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indústria

- Publicada em 03 de Maio de 2016 às 18:27

Indústrias do País têm pior 1º trimestre em sete anos

 LINHA DE PRODUÇÃO  DA EMPRESA DIGITEL EM ALVORADA.    NA FOTO:  FÁBRICA DE COMPONENTES DA EMPRESA DIGITEL.

LINHA DE PRODUÇÃO DA EMPRESA DIGITEL EM ALVORADA. NA FOTO: FÁBRICA DE COMPONENTES DA EMPRESA DIGITEL.


ANTONIO PAZ/JC
A produção industrial brasileira tombou 11,4% em março na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados ontem pelo IBGE. Foi a 25ª queda seguida na comparação anual. E, quando analisados os dados no acumulado dos três primeiros meses do ano, a queda está em 11,7%. Este é o pior primeiro trimestre da indústria desde 2009, quando recuou 14,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, a queda foi de 9,7% - perda mais intensa nessa comparação desde outubro de 2009, quando recuou 10,3%. Já frente a fevereiro, houve expansão de 1,4%. Mesmo assim, a indústria está produzindo em patamar semelhante a janeiro de 2009 e 20,5% abaixo do pico da série, registrado em junho de 2013.
A produção industrial brasileira tombou 11,4% em março na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados ontem pelo IBGE. Foi a 25ª queda seguida na comparação anual. E, quando analisados os dados no acumulado dos três primeiros meses do ano, a queda está em 11,7%. Este é o pior primeiro trimestre da indústria desde 2009, quando recuou 14,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, a queda foi de 9,7% - perda mais intensa nessa comparação desde outubro de 2009, quando recuou 10,3%. Já frente a fevereiro, houve expansão de 1,4%. Mesmo assim, a indústria está produzindo em patamar semelhante a janeiro de 2009 e 20,5% abaixo do pico da série, registrado em junho de 2013.
André Macedo, gerente de coordenação da Indústria do IBGE, disse que a alta registrada na passagem do mês não muda o cenário de queda na produção. "Esse crescimento se deve muito mais a uma base de comparação mais baixa, mais deprimida. Também porque a gente observa que setores de alimentos, de equipamentos de informática e eletrônicos estão normalizando seus estoques, que estavam muito altos, e também há alguns movimentos positivos de grupos beneficiados pelas exportações."
Macedo ressaltou ainda que, nas comparações entre os meses de março deste e do ano passado e entre os primeiros trimestres destes dois anos, as quedas de dois dígitos, na casa dos 11%, reforçam que a indústria permanece em trajetória de queda, puxada para baixo por desempenhos ruins, principalmente, de bens de capital e de consumo duráveis, que são duas atividades ligadas ao componente incerteza, que segue afetando das decisões de investimento e consumo das famílias. O gerente do IBGE também explicou que o efeito câmbio, apesar de estar ajudando a impulsionar a produção de setores exportadores como de celulose, carne bovina e aves, é incapaz de reverter o resultado ruim da indústria.
No acumulado do primeiro trimestre do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 11,7%, com perfil disseminado de taxas negativas, já que as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 63 dos 79 grupos e 75,4% dos 805 produtos pesquisados apontaram redução na produção. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 27,8%, e indústrias extrativas (-15,3%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos (-23,7%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,7%), de metalurgia (-13,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-15,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,5%), de produtos de metal (-17,0%), de produtos de minerais não metálicos (-13,4%), de outros equipamentos de transporte (-23,6%), de bebidas (-7,9%), de produtos têxteis (-15,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,4%), de móveis (-15,7%) e de produtos alimentícios (-1,4%). Por outro lado, as atividades de produtos do fumo (31,3%) e de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) exerceram as principais influências positivas nesse mês.
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os três primeiros meses de 2016 mostrou menor dinamismo para bens de capital (-28,9%) e bens de consumo duráveis (-27,3%), pressionadas especialmente pela redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-28,6%), na primeira; e de automóveis (-25,3%) e eletrodomésticos (-34,8%), na segunda. Os segmentos de bens intermediários (-10,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-4,5%) também assinalaram taxas negativas no acumulado do primeiro trimestre, com o primeiro registrando recuo abaixo da média nacional (-11,7%), e o segundo com a queda mais moderada.

Queda no ano é puxada por automóveis e setor extrativo

 LINHA DE PRODUÇÃO  DA EMPRESA DIGITEL EM ALVORADA.    NA FOTO:  FÁBRICA DE COMPONENTES DA EMPRESA DIGITEL.

LINHA DE PRODUÇÃO DA EMPRESA DIGITEL EM ALVORADA. NA FOTO: FÁBRICA DE COMPONENTES DA EMPRESA DIGITEL.


ANTONIO PAZ/JC
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 11,4% em março de 2016, com perfil disseminado de resultados negativos. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 23,8%, e indústrias extrativas (-16,6%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhões, autopeças, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para ônibus e caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e carrocerias para ônibus e caminhões, na primeira; e minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na segunda.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos (-17,8%), de metalurgia (-14,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,1%), de produtos de metal (-19,6%), de produtos de borracha e de material plástico (-16,8%), de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-5,8%), de produtos de minerais não metálicos (-14,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-17,4%), de outros equipamentos de transporte (-22,0%), de produtos têxteis (-15,7%) e de móveis (-17,9%). Por outro lado, ainda na comparação com março de 2015, as atividades de produtos do fumo (17,4%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,7%) exerceram as principais influências positivas neste mês.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-24,5%) e bens de consumo duráveis (-24,3%) assinalaram, em março de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-10,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-3,8%) também mostraram resultados negativos neste mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-11,4%).
Em fevereiro, a produção industrial tombou 9,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a 24ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. E o setor caminha para acumular três anos seguidos de retração, quando consideradas as previsões para 2016. Pelo último relatório Focus, do Banco Central, que reúne as estimativas do mercado financeiro, a indústria deve cair 5,83% neste ano e registrar leve alta de 0,5% em 2017.
No ano passado, a indústria brasileira registrou queda recorde de 8,3% na produção - a maior em 13 anos.
 

Dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE, 12 registraram alta na passagem de fevereiro para março

Na passagem de mês, a alta na produção industrial foi observada em todas as quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por produtos alimentícios, que avançou 4,6%, eliminando o recuo de 2,1% acumulado entre janeiro e fevereiro de 2016. Outras contribuições positivas vieram de máquinas e equipamentos (8,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,3%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,6%) e de produtos de madeira (4,2%).
Por outro lado, entre os 11 ramos que reduziram a produção no mês, o desempenho de maior importância foi assinalado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 6,5%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas e que acumulou expansão de 8,1%. Outros impactos negativos foram nos setores de celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), de indústrias extrativas (-0,9%), de metalurgia (-2,1%), de produtos de borracha e de material plástico (-2,9%) e de móveis (-4,6%).
Entre as categorias econômicas, ainda na comparação com o mês anterior, bens de capital, ao avançar 2,2%, mostrou expansão mais acentuada em março de 2016 e a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 3,1%. Vale destacar que esses resultados interromperam três meses de queda na produção e acumularam redução de 11,2%. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (0,9%), de bens de consumo duráveis (0,3%) e de bens intermediários (0,1%) também ampliaram a produção nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (1,4%). Com os resultados desse mês, o primeiro eliminou a queda de 0,6% observada em fevereiro, quando interrompeu três meses de crescimento na produção, com ganho acumulado de 0,8% no período; o segundo volta a crescer após registrar perda de 8,5% nos dois primeiros meses do ano; e o último mostra ligeiro acréscimo, após recuar 1,9% no mês anterior.