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Tecnologia

- Publicada em 30 de Maio de 2016 às 21:42

Indústria brasileira ainda patina no desafio da digitalização, diz CNI

 Montadora Chery anuncia férias coletivas na fábrica de Jacareí, SP

Montadora Chery anuncia férias coletivas na fábrica de Jacareí, SP


CHERY/DIVULGAÇÃO/JC
Otimizar processos e reduzir custos é o motivo principal que leva as indústrias brasileiras a investirem em tecnologias digitais. É bom, já que isso costuma levar a um aumento da produtividade - que vem a ser um dos maiores gaps das nossas companhias.
Otimizar processos e reduzir custos é o motivo principal que leva as indústrias brasileiras a investirem em tecnologias digitais. É bom, já que isso costuma levar a um aumento da produtividade - que vem a ser um dos maiores gaps das nossas companhias.
Mas o que vem sendo feito ainda está muito longe do ideal, alerta o gerente de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. A entidade apresentou ontem os resultados da primeira pesquisa nacional sobre adoção de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada, a chamada indústria 4.0. Foram ouvidos representantes de 2.225 empresas de todos os portes entre 4 e 13 de janeiro de 2016.
A maior parte dos esforços feitos pela indústria no Brasil está na fase dos processos industriais (73%). Outras 47% utilizam ferramentas digitais no desenvolvimento da cadeia produtiva e apenas 33% em novos produtos e negócios. Enquanto isso, países como Alemanha e Estados Unidos já estão há algum tempo apostando na inovação para tornar as suas operações mais flexíveis, entender melhor os seus consumidores e criar interações inteligentes entre usuários e máquinas.
"As nossas empresas estão acordando, mas isso ainda é pouco, e o resultado vemos na queda constante da competitividade da indústria brasileira", avalia Fonseca. Segundo ele, questões como a qualidade do trabalhador, gestão e o custo Brasil também afetam a produtividade, mas até para diminuir o impacto disso é que o investimento em inovação e na incorporação da digitalização se torna cada vez mais essencial.
O levantamento mostrou que o uso de tecnologias digitais na indústria brasileira é pouco difundido. Do total das indústrias, 58% conhecem a importância dessas tecnologias para a competitividade da indústria e menos da metade as utiliza.
Pouco menos da metade das empresas industriais utiliza, no mínimo, uma das 10 tecnologias digitais listadas na pesquisa, como automação digital sem sensores; prototipagem rápida ou impressão 3D; utilização de serviços em nuvem associados ao produto ou incorporação de serviços digitais nos produtos.
Para 66% dos players, o custo de implantação é a principal barreira interna à adoção de tecnologias digitais. Praticamente empatadas em segundo lugar estão a falta de clareza na definição do retorno sobre o investimento (26%) e a estrutura e cultura da empresa (24%).
O caminho é avançar rumo a uma nova lógica de produção, que prevê a integração digital das diferentes etapas da cadeia de valor dos produtos industriais, desde o desenvolvimento até o uso, e que envolve a criação de novos modelos de negócio, produtos e serviços a eles atrelados.
"Hoje em dia, com as novas tecnologias, é possível ter uma linha de produção mais flexível e eficiente e fazer produtos diferentes. Precisamos saber o que o consumidor quer", defende o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI.
Fonseca comenta que é importante para as indústrias entenderem cada vez melhor as demandas do seu público-alvo, porque a tendência da produção é se voltar para a customização de massa. "Vamos voltar à época em que os produtos eram pensados de acordo com o perfil de cada cliente", projeta.
Boa parte dos players nacionais já está bem avançada quando o tema é a automatização, como por meio da disponibilização de robôs na linha industrial. O passo agora é digitalizar, o que envolve fazer com que todas as etapas de produção estejam conectadas e, dessa forma, possam fornecer dados inteligentes para a operação. "A indústria precisa investir em tecnologias que permitam melhorar os seus produtos, como um carro com sensores que avisam o usuário e a fábrica que está na hora de trocar o óleo, e também para entender demandas específicas dos clientes", exemplifica o gestor.

Tecnologia é foco de investimento para diretores financeiros

O maior foco de investimentos das empresas nos próximos 12 meses deve ser em Tecnologia de Informação. Isso é o que mostra uma pesquisa feita com diretores financeiros, realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) e pela Saint Paul Escola de Negócios. Segundo o levantamento, para 23,9% dos CFOs entrevistados os aportes devem ter a tecnologia como prioridade.
Em segundo lugar, segundo a pesquisa, vem os investimentos em ampliação da capacidade instalada, com 15,9%, seguido de novas linhas ou unidades de negócios (13,9%) e Pesquisa e Desenvolvimento (9,8%).
No que diz respeito às expectativas com a economia brasileira, os executivos são pessimistas. Segundo a pesquisa, 46% das empresas têm expectativa de redução nos quadros de funcionários, e 51% esperam redução do quadro de terceiros. Além disso, 56,9% esperam aumento do custo de endividamento para os próximos 12 meses. A expectativa média para o Produto Interno Bruto (PIB) é de queda de 3%, com inflação de 8,9%. Os executivos esperam que o dólar chegue a R$ 4,40, e a Selic a 13,7%.
A pesquisa mostra que os diretores financeiros estão preocupados com o ambiente político e eventuais intervenções governamentais em diferentes setores da economia, e também com a demanda do mercado doméstico. Foram entrevistados 99 diretores financeiros de mais de 20 segmentos da economia.