Luiza Fritzen

Após três anos longe dos estúdios, a cantora Roberta Sá apresenta amanhã aos fãs de Porto Alegre o seu novo disco, Delírio. O show acontece no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), às 21h, com ingressos entre R$ 80,00 e R$ 160,00.

O sexto álbum da artista traz 11 canções, sendo oito delas inéditas, compostas por Adriana Calcanhotto, Tom Veloso, Martinho da Vila, Cézar Mendes, Rodrigo Maranhão, Capinan, Moreno Veloso e Quito Ribeiro, além de um samba escrito por Roberta, em parceria com Xande de Pilares. Gravado no Rio de Janeiro, o disco teve uma curta passagem por Lisboa, onde Roberta Sá encontrou António Zambujo para registrar a faixa Covardia.

Dentre as parcerias do novo disco, o samba festeiro Boca em boca teve participação de Xande de Pilares, que utilizou o próprio cavaco durante a gravação. Chico Buarque faz dueto com a cantora nos versos românticos de Se for pra mentir. A faixa Amanhã é sábado foi composta por Martinho da Vila especialmente para Roberta Sá, como uma espécie de versão feminina da sua música Disritmia. Além de apresentar as novas músicas, o espetáculo trará sambas e sucessos da carreira da cantora, com faixas dos álbuns Braseiro, Quando o canto é reza e Que belo estranho dia para se ter alegria.

Em letras que falam de amor e relacionamentos, a artista buscou abordar o tema por diversos prismas com compositores de diferentes épocas, lugares e estilos. Roberta, que já gravou ao lado de Lenine, Carlos Malta e Pife Muderno, conta que a escolha dos duetos para a produzir Delírio ocorreu de forma natural: "Ao longo desses anos, fui encontrando e conversando com as pessoas. Já tinha pedido uma música para o Martinho e para a Adriana, e teve uma letra que achei a cara do Chico e chamei ele para gravar comigo".

A volta aos estúdios trouxe novas energias para o álbum, o que se percebe em versos como Renascer meu tambor, Nesse meu novo Ilê e Encontrar meu amor e voltar a viver. "Acho que foi o tempo perfeito para esse ciclo, considerando que um disco dura dois anos, no mínimo, entre a feitura, a divulgação e a turnê", afirma Roberta. Comparado aos trabalhos anteriores, a cantora acredita que a instrumentalidade de Delírio é o que o diferencia dos outros: "Ele foi um disco muito pouco editado, a banda gravou junto e alguns instrumentos complementares foram gravados depois". A parte vocal foi inserida em takes inteiros, sem recortes, o que passa a sensação de estar ouvindo ao vivo.

Além de soltar a voz e compor, Roberta Sá foi a responsável pela direção artística do CD e acabou estreando na direção de arte. "Realmente me envolvi mais na capa, na foto. Quando vi, estava montando uma equipe e dirigindo o que estava acontecendo", conta Roberta, que completa dizendo que, mesmo gostando da experiência, não sabe se irá repeti-la.

A direção do show ficou por conta de Gabriela Gastal; a cenografia, de Valéria Costa; a direção de movimento, de Marcia Rubin; a luz, de Tomás Ribas; e o figurino, da Martu. Rodrigo Campello, que também toca guitarra e violão tenor e assina os arranjos e as programações, assumiu a direção musical. Os músicos que acompanham Roberta no palco são Alberto Continentino no baixo, Marcos Suzano e Paulino Dias na percussão, Luis Barcelos no bandolim e cavaquinho, e Rodrigo Campello no violão tenor e violão de sete cordas.

Depois da apresentação na Capital, a turnê segue para Florianópolis, dia 13, e Rio de Janeiro, no dia 21. Em junho, os shows chegam à Europa.

Nascida em Natal (RN), Roberta Sá se mudou para o Rio de Janeiro, onde mora até hoje. A artista lançou seu primeiro disco, Braseiro, em 2004.

Oito anos depois, com mais de 20 mil discos vendidos, Roberta ganhou o prêmio de Melhor Cantora de MPB no Prêmio da Música Brasileira. A intérprete também participou do projeto Nivea Viva Samba, em 2014, e já emplacou músicas em novelas como Sete vidas, Amor à vida, Negócio da China e Cheias de Charme.