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Economia

- Publicada em 16 de Maio de 2016 às 21:51

Rio Grande do Sul sediará Congresso de Milho e Sorgo

Autossuficiência no milho viria caso gaúchos alcançassem 30% da área de soja; atualmente, taxa é de 17%

Autossuficiência no milho viria caso gaúchos alcançassem 30% da área de soja; atualmente, taxa é de 17%


KARINE VIANA/PALÁCIO PIRATINI/JC
Guilherme Daroit
Cultura importante para o Estado, principalmente para o abastecimento de ração para as cadeias produtivas de suínos, aves e leiteira, as novidades no cultivo do milho serão o centro das atividades do 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo. O evento, bianual, será realizado de 25 a 29 de setembro, em Bento Gonçalves. Lançado ontem no Palácio Piratini, a edição marca a volta do evento ao Rio Grande do Sul, que não o sediava desde 1992 e que quer incentivar o crescimento da área e da produção.
Cultura importante para o Estado, principalmente para o abastecimento de ração para as cadeias produtivas de suínos, aves e leiteira, as novidades no cultivo do milho serão o centro das atividades do 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo. O evento, bianual, será realizado de 25 a 29 de setembro, em Bento Gonçalves. Lançado ontem no Palácio Piratini, a edição marca a volta do evento ao Rio Grande do Sul, que não o sediava desde 1992 e que quer incentivar o crescimento da área e da produção.
"É uma oportunidade para o Rio Grande do Sul, que tem presença significativa do milho e também, em menor escala, do sorgo, mas tem um desafio de aumentar a área cultivada", comenta o secretário da Agricultura, Ernani Polo. Além da necessidade do grão para a pecuária, Polo também relembra a importância das plantações para a conservação dos solos. "O sistema radicular do milho cumpre uma função muito importante na descompactação dos solos, aumentando até a produtividade das outras culturas da rotação", argumenta.
Nesta safra, o que acontece, porém, é o contrário. Segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra atual sofreu redução de 12,5% na área plantada, para 823 mil hectares. Na produção, porém, a queda é bem menor, de 3,9%, para 5.931 mil toneladas. "Se conseguíssemos atingir os 30% da área de soja, que é o indicado para a rotação de culturas no manejo do solo, já nos tornaríamos autossuficientes no milho", agrega Polo. Hoje, a proporção estaria em torno dos 17%.
O presidente da Associação Brasileira do Milho e Sorgo (ABMS), Décio Karam, também lembrou que, embora a produtividade do Estado esteja acima da média nacional, que é de 5 toneladas/hectare, ainda há espaço para melhoria. "A produtividade média na última safra foi de 6,5 toneladas/ha aqui. Temos áreas no Paraná que chegam a 12 mil toneladas/ha", conta Karam. Nesta safra, a Conab estima que a produtividade cresça, atingindo 7,2 toneladas/ha.
Karam lembrou que, nesta safra, houve aumento do preço do grão, o que, embora seja bom ao produtor, dificultou a vida dos criadores de suínos e aves. Na mesma linha, Polo conta que a secretaria trabalha junto às entidades dos produtores para que se consiga atingir um equilíbrio entre os dois lados da cadeia. "Há saídas como garantia de compra, alguma garantia de preço para o produtor, e outras possibilidades para que acabe com essa gangorra atual, em que só se planta milho quando o preço está alto, e depois quando cai, abandona-se a cultura", projeta Polo. Prova disso é que, com o preço alto, a Conab já estima um crescimento, ainda indefinido, na área cultivada na próxima safra.
Um dos motivos apontados por Karam para o aumento da produtividade no Estado é a pesquisa voltada ao ecossistema do Sul, com melhoramentos e espécies adaptados à região temperada, e não mais apenas ao clima tropical. É justamente a disseminação da pesquisa e a troca de conhecimento técnico e tecnológico que marcam o Congresso, que espera receber 1,2 mil pessoas. "Na última edição, em Salvador, tivemos 800 trabalhos científicos apresentados, buscando atingir quem está lá na ponta", explica Karam.
Presente ao lançamento, o governador José Ivo Sartori aludiu a sua infância para exemplificar a importância da troca de conhecimento. "Antigamente, plantávamos o milho muito espaçado, hoje olho os pés todos amontoados e me causa surpresa como dá certo", brincou. Sartori também afirmou que é necessário aumentar a produção para garantir a segurança alimentar do Estado, e afirmou que, mesmo com perdas na soja, a safra foi boa para a agricultura gaúcha.
 
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