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JC Logística

- Publicada em 05 de Maio de 2016 às 15:12

Técnicos dizem que faltou fixação aos pilares

Investigação preliminar indica erro de projeto e de execução da pista

Investigação preliminar indica erro de projeto e de execução da pista


CHRISTOPHE SIMON/AFP/JC
A Polícia Civil informou, na semana passada, que o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro, que provocou a morte de duas pessoas no dia 21 de abril, ocorreu porque a pista não era fixada nos pilares. A conclusão é dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Também confirmaram que o projeto da obra só tinha estudos sobre o impacto das ondas nos pilares e não sobre o tabuleiro.
A Polícia Civil informou, na semana passada, que o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro, que provocou a morte de duas pessoas no dia 21 de abril, ocorreu porque a pista não era fixada nos pilares. A conclusão é dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Também confirmaram que o projeto da obra só tinha estudos sobre o impacto das ondas nos pilares e não sobre o tabuleiro.
Segundo o laudo preliminar, uma onda bateu na murada da Gruta da Imprensa, no costão da avenida Niemeyer, ganhou força e subiu, levantando a pista. A ciclovia foi inaugurada em janeiro, com um projeto que, de acordo com o ICCE, contava com cálculos sobre a ação do mar, mas restrita aos pilares.
Os peritos da Polícia Civil analisaram 11 volumes de documentos e concluíram que foi avaliado o impacto que marés de até quatro metros e ondas com velocidade de até 65 km/h teriam sobre os pilares. "Fazer os cálculos para analisar o tipo ideal de ancoragem (uso de uma estrutura de aço para fixar a pista aos pilares) é uma etapa muita complexa", informaram os peritos que participaram das investigações sobre os motivos do desastre.
"Requer muito fundamento teórico, o engenheiro tem que fazer cálculos e cálculos. Mas não havia isso em nenhum documento", segundo informação de um dos peritos envolvidos na investigação. Conforme o diretor do ICCE, Sergio William Silva, peritos estiveram três vezes no local do acidente.
"A conclusão é de que o projeto não previu o impacto das ondas, no sentido ascendente, de baixo para cima, sobre a pista. Deveriam ter feito cálculo estrutural. Houve um erro primário. Analisamos as memórias de cálculo e só encontramos o estudo das marés em relação aos pilares", explicou o diretor.
O chefe do serviço de engenharia do ICCE, Liu Tsun, explicou como a onda provocou a queda do trecho na altura da Gruta da Imprensa. "A onda atingiu a plataforma de maneira ascendente. O obstáculo serviu como rampa. Todos sabem que a onda faz esse movimento há décadas. Poderiam ter pensado na amarração da plataforma ao pilar ou na construção de um quebra-mar."
O laudo preliminar divulgado também tem informações sobre a quantidade e a qualidade dos materiais usados na construção. Cita, por exemplo, que estavam faltando parafusos sob o tabuleiro.
A terceirização e até a "quarteirização" (nas palavras dos peritos) dos serviços durante a construção da ciclovia também constam da análise do ICCE. O consórcio Contemat/Concrejato delegou à Engemolde, empresa de pré-fabricados de concreto, o trecho que desabou. No entanto, ela teria repassado o serviço à Premag, de acordo com o laudo.
Agora, o titular da 15ª Delegacia de Polícia (Gávea), delegado José Alberto Pires Lages, deve concluir o inquérito sobre o acidente. Ele aguarda ainda o depoimento da mulher do engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, uma das vítimas da tragédia.
Por nota, o consórcio Contemat/Concrejato reafirmou seu compromisso com a apuração rigorosa dos fatos e informou que, além de realizar uma apuração interna completa, colabora permanentemente com as investigações. Sobre o laudo do ICCE, disse que qualquer esclarecimento adicional, no momento, seria prematuro. O consórcio alegou ainda que a ancoragem da pista (ou solução equivalente) não constava nem do projeto básico nem do edital de licitação.
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