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- Publicada em 24 de Maio de 2016 às 13:03

Aventura e castigo no clássico de Conrad

O romance é uma clássica história de aventura, traição e castigo

O romance é uma clássica história de aventura, traição e castigo


ARTES E OFÍCIOS /DIVULGAÇÃO/JC
Um pária das ilhas (Artes e Ofícios, 304 páginas, R$ 49,00, tradução de Jorge Ritter), romance do genial ucraniano Joseph Conrad (1857-1924), é uma clássica história de aventura, traição e castigo. Conrad é filho da nobreza polonesa, cujos pais foram presos e condenados a trabalhos forçados na província russa de Vologda, junto com ele, de quatro anos. A mãe morreu pouco tempo depois de tuberculose e o pai quando o menino tinha 11 anos.
Um pária das ilhas (Artes e Ofícios, 304 páginas, R$ 49,00, tradução de Jorge Ritter), romance do genial ucraniano Joseph Conrad (1857-1924), é uma clássica história de aventura, traição e castigo. Conrad é filho da nobreza polonesa, cujos pais foram presos e condenados a trabalhos forçados na província russa de Vologda, junto com ele, de quatro anos. A mãe morreu pouco tempo depois de tuberculose e o pai quando o menino tinha 11 anos.
Aos 16 anos, em Marselha, Franca, Conrad ingressou na marinha mercante e nela ficou por 20 anos, viajando pela Ásia, África, América do Sul, Oceania e Europa. A experiência marcou sua vida e sua literatura. Ele é autor de clássicos como O coração das trevas, Nostromo e Lord Jim. Escreveu 17 romances, sete novelas, livros de memórias e ensaios, além de textos sobre suas próprias obras.
Um pária das ilhas é seu segundo romance. O primeiro foi A Loucura de Almayer. Seus textos ficcionais têm em comum o tema do conflito do homem contra o próprio homem, dos limites da natureza humana e do confronto do homem frente a natureza selvagem. Escreve o autor: "Um pária das ilhas é um desses romances que nunca foram deixados de lado e, apesar de me trazer o rótulo de 'escritor exótico', não creio que seja de forma alguma justificável. Realmente não consigo ver o menor espírito exótico na concepção ou estilo deste romance. Certamente é a mais tropical de minhas histórias passadas no Oriente."
Sobre o protagonista Willems, Conrad contou que ele não era particularmente interessante. O interesse foi despertado por sua posição dependente, seu status estranho, incerto, de um europeu esgotado, sem a confiança e a amizade de ninguém, vivendo da tolerância relutante daquele assentamento escondido no coração da floresta, subindo aquele arroio sombrio no qual o nosso barco era o único de homens brancos que havia para se hospedar.
Com suas faces encovadas e barbeadas, um farto bigode grisalho e olhos sem qualquer expressão, sempre vestido com um pijama imaculado bem amarrado a frente, o que deixava seu pescoço magro totalmente descoberto, e com os pés descalços em um par de chinelos de palha, ele vagava silenciosamente entre as casas durante o dia, quase tão taciturno quanto um animal e pelo visto muito mais desamparado.
A narrativa de 1896 detalha a vida e a ruína de Peter Willems, homem de má reputação, imoral, que, fugindo de um escândalo em Macassar, encontra refúgio em uma aldeia nativa, só para trair seus benfeitores pelo desejo sobre a filha do chefe tribal.
Os leitores que o conhecem Conrad já sabem, e os que não o leram vão observar por que ele é um dos grandes autores da língua inglesa - língua que ele aprendeu realmente depois de adulto, apesar de ter tido os primeiros contatos ainda quando criança, ao ver seu pai traduzir Shakespeare e outros autores.

Lançamentos

O romance é uma clássica história de aventura, traição e castigo

O romance é uma clássica história de aventura, traição e castigo


ARTES E OFÍCIOS /DIVULGAÇÃO/JC
  • Espia só - As músicas de Octávio Dutra - songbook com 56 páginas e CD mais o livro A trajetória musical de Octávio Dutra (118 páginas), da Laser Press, textos de Márcio de Souza e coordenação de Omar de Barros Filho, com produção de Carlos Peralta, apresenta obras do compositor, violonista, arranjador, maestro porto-alegrense e precursor do chorinho entre nós.
  • Soldados da borracha: o exército esquecido que salvou a II Guerra (Edipucrs, 244 páginas), do consagrado brasilianista e jornalista Gary John Neelman e de sua esposa, a professora e escritora Rose Neelman, trata de uma das mais dramáticas e não contadas histórias da Segunda Guerra. Milhares de homens trabalharam e morreram para ajudar os Aliados, buscando borracha em um período crítico.
  • Steve Jobs - Gênio do Design (Escrituras, 104 páginas), de Jason Quinn e Amit Tayal, com tradução de Luiz Gadelha, traz uma bela biografia em quadrinhos do homem que ousou pensar diferente e mudar o mundo em que vivemos, bem como a maneira de trabalhar e de se divertir. Uma história de paixão e inovação.

Getúlio Vargas no divã

Getúlio Vargas (1882-1954), para muitos, ainda, o maior presidente brasileiro, já foi objeto de inúmeros estudos, livros, reportagens, artigos, filmes, documentários, debates, teses acadêmicas e permanece como tema inesgotável para nós, por sua personalidade fascinante, pelo tempo que permaneceu no poder e por ter sido um dos grandes líderes políticos do século XX. Concordando ou não com suas ideias, gostando ou não de suas realizações, o fato é que não se pode entender, conhecer e analisar o Brasil sem passar pela vida pessoal e pela trajetória política do "Pai dos pobres", para muitos, e "Mãe dos ricos", para outros.
Mais recentemente, os três volumes de Lira Neto sobre Vargas vieram a somar-se, com brilho, às obras do historiador Hélio Silva, de Alzira Vargas (filha de Getúlio) e de muitos outros e, agora, o psicanalista, professor universitário e jornalista João Gomes Mariante, colaborador do Jornal do Comércio, lançou Getúlio Vargas - O lado oculto do presidente (Sfera, 184 páginas), no qual apresenta uma análise psicanalítica apurada de um de nossos maiores personagens históricos.
Mariante, porto-alegrense nascido em 1918, com seus mais de 60 anos de experiência na área psicanalítica e jornalística, utilizando elementos de história, documentos e com base em sua enorme cultura e erudição, convida os leitores a percorrerem os muitos labirintos das incontáveis facetas da mente e da personalidade de Getúlio. Dr. Mariante é membro efetivo da Associação Internacional de Psicanálise, da Associação Brasileira de Psicanálise, da Associação de Psicologia e Psicoterapia de Grupos em Buenos Aires, membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina e foi professor universitário em Buenos Aires e São Paulo.
No prefácio, o médico e escritor J.J. Camargo relata: "o Professor Mariante, com sua percepção psicanalítica apurada enriquece o entendimento do personagem que desde muito cedo revelou uma fixação pela ameaça da própria morte como um instrumento de barganha política (...) E por fim ele cumpriu o que parecia ser uma mera chantagem emocional, e deixou o Brasil com sentimento de culpa por não ter percebido o tamanho do seu desconsolo a tempo de confortá-lo. Constrangidos de tê-lo abandonado a uma solidão intolerável, os seus amados preferiram ignorar seu fracasso como ser humano e trataram de ungi-lo à condição de herói nacional. Foi por isso que se chorou tanto pelas ruas e avenidas do País naquele fatídico agosto que reluta em terminar no coração dos que o amaram".
Mariante, que foi chamado pelo próprio Vargas para seu círculo de amizades, ao lado de informações e comentários sobre os vários períodos da vida de Getúlio e do Brasil, acrescenta, na obra, citações e ensinamentos de mestres da psicanálise, da psicologia, da filosofia, da literatura e os relaciona com a vida e a trajetória política de Getúlio Vargas.

A propósito...

"Pai dos Pobres", "Mãe dos Ricos", "Esfinge dos Pampas", herói, vítima, ditador, democrata, muitas definições, muitos Getúlios passam pelo olhar atento do Dr. Mariante, que, antes, nos livros Os ases de 30 e Três no divã, já havia estudado e interpretado o falecido presidente. Getúlio lia escritores suicidas, flertou com a morte desde a infância, e este livro nos ajuda a compreender os posicionamentos políticos, a personalidade, as influências, as emoções e a depressão que marcaram sua existência.