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Economia

- Publicada em 13 de Maio de 2016 às 19:20

Com superpoderes, Infantino enterra independência de investigações da Fifa

Agência Estado
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, ganha superpoderes, acaba com a independência das investigações e, para especialistas, enterra a proposta de reformas da entidade. Nesta sexta-feira, por 186 a favor e apenas um contra, o Congresso da Fifa, no México, aprovou mudanças no estatuto dando poderes à cúpula que nem o suíço Joseph Blatter tinha.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, ganha superpoderes, acaba com a independência das investigações e, para especialistas, enterra a proposta de reformas da entidade. Nesta sexta-feira, por 186 a favor e apenas um contra, o Congresso da Fifa, no México, aprovou mudanças no estatuto dando poderes à cúpula que nem o suíço Joseph Blatter tinha.
Como forma de dar um sinal positivo ao mundo, porém, a Fifa anunciou a escolha de uma mulher como sua primeira secretária-geral, rompendo um tabu de mais de cem anos.
Mas os atos de Infantino enfureceram os auditores e investigadores independentes. Alguns deles, como Domenico Scala, que liderou a reforma da Fifa, abandonaram a sala de reuniões em protesto.
Pelas novas regras, o chefe da auditoria independente da Fifa, assim como o juiz independente, Hans-Joachim Eckert, e o investigador independente, Cornel Borbely, poderão ser simplesmente demitidos pela direção da entidade, sem qualquer justificativa. Antes, para que fossem afastados, todos os 211 membros da entidade precisariam votar.
Agora, basta o círculo mais próximo de Infantino. Foram esses dirigentes quem conseguiram limpar de uma certa forma a Fifa de personalidades suspeitas, com decisões duras e que desagradaram a muitos, inclusive Blatter e Michel Platini. Entre os dirigentes investigados estão Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.
Criticado, Infantino se defendeu. Ele alegou que o processo foi feito "de forma democrática" e apelou para que seus opositores aguardem para ver como a nova lei será implementada.
Mark Pieth, ex-consultor da Fifa e um dos principais especialistas em combate à corrupção, criticou a manobra de Infantino e o acusou de ter operado uma "revanche" diante da recusa de Scala de permitir que o presidente da Fifa recebesse mais de US$ 2 milhões por ano.
Num esforço para agradar a opinião pública, porém, Infantino anunciou a escolha de uma mulher negra e africana para o cargo de CEO da Fifa, substituindo ao francês Jérôme Valcke. A senegalesa Fatma Samoura será quem comandará um dos postos mais cobiçados do mundo do futebol, responsável pela Copa do Mundo.
Mas seus críticos alertam que ele sequer seguiu os critérios apontados pela auditoria de Scala para anunciar o nome, num sinal de que poderia ter escolhido alguém com um perfil menos conhecido para diminuir seus poderes.
A escolha da senegalesa também cai como uma luva na estratégia de Infantino. Ele precisa dar provas de que, mesmo sendo europeu e aliado de Michel Platini, vai conduzir a Fifa como uma entidade global, atendendo aos interesses de todas as regiões. Um dos temores era de que, ao assumir, Infantino acabaria transferindo a Uefa para o controle da Fifa.
Nesta sexta, Infantino ainda anunciou o aumento do dinheiro distribuído pela Fifa a cada entidade, passando de US$ 400 mil por ano para U$ 1,2 milhão. Ovacionado ao fazer o anúncio, ele apenas respondeu: "Não cometam uma traição, usem bem o dinheiro".
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