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Porto Alegre, segunda-feira, 23 de maio de 2016. Atualizado �s 20h38.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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PALCO GIRAT�RIO

Not�cia da edi��o impressa de 24/05/2016. Alterada em 23/05 �s 16h14min

A pe�a Hamlet - Processo de Revela��o se apresenta no 11� Palco Girat�rio Sesc

Montagem mistura realidade e fic��o com participa��o do p�blico

Montagem mistura realidade e fic��o com participa��o do p�blico


ISMAEL MONTICELLI/DIVULGA��O/JC
Michele Rolim
Com luz na plateia e não apenas no palco, e tendo como ponto de partida uma das peças mais conhecidas de todos os tempos, o espetáculo Hamlet - processo de revelação, propõe que espectadores interajam com a história. A peça, que integra a programação do Festival Palco Giratório, ocorre hoje, às 21h, e amanhã, às 17h e 21h, no Teatro Renascença (Érico Veríssimo, 307), com ingressos entre R$ 10,00 e R$ 20,00.
Em um monólogo, o ator Emanuel Aragão, que também assina a dramaturgia do espetáculo, propõe uma conversa com a plateia na tentativa de reconstruir um diálogo direto e aberto com as pessoas - elas são livres para debater partes da peça e fazer perguntas.
"Já houve sessão em que o público ficou discutindo entre eles, durante 10 minutos, sobre o casamento de Cláudio, irmão do rei morto, com a rainha Gertrudes, se a união dos dois era ou não uma transgressão", comenta o ator, completando: "Cada sessão é única, porque depende muito da plateia, o que faz com que a duração da peça também varie muito", explica. 
A direção é de Fernando e Adriano Guimarães, do Coletivo Irmãos Guimarães (DF), grupo notório por seus trabalhos inspirados na obra de outro autor de clássicos - Samuel Beckett (1906-1989).
O espetáculo utiliza recursos da "performance art", com histórias que misturam ficção e realidade. Contudo, também há encenação de alguns trechos da peça, embora tudo aconteça na base do improviso, tanto que não houve ensaios, a peça foi construída em cima de discussões e leituras. "Não tenho um texto, tenho um roteiro - funciona, portanto, como uma estrutura de conversa, mal ou bem alguém conhece alguma coisa de Hamlet e a proposta é propor essa conexão", conta o ator.
Na história, famosa pela frase "Ser ou não ser, eis a questão", Hamlet, príncipe da Dinamarca, retorna ao reino após o assassinato de seu pai pelo próprio irmão, que passa a ocupar o trono e se casa com sua mãe, a rainha. O personagem busca a vingança enquanto questiona o sentido da vida e suas ações. Essa é a mais longa peça de Shakespeare.
"Na estrutura narrativa da tragédia, Hamlet não sabe o que vai fazer. Ele está sempre em risco tentando lidar com as situações que aparecem para ele, assim como eu estou vulnerável no palco", comenta Aragão.
O ator compara o processo de encenação como um curso de preparação de atores para um único ator. "Muitas vezes atuando na dramaturgia ou direção reclamamos que os atores não estão entendendo o que queremos que esteja em cena, agora não temos como reclamar", brinca ele, que já desenvolveu diversos trabalhos com os irmãos Guimarães como o celebrado espetáculo Nada, de 2012.
A ideia é tentar provocar em si mesmo os afetos que o personagem Hamlet experimentou durante a sua trajetória. Para isso, as dupla que assina a direção, lança mão de dispositivos físicos e materiais para alcançar tal estado aliados a palavra. Segundo o ator, a intenção da montagem é conseguir gerar, através dos experimentos de essência performática e da palavra, outro tipo de percepção para o espectador, um entendimento da obra que ultrapasse, inclusive, a razão. "O que nos interessa é conseguirmos trabalhar com a noção de experiência", observa o ator.
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