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Transportes

- Publicada em 09 de Maio de 2016 às 19:17

Gargalos a serem enfrentados

A escassez de recursos que afeta a economia tem reflexos diretos na infraestrutura de transportes, um dos segmentos que mais demandam elevados investimentos públicos e privados de longo prazo. Para enfrentar os gargalos, a alternativa é gerenciar os recursos existentes da melhor forma, a fim de evitar um colapso. Na malha rodoviária, o governo gaúcho faz o que é possível para administrar o caixa quando não conta com financiamentos internacionais. A recente aprovação pela Assembleia Legislativa da lei de readequação administrativa da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) trouxe um novo alento, porque a alteração da atividade-fim da EGR possibilita a obtenção de receita necessária para cumprir sua função de administração, manutenção e conservação de rodovias. A EGR também poderá buscar empréstimos e financiamentos quando a receita arrecadada em uma praça não for suficiente para suportar situações excepcionais ou urgentes.
A escassez de recursos que afeta a economia tem reflexos diretos na infraestrutura de transportes, um dos segmentos que mais demandam elevados investimentos públicos e privados de longo prazo. Para enfrentar os gargalos, a alternativa é gerenciar os recursos existentes da melhor forma, a fim de evitar um colapso. Na malha rodoviária, o governo gaúcho faz o que é possível para administrar o caixa quando não conta com financiamentos internacionais. A recente aprovação pela Assembleia Legislativa da lei de readequação administrativa da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) trouxe um novo alento, porque a alteração da atividade-fim da EGR possibilita a obtenção de receita necessária para cumprir sua função de administração, manutenção e conservação de rodovias. A EGR também poderá buscar empréstimos e financiamentos quando a receita arrecadada em uma praça não for suficiente para suportar situações excepcionais ou urgentes.
Segundo levantamento da Secretaria dos Transportes, existem várias obras em andamento na malha rodoviária estadual, nos acessos municipais e em ligações regionais, além da conserva rotineira, que tem estimativa de um investimento total de R$ 15,4 milhões em 2016. Já dentro do chamado Crema Serra (Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias), por exemplo, as obras envolvem uma extensão total de 195,66 km, e o investimento previsto é de R$ 153,3 milhões, com financiamento do Banco Mundial. As estradas do Crema Serra devem ter recuperação concluída em maio de 2016. Após, começa a manutenção rotineira até o fim do contrato, que tem cinco anos de vigência.

Desfecho incerto

Do lado do governo federal, no entanto, permanecem dias de incertezas, que geram mais insegurança às empreiteiras responsáveis pelos contratos em andamento. Obras importantes, como a duplicação de trechos das BRs 116, 290 e 386, continuam com desfecho incerto. O presidente do Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral (Sicepot-RS), Ricardo Portella Nunes, lamenta a "falta enorme de investimentos", porque comprometem o próprio desenvolvimento do País.
Desafio também é o que não falta para o transporte ferroviário. Em carta de intenções entregue no início do mês, no Palácio Piratini, ao presidente da Rumo ALL - Ferrovias, Julio Fontana Neto, o governo gaúcho relata que, de acordo com o Plano Estadual de Logística de Transportes, apenas 6% da produção gaúcha é transportada via ferrovia. A concentração (88%) ocorre nas rodovias, que estão sobrecarregadas. Porém, para estimular o uso da ferrovia, é preciso recuperar e modernizar a malha ferroviária. Dos 3.259 quilômetros de ferrovias gaúchas concedidas pelo governo federal à ALL em 1998, restam em operação atualmente 1.952 quilômetros. Na ocasião, Fontana Neto disse que a ferrovia vive de carga e que o plano de investimentos será feito por demanda e por produto.

Porto movimentado

Pelas águas, o cenário é menos turbulento, e há um aumento no volume de carga movimentada pelo porto do Rio Grande. No primeiro trimestre de 2016, o porto registrou crescimento de 11,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Superintendência do Porto do Rio Grande, os dados repassados por terminais e operadores portuários mostram que, no acumulado do trimestre, foram 7.128.598 toneladas, e apenas o mês de março chegou a 2.740.384 toneladas.
Nos três primeiros meses de 2016, os destaques são a Carga Geral (1.700.774 toneladas) e o Granel Líquido (1.014.865 toneladas), que apresentam crescimentos de 44,4% e 7,9%, respectivamente. Os contêineres, igualmente, continuam em alta, com aumento de 4,8%, passando de 157.761 Teus ((Twenty Equivalent Units - em unidades) para 165.378 Teus no período. A expectativa da superintendência é de que ocorra crescimento na movimentação, seguindo em evidência a Carga Geral, notadamente celulose e de toras de madeira. A safra de soja deve ser o ponto alto do Granel Sólido.
Em relação às obras, a Superintendência do Porto do Rio Grande informa que, neste ano, continua a operação de modernização do Porto Novo, cais público da superintendência. São 1.125 metros de cais que estão sendo modernizados pela Secretaria de Portos da Presidência da República com um investimento de R$ 98 milhões. A expectativa é que, até o final de 2016, parte da obra já esteja pronta para operação portuária. O Porto Novo representou, nos três primeiros meses de 2016, 16,8% do total da operação do complexo portuário rio-grandino.
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, lembra que, de 1993 (época da implantação da lei de modernização dos portos) para cá, o setor avançou muito. "Mas ainda falta a parte do governo, com investimentos em aumento de calado e dragagem", avalia. Ele cita o exemplo de Rio Grande, onde houve investimentos para alongar os molhes e aprofundar o calado, mas ainda falta concluir o projeto de modernização. Para Manteli, há falta de autonomia da administração dos portos e não existe continuidade de gestão. "O desafio é investir contra o intervencionismo público", enfatiza.