As bolsas de Nova Iorque fecharam em baixa, pressionadas por balanços trimestrais ruins de empresas como Walt Disney, que integra o índice Dow Jones, e Macy's, grande varejista e sinalizadora da tendência dos gastos dos consumidores norte-americanos.
Há meses analistas e investidores esperam uma ampla recuperação nos gastos dos consumidores que possa impulsionar a economia dos EUA, mas o consumo vem desacelerando há três trimestres seguidos e o país teve crescimento de apenas 0,5% no primeiro trimestre deste ano.
"Existe alguma forma de hesitação do consumidor dos EUA", comentou David Donabedian, diretor de investimentos da Atlantic Trust Private Wealth Management. "Essa é uma grande razão pela qual a economia dos EUA está, na verdade, apenas cambaleando", acrescentou.
O índice Dow Jones caiu 217,23 pontos (1,21%) e fechou aos 17.711,12 pontos. O Nasdaq recuou 49,19 pontos (1,02%), para 4.760,69 pontos. O S&P 500 perdeu 19,93 pontos (0,96%) e fechou na mínima, aos 2.064,46 pontos.
As ações da Macy's foram destaque entre as quedas, com -15%, o maior declínio porcentual desde 2008. A varejista cortou suas projeções para este ano depois de anunciar uma redução maior que a prevista nas vendas no primeiro trimestre. "Não estamos contando que os consumidores gastarão mais", disse o executivo-chefe da empresa, Terry Lundgren.
Na visão de Doug Shapiro, operador da corretora Raymond James, os comentários da Macy's sobre consumo foram desanimadores. "Quando eles fazem comentários assim, é difícil acreditar que eles são os únicos" enfrentando problemas, disse. Várias varejistas deverão divulgar balanços na próxima semana, incluindo Target e Home Depot.
O fundo negociado em bolsa SPDR S&P Retail caiu 4,4%. As ações da Michael Kors recuaram 12%, as da Nordstrom perderam 7% e as do WalMart cederam 2,8%.
Walt Disney, por sua vez, fechou com queda de 4,0%, eliminando cerca de 30 pontos do índice Dow Jones. A receita e o lucro da empresa em seu segundo trimestre fiscal, divulgados ontem, ficaram abaixo do previsto.