Petróleo recua em meio a novas preocupações com excesso da commodity no mercado

O petróleo encerrou nesta segunda-feira (23), a quarta sessão consecutiva de queda. A percepção dos investidores é a de que o Canadá e a Nigéria vão retomar a produção em breve e, assim, aumentarão a oferta da commodity no mercado.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 0,75% (-US$ 0,35), para US$ 48,37 o barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em queda de 0,68% (- US$ 0,33), a US$ 48,08.

Muitos analistas esperam que os preços ainda subam neste ano, mas, por ora, a alta que levou o barril para próximo de US$ 50 abrandou, disseram especialistas.

"Com o retorno da produção, especialmente na Nigéria e no Canadá, nossa visão é que haverá uma queda nos preços no curtíssimo prazo - nas próximas semanas", disseram analistas do Société Générale S/A.

Na sexta, as autoridades do Canadá suspenderam a ordem de evacuação de alguns campos de produção próximos ao incêndio que alastra a província de Alberta há semanas. Isso permitiu que a Suncor Energy e sua subsidiária, Syncrude, reabrissem dois complexos de produção de petróleo que estavam fechados há duas semanas. Só o fechamento desses dois campos havia reduzido a produção de petróleo do Canadá em cerca de um milhão de barris por dia.

Analistas também falaram sobre o potencial da Líbia de aumentar a oferta de petróleo. Na sexta-feira, a petroleira estatal National Oil Co. disse que uma carga com 660 mil barris foi exportada após meses de impasse. Além disso, segundo o Société Générale, a Nigéria retomou mais de 1/4 da produção que estava parada.

Somando-se às preocupações com a saturação do mercado, os EUA registraram na sexta-feira passada o primeiro aumento de plataformas e poços em operação em mais de 4 meses. Para analistas, preços mais altos de petróleo estimulam os produtores que deixaram o mercado, o que, por consequência, limita o alcance e a velocidade da recuperação no futuro.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem uma reunião marcada para o dia 2 de junho, mas poucos esperam um corte na produção ou congelamento que vá ajudar a diminuir a saturação. No fim de semana, o Irã reiterou que não planeja adotar qualquer congelamento da produção nessa reunião.