A reunião entre a General Motors (GM) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), realizada ontem no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, em Porto Alegre, terminou sem acordo após mais de duas horas de negociações. A audiência, mediada pelo desembargador João Pedro Silvestrin, tratou da demissão de 300 funcionários da montadora no início do mês de maio. As duas partes voltam a discutir o assunto hoje, em Gravataí, sem a presença do Tribunal. Para dar continuidade às tratativas no TRT, um novo encontro acontecerá na próxima segunda-feira.
O objetivo do sindicato era reverter o desligamento de todos os trabalhadores, alegando não haver necessidade de novos cortes no quadro funcional, mas a entidade diz ter encontrado forte resistência por parte da empresa. Agora, as conversas passam a girar em torno do pagamento de indenizações. "Estamos empenhando todos os esforços para garantir que os trabalhadores recebam integralmente, pois, mais do que nunca, precisam ter este dinheiro para recomeçarem suas trajetórias profissionais", destaca o presidente do Sinmgra, Valcir Ascari.
Ascari pretende chegar à próxima audiência no TRT, a ser realizada no início da próxima semana, com a situação definida. Conforme o Sinmgra, foram demitidos, durante os anos de 2014 e 2015, respectivamente, 3,9 mil e 3,4 mil metalúrgicos em Gravataí. De janeiro até abril de 2016, mais 680 pessoas ligadas ao setor perderam seus empregos na cidade, sem contar os 300 da GM. Por outro lado, a montadora alega queda superior a 26% nas vendas até abril deste ano para realizar a redução de pessoal.