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Economia

- Publicada em 23 de Maio de 2016 às 18:35

Dólar sobe 1,81% e bolsa cai 0,79% em dia de denúncias envolvendo Romero Jucá

 Mercado teve dia nervoso após revelação de gravações de Jucá com acusado em Lava Jato

Mercado teve dia nervoso após revelação de gravações de Jucá com acusado em Lava Jato


FERNANDA CARVALHO/ FOTOS PÚBLICAS/DIVULGAÇÃO/JC
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reduziu a intensidade das perdas causadas pela divulgação de uma gravação que indica que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), tentou frear as investigações da Lava Jato. Ainda assim, o índice terminou o pregão no vermelho. O Ibovespa recuou 0,79%, aos 49.330 pontos - no pior momento do pregão, o índice chegou a cair 2,06%. Já o dólar comercial registrou alta de 1,81% ante o real, cotado a R$ 3,580 na compra e a R$ 3,582 na venda - essa é a maior cotação de fechamento desde 18 de abril (R$ 3,598).
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reduziu a intensidade das perdas causadas pela divulgação de uma gravação que indica que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), tentou frear as investigações da Lava Jato. Ainda assim, o índice terminou o pregão no vermelho. O Ibovespa recuou 0,79%, aos 49.330 pontos - no pior momento do pregão, o índice chegou a cair 2,06%. Já o dólar comercial registrou alta de 1,81% ante o real, cotado a R$ 3,580 na compra e a R$ 3,582 na venda - essa é a maior cotação de fechamento desde 18 de abril (R$ 3,598).
Contribuiu para o mau desempenho a divulgação da gravação de uma conversa do ministro do Planejamento que sugere um "pacto" para conter a Lava Jato. Para Jefferson Luiz Rugik, a moeda operou pressionada por todo o pregão devido a fatores externos e internos, incluindo a falta das medidas fiscais e o cenário político conturbado.
"As gravações envolvendo o ministro do Planejamento, a queda do petróleo, a fala de diversos integrantes do Fed e a demora no anúncio das novas medidas econômicas pelo atual governo foram os principais indutores que levaram os participantes deste mercado a buscarem proteção no dólar", justificou.
Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, afirmou que o conteúdo da conversa afeta um governo que ainda é interino. O movimento foi amenizado, no entanto, após entrevista de Jucá.
Além disso, o cenário externo é desfavorável, com queda do preços das commodities e o temor de um novo aumento de juros nos Estados Unidos no curto prazo.
"Há o envolvimento do Jucá nessa gravação e ele é ministro de um governo que ainda nem começou e não apresentou as medidas do que vai fazer. O cenário externo também contribui, com a queda do petróleo e a possibilidade de alta de juros nos Estados Unidos", disse.
No mercado de câmbio, segue a preocupação com um aumento de juros nos Estados Unidos e os sinais de uma economia ainda fraca na zona do euro. No exterior, o "dollar index', calculado pela Bloomberg e que mede a relação do dólar ante uma cesta de dez moedas, teve leve queda de 0,08%, perdendo para as divisas consideradas fortes e ganhando força ante as divisas de moedas de emergentes.
A nova meta fiscal de déficit fiscal, de R$ 170,5 bilhões, foi anunciada na sexta-feira à noite pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento e deve ser votada amanhã pelo Congresso Nacional. Paulo Eduardo Nogueira, economista-chefe da Azimut Brasil, lembra que essa votação vai ocorrer em meio à divulgação dessa conversa. "A divulgação ocorre na véspera da votação da nova meta fiscal e que será referência para eventual processo de responsabilidade caso tal meta não seja cumprida", lembra o economista.
Ricardo Zeno, sócio lembra que além da votação da meta fiscal, há a expectativa em relação às medidas que devem ser divulgadas amanhã.
"Essa meta fiscal não é positiva. O mercado agora vai ficar de olho nas medidas que serão tomadas para equilibrar as contas públicas e na aprovação dessas medidas pelo Legislativo", afirmou.
Em meio a esse cenário turbulento político, as ações da Petrobras registram forte queda. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) recuaram 4,49%, cotados a R$ 8,50, e os ordinários (ONs, com direito a voto) caíram 2,55%, cotados a R$ 11,04. O ritmo de queda foi bem superior ao registrado pelo petróleo no mercado internacional. O barril do tipo Brent registrava desvalorização de 0,62%, a US$ 48,42, no momento do encerramento dos negócios no Brasil.
Após abrir em queda, os papéis da Vale se recuperam com a divulgação de um relatório do banco americano Merril Lynch recomendando a compra desses ativos. Os PNs subiram 0,87% e os ONs tiveram elevação de 2,19%. O setor bancário, de maior peso na composição do Ibovespa, também registrou melhora. Os preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco apresentaram variação positiva de, respectivamente, 0,33%, e 0,28%. A exceção é o Banco do Brasil, que cai 1,79%.
No exterior, os principais indicadores do mercado acionário também fecharam em queda. O DAX, de Frankfurt, caiu 0,74%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve recuo de 0,66%. O FTSE 100, de Londres, teve leve variação negativa de 0,32%. No Estados Unidos, o Dow Jones teve leve variação negativa de 0,05% e o S&P 500 registrou desvalorização de 0,21%.
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