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Economia

- Publicada em 24 de Maio de 2016 às 19:04

Superávit em transações correntes é o primeiro desde abril de 2009, segundo o BC

Balança comercial teve resultados melhores que os esperados inicialmente, disse Maciel

Balança comercial teve resultados melhores que os esperados inicialmente, disse Maciel


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Depois de sete anos no vermelho, as contas externas fecharam no azul pela primeira vez em abril. O superávit de todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo ficou positivo em US$ 412 milhões no mês passado. A virada na contabilidade veio mais cedo do que o próprio governo esperava e é resultado de um ajuste imposto sem piedade pelo mercado financeiro, que aumentou o dólar a cada sinal de deterioração da economia no passado. Isso derrubou as importações, reduziu os gastos dos brasileiros no exterior e deu um empurrão para as exportações.
Depois de sete anos no vermelho, as contas externas fecharam no azul pela primeira vez em abril. O superávit de todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo ficou positivo em US$ 412 milhões no mês passado. A virada na contabilidade veio mais cedo do que o próprio governo esperava e é resultado de um ajuste imposto sem piedade pelo mercado financeiro, que aumentou o dólar a cada sinal de deterioração da economia no passado. Isso derrubou as importações, reduziu os gastos dos brasileiros no exterior e deu um empurrão para as exportações.
Somente nos quatro primeiros meses de 2016, a queda do déficit das chamadas transações correntes foi de 78%. De janeiro a abril, o resultado ficou negativo em
US$ 7,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, havia um rombo de US$ 31,9 bilhões.
"O resultado trouxe alguma surpresa. Os números apontavam para isso, mas veio mais cedo do que a gente estava esperando. A balança comercial teve resultados melhores que os esperados inicialmente", disse o chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel.
A recessão também levou a maioria das empresas comprarem menos insumos de fora e isso melhora os números das contas externas: "A reversão das contas externas foi causada pelo dólar e pela queda da atividade econômica", explicou Maciel.
Por causa dessa melhora mais acelerada dos números, o BC deve rever suas projeções no mês que vem. O chefe de departamento frisou que a aposta para o déficit das transações correntes, que está em US$ 25 bilhões para este ano, está conservadora demais e deve ser diminuída.
"O resultado foi extremamente positivo. Até poderíamos questionar que houve melhora devido à queda do PIB (Produto Interno Bruto), mas isto não se confirma. Os dados nominais são bastante robustos", disse André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual.
Já Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, ressaltou a influência da crise nos dados. Disse que o consumo deve cair ainda mais por causa da retração muito acentuada do investimento interno e um real mais fraco. Em menos de um ano, a moeda americana chegou na casa dos R$ 4,20 e agora orbita em torno de R$ 3,60.
"Readquirir o conhecimento de exportar e reconstruir uma cultura provavelmente levará alguns anos e é algo que requer a expectativa de um real relativamente barato por algum tempo e também uma política monetária conservadora", falou o economista em comunicado enviado aos clientes.
Esse movimento do dólar deve influenciar a conta de viagens internacionais daqui para frente. No entanto, o BC já alerta que os gastos do turista no exterior devem continuar a cair - mesmo que em uma velocidade menor - por causa da pressão sobre a renda da população brasileira.
Em abril, os viajantes deixaram US$ 1,1 bilhão no exterior. No mesmo mês do ano passado, os gastos foram de US$ 1,6 bilhões.
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