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Economia

- Publicada em 16 de Maio de 2016 às 17:58

Política de estabilização do yuan é desafiada por valorização do dólar

Agência Estado
Após meses navegando águas mais calmas, a política de estabilização do yuan volta a ser pressionada pela valorização do dólar. A moeda norte-americana se depreciou nos últimos dois meses, dando ao Banco do Povo da China (PBoC) espaço de manobra ao reduzir o apetite chinês por ativos estrangeiros.
Após meses navegando águas mais calmas, a política de estabilização do yuan volta a ser pressionada pela valorização do dólar. A moeda norte-americana se depreciou nos últimos dois meses, dando ao Banco do Povo da China (PBoC) espaço de manobra ao reduzir o apetite chinês por ativos estrangeiros.
Desde o final de abril, no entanto, o yuan registra desvalorização de 0,6% ante o dólar, erodindo a maior parte do ganho de 1,0% registrados nos dois meses anteriores.
A volta do movimento coloca o PBoC de volta em uma situação difícil: seu mandato para apoiar o crescimento o leva a incentivar o crédito na economia, o que tende a enfraquecer o yuan. O desafio é como fazer isso de uma forma que não incentive a saída de capitais da China.
Outro aspecto que vem pesando sobre o yuan é o temor crescente com a perspectiva para o crescimento do país. Nesta segunda-feira, o presidente Xi Jinping apareceu na TV estatal enfatizando a reunião de urgência de alto nível para discutir a implementação de reformas estruturais para combater algumas deficiências econômicas do país.
Economistas de dentro e de fora do país, inclusive de think tanks ligados ao governo, têm argumentado que o banco central deveria deixar a cotação do yuan sofrer maior influência do mercado nesses tempos de desaceleração econômica. No entanto, para autoridades do PBoC, o maior problema, no momento, é a possibilidade de que o cidadão chinês comum possa converter seus ativos em moeda estrangeira e retirá-los do país.
As autoridades também se preocupam com a possibilidade de o mercado responda mal a manobras no câmbio. Em janeiro, um movimento inesperado de desvalorização do yuan levou a uma liquidação global de ativos.
Para Chi Lo, economista do BNP Paribas Investment Partners, o PBoC "deseja manter o yuan estável para minimizar os choques à dinâmica do crescimento, que já está fragilizada". Para fazer isso, a autoridade monetária tenta desviar o foco dos investidores de sua relação com o dólar para sua cotação ante uma cesta mais ampla de moedas.
Quando o dólar se enfraquece, o PBoC pode manter o yuan estável ou até apreciá-lo em relação à moeda norte-americana, e mesmo assim enfraquecê-lo na comparação com o grupo de 13 divisas. Por outro lado, quando o dólar se fortalece, o banco central precisa guiar o yuan para baixo para proteger sua economia e manter o yuan estável em relação à cesta.
A estratégia tem uma vantagem: o PBoC pode escolher entre manter o yuan estável ante o dólar ou ante a cesta. No entanto, enfraquecer a moeda chinesa ante a norte-americana pode exacerbar a saída de capitais e trazer de volta as apostas contra o yuan, o que forçaria a autoridade monetária a queimar suas enormes, porém minguantes, reservas em moeda forte para defender o valor do yuan.
Em Hong Kong, onde o yuan pode ser comprado e vendido livremente, as apostas contra a moeda chinesa aumentaram nos últimos dias tanto entre fundos de hedge como entre companhias, de acordo com analistas e operadores. Além da valorização do dólar, a percepção de que a dívida da China continua crescendo e pode levar a uma alta nos calotes também alimenta o movimento.
Segundo Kenix Lai, analista de mercado do Bank of East Asia, os clientes corporativos da instituição têm comprado dólares e vendido yuans nos últimos dias, ao passo que a pressão sobre a moeda chinesa vem crescendo.
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