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CENÁRIO / Infraestrutura

- Publicada em 09 de Maio de 2016 às 19:05

Desafio está na carência de financiamento

Para Nunes, cenário é muito ruim e faltam investimentos

Para Nunes, cenário é muito ruim e faltam investimentos


FREDY VIEIRA/JC
Passada a euforia dos investimentos em infraestrutura urbana e de mobilidade para a Copa do Mundo, o Rio Grande do Sul enfrenta o desafio da escassez de recursos estaduais e federais para dar a largada a novos projetos e mesmo para seguir adiante com as obras já iniciadas. O presidente do Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral (Sicepot-RS), Ricardo Portella Nunes, diz que "o governo corta investimentos e o futuro do Brasil". Segundo ele, o cenário é muito ruim, porque há uma enorme carência de investimentos para estradas, saneamento e outras obras urbanas.
Passada a euforia dos investimentos em infraestrutura urbana e de mobilidade para a Copa do Mundo, o Rio Grande do Sul enfrenta o desafio da escassez de recursos estaduais e federais para dar a largada a novos projetos e mesmo para seguir adiante com as obras já iniciadas. O presidente do Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral (Sicepot-RS), Ricardo Portella Nunes, diz que "o governo corta investimentos e o futuro do Brasil". Segundo ele, o cenário é muito ruim, porque há uma enorme carência de investimentos para estradas, saneamento e outras obras urbanas.
Nunes lembra que o setor tinha 25 mil trabalhadores diretos e, a partir de 2014, começou o processo de enxugamento devido à diminuição do ritmo das obras. "Agora são 4 mil, e as demissões envolvem não apenas os operários, mas também encarregados e engenheiros." Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada - Infraestrutura (Sinecon) apontam que o Brasil perdeu, nos últimos 12 meses (entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015), 1,62 milhão de postos de trabalho. Destes, 442,2 mil postos (27,2%) foram perdidos na construção em geral (pesada edificações e instalações). Na construção pesada, foram excluídas 175,4 mil vagas.
O segmento da construção pesada gera efeitos de longo prazo na economia e, por isso, a sua estagnação é motivo de preocupação. Nunes calcula em R$ 1,2 bilhão o montante de investimentos estimado no Estado e em torno de R$ 300 milhões o total que corresponde ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). "A partir do segundo semestre, entramos em um nível crítico", destaca, porque é época do escoamento da safra e que precisará de estradas em boas condições.
Apesar das dificuldades, o presidente do Sicepot-rs relata que há obras em andamento no Rio Grande do Sul com recursos do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco Mundial. "O governo estadual busca solução para conservação de estradas", afirma. Ele considera que, mesmo com a tarifa defasada, a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) está gerenciando bem os recursos e que o Estado está investindo mais do que o Dnit.

Ponte do Guaíba

Para Nunes, cenário é muito ruim e faltam investimentos

Para Nunes, cenário é muito ruim e faltam investimentos


FREDY VIEIRA/JC
Uma das obras mais importantes em execução no Estado é a construção da segunda ponte sobre o Guaíba. De acordo com informações da superintendência regional do Dnit no Estado, 30% do projeto está concluído; e do investimento total, de R$ 649,6 milhões, até final de janeiro, foram aplicados R$ 186 milhões.
A segunda travessia terá uma extensão de 2,9 quilômetros, com um total de 7,3 quilômetros em obras de artes especiais (alargamento da ponte Saco da Alemoa, elevada e viadutos). Com 28 metros de largura nos vãos principais, a pista contará com duas faixas de rolamento com acostamento e refúgio central. A nova travessia do Guaíba é construída sobre a água a partir de peças pré-moldadas fabricadas em canteiros industriais e montadas no local definitivo.
A superintendência destaca que o prazo contratual de entrega da nova ponte é setembro de 2017 e que a obra está dentro do prazo. A autarquia lembra que o contrato foi assinado em 28 de março de 2014 e, conforme o edital de licitação, o tempo de execução da obra é de 1.260 dias, o que representa cerca de três anos e meio a contar da data da assinatura do contrato. A demissão de operários devido ao atraso no repasse de verbas e o impacto dessa medida no cronograma das obras não são comentados pelo órgão.

Desembolsos do Bndes

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) totalizaram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2016, dos quais R$ 5,74 bilhões foram para a região Sul, representando 31,8% do total. A maior parte dos recursos foi destinada a projetos de infraestrutura, que receberam R$ 5,7 bilhões, ou 32% do total desembolsado. Em seguida, vieram indústria, com R$ 5,4 bilhões (participação de 30%), comércio e serviços (R$ 3,7 bilhões) e agropecuária (R$ 3,1 bilhões).
Na comparação com os primeiros três meses de 2015, os desembolsos tiveram uma queda de 46%, enquanto as consultas por novos financiamentos, no total de R$ 23,5 bilhões, foram 7% menores, indicando desaceleração no ritmo de queda. O mesmo comportamento foi observado nos enquadramentos (fase posterior à consulta), que somaram R$ 22,7 bilhões e recuaram 4% na comparação trimestral.
Já as aprovações de novos financiamentos somaram R$ 13,5 bilhões, com queda de 37%. As aprovações para projetos de infraestrutura totalizaram R$ 5 bilhões até março deste ano, com participação de 37% no total aprovado pelo Bndes no período. Já as aprovações de financiamentos a projetos do setor agropecuário alcançaram R$ 3,4 bilhões com participação de 25%. As aprovações para a indústria atingiram R$ 2,3 bilhões (participação de 17%), e as de comércio e serviços chegaram a R$ 2,8 bilhões (21%).