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Economia

- Publicada em 22 de Maio de 2016 às 14:32

Macri vai vetar lei que proíbe demissões por seis meses na Argentina

A aprovação da lei no Congresso foi a primeira derrota do presidente desde que assumiu

A aprovação da lei no Congresso foi a primeira derrota do presidente desde que assumiu


JUAN MABROMATA/AFP/JC
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, vai vetar a lei que proíbe demissões no país por 180 dias. A medida isola o governo pela primeira vez desde a eleição, em novembro do ano passado. O projeto da oposição, que ainda determina uma indenização dupla em caso de descumprimento da lei, havia sido aprovado com o apoio de 57,4% da Câmara dos Deputados e 66,7% do Senado e representou a primeira derrota de Macri no Congresso.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, vai vetar a lei que proíbe demissões no país por 180 dias. A medida isola o governo pela primeira vez desde a eleição, em novembro do ano passado. O projeto da oposição, que ainda determina uma indenização dupla em caso de descumprimento da lei, havia sido aprovado com o apoio de 57,4% da Câmara dos Deputados e 66,7% do Senado e representou a primeira derrota de Macri no Congresso.
Os parlamentares podem reverter a decisão do presidente, mas, para isso, precisam de dois terços dos votos -algo que, se repetida a votação, é factível no Senado mas não na Câmara.
Para Macri, o projeto travaria os investimentos e a criação de novos postos de trabalho. "Vou vetar a lei, que para mim é anti-empregos e contra os argentinos", afirmou em uma visita -cuidadosamente planejada- a um abatedouro de aves que está ampliando o número de funcionários.
O mandatário ainda citou Juan Domingo Perón, ícone da oposição: "Como dizia o general Perón, a produtividade é a estrela polar que tem que guiar este país e, nesta mesa, vamos defender e criar trabalho". A lei que será vetada trata do ponto mais frágil do governo macrista: a economia. Até agora, os descontentamentos da população surgiram por causa do desemprego e da inflação.
Apesar de o Ministério do Trabalho afirmar que não houve aumento na taxa de desemprego nos últimos cinco meses, sindicatos apontam a demissão de mais de cem mil trabalhadores. Desses, 20% atuavam no setor público. Quando assumiu, alegando que Cristina Kirchner havia inchado a máquina pública, Macri ordenou que 25 mil contratos de servidores fossem revistos.
Até a semana passada, o governo tentou segurar a lei no Congresso, para que o presidente não tivesse que vetá-la, o que poderá prejudicar sua popularidade. Macri, porém, não tem a maioria absoluta em nenhuma das casas. Em votações anteriores, ele havia conseguido formar alianças para passar textos polêmicos, como o que permitiu o pagamento dos fundos abutres, os credores residuais do calote argentino na crise financeira de 2001.
Nesse caso, contou com a colaboração de dissidentes do kirchnerismo e do bloco de deputados de Sergio Massa, que foi terceiro colocado na corrida presidencial do ano passado.
Com a lei contra as demissões, Macri não conseguiu repetir a estratégia e, diante do fracasso iminente, orientou seus deputados a darem quórum a votação e a se absterem, em uma tentativa de encerrar o assunto o quanto antes e amenizar os prejuízos a sua imagem.
Folhapress
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