação a 2015. Foram embarcados US$ 77,8 milhões em móveis para Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, Bolívia e Peru, e Santa Catarina liderou o mercado (36,9%), seguido do Rio Grande do Sul (30,1%) e do Paraná (13,4%). Os três estados do Sul concentram mais de 80% de toda a produção moveleira nacional. Na comparação com o primeiro bimestre de 2015, no entanto, apenas Santa Catarina obteve aumento nas negociações (3,8%), ficando o Rio Grande do Sul com queda de 2,8%.
Benini enfatiza que, com o "cenário de incertezas e projeções pouco promissoras", as expectativas são de um 2016 ainda difícil, mas ressalta que a indústria deve trabalhar com foco na inovação e em produtos diferenciados. A busca de alternativas de gestão para aperfeiçoar custos, reduzir investimentos e alcançar maior eficiência também são fundamentais. "O ano será difícil. O setor passa por um processo de reposicionamento, e as indústrias procuram o equilíbrio diante de um mercado interno em retração", comenta o empresário.

Ajuste nos custos e na produção com foco em qualidade e em mercados

Moveleiras adotaram medidas para manter produtividade INDÚSTRIA MOVELEIRA

Moveleiras adotaram medidas para manter produtividade INDÚSTRIA MOVELEIRA


MOTIVA MÓVEIS /DIVULGAÇÃO/JC
Readequar as empresas à atual situação do mercado e implantar novas ações com criatividade foram medidas adotadas pelas moveleiras para conseguir manter produtividade e não deixar a crise paralisar a indústria. Na Motiva Indústria de Móveis, há 29 anos no polo de Bento Gonçalves, esse ajuste culminou em adequar a produção ao perfil do consumidor e aos pedidos dos lojistas. A linha de móveis do segmento office é voltada a projetos sob medida e diferenciados, sem mobiliário seriado.
Segundo o diretor administrativo da empresa, Sérgio Dalla Costa, o faturamento do ano passado manteve o mesmo patamar de 2014, em torno de 12%, mas a empresa teve de cortar sete dos cerca de 40 funcionários. "Chegamos ao limite do enxugamento, que foi muito sofrido para nós, e estruturamos a empresa ao novo momento, adequando a produção ao número de funcionários", diz.
Para 2016, ele projeta cenário positivo se mantiver o faturamento dos últimos dois anos e admite que cortou custos em todas as áreas, exceto a comercial. Com cerca de 14% da produção destinada à América Latina, a meta, até o final do ano, é atingir 20%. "Essa é a maior crise de todos os tempos, afetou o crédito, o emprego e o trabalho em geral. Por isso, é importante ter foco e motivar as equipes. O nosso mercado é muito grande, e temos de seguir investindo", desabafa.
Com 20 anos de mercado, a Kappesberg fabrica entre 9 mil e 11 mil móveis por dia, e manteve essa produção entre 2015 e o início deste ano. Com faturamento de R$ 500 milhões no ano passado, tem 1.658 funcionários e não efetuou cortes significativos de pessoal. Maior exportador de móveis do Brasil, segundo o ranking do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a moveleira concentra entre 14% e 16% do faturamento no mercado internacional, alcançando 36 países, e tem mais de 35 mil pontos de vendas no Brasil.
Segundo César Schmidt, diretor da empresa, 2015 foi ano de repensar estratégias e ampliar o foco para as atividades internas e de movimentação do mercado. "Com um olhar criterioso e criativo, conseguimos desenvolver novas ações de produção e levar para o mercado novidades. Com isso, enfrentamos de forma segura a passagem de 2015 e entramos em 2016 já com previsões de crescimento", destaca.