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Conjuntura

- Publicada em 15 de Maio de 2016 às 19:24

Inadimplência recuará só em 2018

 SAN DIEGO, CA - NOVEMBER 27: Holiday shoppers peruse through clothing items at Fashion Valley Mall on November 27, 2015 in San Diego, California. Although Black Friday sales are expected to be strong, many shoppers are opting to buy online or retailers are offering year round sales and other incentives that are expected to ease crowds.( Photo by Sandy Huffaker/Getty Images/AFP  == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS &TELEVISION USE ONLY ==

SAN DIEGO, CA - NOVEMBER 27: Holiday shoppers peruse through clothing items at Fashion Valley Mall on November 27, 2015 in San Diego, California. Although Black Friday sales are expected to be strong, many shoppers are opting to buy online or retailers are offering year round sales and other incentives that are expected to ease crowds.( Photo by Sandy Huffaker/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS &TELEVISION USE ONLY ==


SANDY HUFFAKER/GETTY IMAGES/AFP/JC
O agravamento da crise econômica, com desemprego crescente e inflação corroendo o poder de compra do consumidor, fez com que entidades e consultorias adiassem para 2018 as previsões sobre o início da queda da taxa de inadimplência. Antes, esperava-se que os calotes começassem a diminuir no ano que vem.
O agravamento da crise econômica, com desemprego crescente e inflação corroendo o poder de compra do consumidor, fez com que entidades e consultorias adiassem para 2018 as previsões sobre o início da queda da taxa de inadimplência. Antes, esperava-se que os calotes começassem a diminuir no ano que vem.
A ANBC (Associação Nacional de Birôs de Crédito) previa que a inadimplência começaria a recuar a partir de 2017, mas revisou a projeção por causa do aumento do desemprego - 10,9% no primeiro trimestre do ano, o equivalente a 11 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.
"Diferentemente do que aconteceu em 2012, quando tivemos o último surto de inadimplência - causado por excesso de endividamento da população em cenário de desemprego em queda -, desta vez, é o desemprego que está puxando a inadimplência", diz Luiz Rabi, economista da empresa de informações de crédito Serasa Experian.
Pelas projeções de Rabi, o desemprego só para de crescer no primeiro trimestre do próximo ano. "Na melhor das hipóteses, começa a cair no segundo semestre do ano que vem. O problema é que, assim como é o último indicador a espelhar uma crise econômica, é também o último a recuar", acrescenta.
Para voltar a contratar, os empresários precisam ter confiança de que a economia vai engatar trimestres consecutivos de crescimento, ressalta Rabi. E só com renda novamente os consumidores poderão pagar as dívidas e tirar o nome do cadastro de devedores. Dados do Banco Central (BC) mostram que a inadimplência na linha de crédito de renegociação de dívidas está aumentando. A taxa média no primeiro trimestre chegou a 17,8%, ante 16,6% no mesmo período do ano passado. Para Fernando Sampaio, diretor de macroeconomia da LCA Consultores, a queda da taxa básica de juros (Selic) pode ajudar a conter a inadimplência de pessoa física. "O consumidor poderá trocar a dívida mais cara por uma mais barata."
Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados, vê a inadimplência caindo a partir do último trimestre de 2017. Mas, se a falência de empresas subir, pode elevar ainda mais o desemprego e impactar os calotes.
Atualmente, segundo a Serasa, 60 milhões estão com o nome sujo no Brasil. São pessoas que não conseguem contratar empréstimos e que tinham, no total, R$ 256 bilhões de dívidas em atraso, seja com bancos, financeiras, lojas ou com concessionárias de luz, água e telefonia. Eles representam 41% da população com mais de 18 anos no País.
A empresa que prestou o serviço pode entrar em contato com os birôs de crédito para informar sobre o atraso um dia depois do vencimento da conta. O birô, então, manda uma notificação da pendência para o consumidor, que terá 10 dias, a partir do envio da carta, para quitar a dívida. Só depois disso, ele poderá ser incluído no cadastro de devedores, que é consultado por empresas na hora de conceder crédito ou no pagamento a prazo.

O que acontece quando você deve

30 dias
Empresa pode cortar serviços como telefone e gás, por exemplo. A distribuidora de luz notifica o cliente do não pagamento
Entre 45 e 55 dias
A luz pode ser cortada pelo distribuidor, que, depois disso, só poderá suspender o serviço de novo após 75 dias
60 dias
É o tempo médio que demora para uma empresa colocar o nome do consumidor no cadastro de inadimplentes
Entre 75 e 85 dias
Distribuidora tem nova oportunidade para cortar a luz
90 dias
O banco reconhece em balanço a dívida. Distribuidora de luz pode fazer a cobrança extrajudicial do valor
180 ou mais dias
Dívida geralmente é vendida para empresas de recuperação de crédito
Fonte: Banco Central e consultores

Consumo das famílias brasileiras retorna aos níveis de 2010, mostra levantamento

 SAN DIEGO, CA - NOVEMBER 27: Holiday shoppers peruse through clothing items at Fashion Valley Mall on November 27, 2015 in San Diego, California. Although Black Friday sales are expected to be strong, many shoppers are opting to buy online or retailers are offering year round sales and other incentives that are expected to ease crowds.( Photo by Sandy Huffaker/Getty Images/AFP  == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==

SAN DIEGO, CA - NOVEMBER 27: Holiday shoppers peruse through clothing items at Fashion Valley Mall on November 27, 2015 in San Diego, California. Although Black Friday sales are expected to be strong, many shoppers are opting to buy online or retailers are offering year round sales and other incentives that are expected to ease crowds.( Photo by Sandy Huffaker/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==


SANDY HUFFAKER/GETTY IMAGES/AFP/JC
Com as famílias endividadas e o fantasma do desemprego rondando a economia, o consumo - que já foi o motor de crescimento do País - deve chegar ao fim deste ano no mesmo nível de 2010. Um retrocesso de seis anos, se descontada a inflação. Nesse período, o mercado consumidor brasileiro encolheu R$ 1,6 bilhão, valor que se aproxima, em dólares, do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina.
A expectativa para este ano é que o total de gastos dos brasileiros com produtos e serviços chegue a R$ 3,9 trilhões, segundo projeções da IPC Marketing. "A queda que houve em 2015 e a que é esperada para este ano anulam o crescimento que ocorreu entre 2011 e 2014", diz Marcos Pazzini, responsável pelo estudo e diretor da consultoria.
O consumidor, na prática, já percebeu isso. O carrinho de supermercado não é mais o mesmo, o plano de trocar de carro ou de comprar um imóvel foi adiado, as férias no exterior voltaram a ser uma meta de longo prazo. "Uma das diferenças dessa crise é que, agora, o brasileiro tem uma sensação de perda muito maior", diz Renato Meirelles, do instituto Data Popular.
Por quatro anos consecutivos, de 2011 a 2014, a taxa de crescimento do consumo das famílias superou o desempenho do PIB. Em 2015, pela primeira vez, o consumo caiu 4% e superou a retração do PIB, de 3,8%.
Para 16 de 22 categorias de produtos analisadas, o consumo é ainda mais baixo que o nível de 2010. Entre elas estão despesas com vestuário, recreação e cultura, mensalidades escolares, alimentação no domicílio e gastos com viagens.
Em quanto tempo o mercado consumidor como um todo vai se recuperar é uma previsão que os economistas ainda não conseguem fazer. "As famílias estão muito endividadas. Primeiro, terão de pagar suas contas para depois voltar a consumir", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. "Será uma recuperação lenta."
O caminho, dizem os economistas, pode ser mais curto do que se imagina se a equipe do presidente interino Michel Temer conseguir, como vem dizendo, retomar a confiança do mercado. "Esse é um fator que não é possível medir, mas pode ser um acelerador", diz Adriano Pitoli, da consultoria Tendências. "É preciso estabilizar a economia, fazer o ajuste fiscal, reduzir taxa de juros, controlar a inflação, não tem outra saída", recomenda.