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indústria automotiva

- Publicada em 06 de Maio de 2016 às 15:37

Anfavea defende PPE perene para montadoras

Fábricas precisam de previsibilidade e estabilidade para trabalhar, segundo o novo presidente da Anfavea

Fábricas precisam de previsibilidade e estabilidade para trabalhar, segundo o novo presidente da Anfavea


MAURÍCIO BENTO/BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS/JC
As montadoras querem que o governo, independentemente de quem seja - se Dilma Rousseff ou Michel Temer -, mantenha o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como medida "perene" para evitar mais demissões no setor. O programa, iniciado neste ano, permite a redução de jornada e salários dos trabalhadores em períodos de crise, mas a versão atual tem dois anos de validade, ou seja, até o fim de 2017.
As montadoras querem que o governo, independentemente de quem seja - se Dilma Rousseff ou Michel Temer -, mantenha o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como medida "perene" para evitar mais demissões no setor. O programa, iniciado neste ano, permite a redução de jornada e salários dos trabalhadores em períodos de crise, mas a versão atual tem dois anos de validade, ou seja, até o fim de 2017.
"Defendemos que seja uma política perene, pois temos certeza de que vamos sair dessa situação atual de dificuldades, mas lá na frente pode ocorrer novamente", diz Antonio Megale, que assumiu a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no final do mês passado, para uma gestão de três anos.
Atualmente, 39 mil trabalhadores das montadoras estão em PPE ou em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), o equivalente a 30% da mão de obra do setor. Além dessas medidas, as empresas continuam dando férias coletivas. A Fiat dispensou, por 10 dias, grande parte dos 19 mil funcionários da fábrica de Betim (MG). A fábrica que produz os modelos Palio, Uno e o recém-lançado Mobi, entre outros, manterá apenas uma de suas quatro linhas em atividade, para "ajuste de produção à demanda do mercado", informa a montadora. Essa é a terceira vez no ano que a Fiat adota essa medida, somando ao todo 40 dias de dispensas coletivas.
Um dos entraves que a Anfavea deve encontrar em sua reivindicação é a dificuldade de caixa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que banca metade do valor do salário reduzido do trabalhador. Hoje, já ocorrem atrasos no repasse às empresas que aderiram à medida - que inclui período de garantia de emprego após o fim do programa e pode ser adotada por até cinco meses. Segundo a entidade, os custos com o programa são inferiores aos do salário-desemprego.
Megale também defende que prevaleçam os acordos fechados entre empresas e o sindicato de trabalhadores. Em muitos casos, afirma ele, a Justiça do Trabalho tem entendimento diferente e dá ganhos de causa aos funcionários em ações trabalhistas. "É uma questão que gera muita insegurança jurídica", afirma o executivo, de 59 anos, também diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen. Ele substitui Luiz Moan, que esteve à frente da Anfavea nos últimos três anos.
Mesmo com o PPE, as montadoras demitiram nos últimos 12 meses 12,3 mil funcionários em programas de voluntariado e incentivos após o fim do período de lay-off. Elas empregam atualmente 128,5 mil trabalhadores. A produção de veículos caiu 27,8% no primeiro trimestre ante 2015, para 594 mil unidades. Já as vendas no mercado interno tiveram retração de 27%, para 481,3 mil unidades.
Megale acredita numa retomada do mercado assim que a crise política do País for resolvida. "O que temos hoje é uma crise de confiança, mas quando tivermos um quadro político estável acreditamos que a economia será retomada." Ao falar de suas prioridades, Megale listou em primeiro lugar a necessidade de se trabalhar com previsibilidade e estabilidade. "Qualquer que seja o governo, precisamos de regras claras."
Tradicionalmente, o novo presidente da Anfavea faz uma visita ao presidente da República e ministros logo após a posse, para se apresentar e falar de seus planos. Desta vez, Megale aguardará a decisão do Senado, sobre o impeachment de Dilma, para seguir o ritual. A Anfavea tem 32 empresas associadas e o setor responde por 20% do PIB industrial.

Para Mercedes Benz, PPE perdeu utilidade

Fábricas precisam de previsibilidade e estabilidade para trabalhar, segundo o novo presidente da Anfavea

Fábricas precisam de previsibilidade e estabilidade para trabalhar, segundo o novo presidente da Anfavea


MAURÍCIO BENTO/BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS/JC
O Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo, perdeu a utilidade para as fábricas da Mercedes-Benz no Brasil, afirmou o presidente da montadora no País e na América Latina, Phillipp Schiemer. Em razão disso, o executivo afirmou que a adesão da empresa ao programa, que termina em maio, parece "impossível" de ser renovada. Lançado em julho de 2015, o PPE permite que empresas reduzam os salários e as jornadas dos seus funcionários em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelo governo.
"É um programa que ajuda temporariamente a passar por uma situação, nós fizemos durante nove meses e ele perdeu a utilidade porque o problema continua o mesmo, então temos de encontrar outras maneiras (de lidar com as dificuldades)", afirmou o executivo. A Mercedes-Benz aderiu ao programa em agosto.
Schiemer se recusou a dizer, no entanto, se a montadora vai realizar demissões após o fim do período de adesão ao programa. A montadora conta hoje com um excesso de dois mil funcionários e, além do PPE, tem recorrido ao lay-off para ajustar a produção das fábricas à demanda do mercado.
Apesar das dificuldades, a Mercedes-Benz mantém os investimentos anunciados. O plano é que, de 2015 a 2018, R$ 730 milhões sejam aplicados na modernização das fábricas em São Bernardo do Campo e Juiz de Fora. Em abril, a montadora inaugurou mais uma fábrica em Iracemápolis, com investimento de R$ 600 milhões e capacidade de produção de 20 mil veículos por ano.

Senado aprova farol baixo nas rodovias durante o dia

O uso obrigatório de farol baixo durante o dia nas rodovias foi aprovado no Senado e foi enviado para a sanção presidencial. A medida com objetivo de aumentar a segurança nas estradas foi defendida pelo relator da matéria, senador José Medeiros (PSD-MT), que atuou como policial rodoviário federal por 20 anos. Para o senador, trata-se de um procedimento bastante simples que deverá contribuir para a redução da ocorrência de acidentes frontais nas rodovias e salvar inúmeras vidas.
"O trânsito brasileiro é um dos que mais matam no mundo. São quase 50 mil vítimas fatais por ano. Essa proposta, além de não ter custos pode resultar em menos acidentes", afirmou Medeiros. A baixa visibilidade foi apontada pelo autor da proposta, deputado Rubens Bueno (PPS-PR) como uma das principais causas de acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras. Segundo Bueno, "os condutores envolvidos continuam relatando que não visualizaram o outro veículo a tempo para tentar uma manobra e evitar a colisão".
Apesar de o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já ter editado uma resolução recomendando o uso de farol baixo nas rodovias durante o dia, o entendimento é de que só uma norma com força de lei, como o PLC nº 156/2015, agora aprovado pelo plenário do Senado, levaria os motoristas a adotarem a medida.