Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

finanças

- Publicada em 26 de Maio de 2016 às 17:03

Estoque de crédito recua em abril

Setor imobiliário, que cresceu cerca de 10% em 12 meses, chegou a avançar mais de 50% em anos anteriores

Setor imobiliário, que cresceu cerca de 10% em 12 meses, chegou a avançar mais de 50% em anos anteriores


VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
O estoque de crédito no País teve no mês passado uma queda de 0,6%, segundo o Banco Central (BC). Um recuo em meses de abril não era visto há 13 anos, desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos 12 meses, o saldo do crédito foi ampliado em 2,7%, a menor taxa de crescimento desde 2007. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a queda da atividade econômica implica menor demanda por empréstimos, principalmente das empresas, mas também da famílias, que estão com a renda comprometida.
O estoque de crédito no País teve no mês passado uma queda de 0,6%, segundo o Banco Central (BC). Um recuo em meses de abril não era visto há 13 anos, desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos 12 meses, o saldo do crédito foi ampliado em 2,7%, a menor taxa de crescimento desde 2007. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a queda da atividade econômica implica menor demanda por empréstimos, principalmente das empresas, mas também da famílias, que estão com a renda comprometida.
"Hoje, as pessoas estão tomando menos crédito para consumo e as empresas também têm menor disposição para tomar crédito para investimento. De outro lado, os bancos não querem emprestar para não sofrer calote. São os dois lados que estão retraindo o volume de crédito no Brasil", disse o economista Luiz Fernando Castelli, da GO Associados.
O elevado custo do crédito também influenciou o resultado. Para as pessoas físicas, por exemplo, os juros do cheque especial dispararam 7,9 pontos percentuais de um mês para o outro, atingindo a taxa recorde de 308,7% ao ano. Em abril do ano passado, essa linha tinha um custo de 225,9% ao ano.
No caso do rotativo do cartão de crédito, que tem a taxa mais elevada entre todas as avaliadas pelo BC, houve um leve recuo de 0,8 ponto percentual no mês, mas a alta em 12 meses já chega a 101,2 pontos, alcançando 448,6% ao ano. Segundo Maciel, a queda na renda das famílias piorou o perfil do consumidor que usa esse tipo de crédito. "Tem retração econômica, retração de renda. Isso impõe alta de juros", explicou.
Maciel ainda mostrou outros impactos da crise econômica. O crédito para a compra de veículos, por exemplo, vem caindo. Nos últimos 12 meses, o estoque desse tipo de financiamento recuou 13,8%. "Não é de se estranhar. O crédito para a aquisição de veículos tem prazo mais longo. Num período de confiança mais baixa, você tem demanda fraca", disse.
Outro exemplo é o crédito imobiliário, que cresceu cerca de 10% em 12 meses, mas já chegou a avançar mais de 50% em anos anteriores. Nos primeiros quatro meses de 2016, novos empréstimos em linhas desse tipo caíram 42,3%. Nesse cenário de encolhimento do crédito, foram as empresas as responsáveis pelo aumento da inadimplência, passando de uma taxa de 2,9% em março para 3,1% em abril. Entre as pessoas físicas, o patamar de 4,3% permanece estável desde o início do ano.
Para reverter o quadro negativo do crédito, tanto agentes econômicos quanto o BC acreditam que é preciso retomar a confiança dos consumidores e empresários. "Sem confiança, há aversão grande em comprometer a renda futura", disse Maciel, destacando que esses índices começam a ensaiar alguma reação depois de sucessivas quedas desde 2014, mas ainda estão em patamar bastante reduzido.
Questionado se essa retomada estaria ligada à troca de governo, Maciel evitou traçar essa relação. "Eu não diria que há associação direta de confiança com este ou aquele governo", disse. Para ele, a retomada virá com um horizonte de maior estabilidade e melhores perspectivas. 

Cheque especial tem o maior encargo desde 1994

A taxa de juros do cheque especial subiu para 308,7% ao ano em abril, o maior valor desde 1994, segundo dados do Banco Central (BC). O dado representa um avanço de quase 8 pontos percentuais em relação à taxa de março deste ano. O juro do cheque especial só não é maior do que o do rotativo do cartão de crédito, que é a taxa mais alta entre todas as avaliadas pelo BC. Atingiu a marca de 448,6% ao ano em abril ante 449,4% de março, uma ligeira redução de 0,8 pontos percentuais na margem.
Já a taxa média de juros no crédito livre subiu de 51% ao ano em março para 52% ao ano em abril. Em abril de 2015, essa taxa estava em 41,8% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 69,2% ao ano para 70,8% ao ano, de março para abril, enquanto a para pessoa jurídica permaneceu estável em 31,1% no mesmo período. Para o crédito pessoal, aumentou de 53% ao ano para 54% ao ano. Para veículos, os juros caíram de 27% ao ano para 26,8% ao ano de março para abril.

Cartão de crédito tem taxa mais elevada em abril

O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 4,2 pontos percentuais de março para abril, conforme informou nesta quarta-feira, 25, o Banco Central (BC). Com a alta na margem, a taxa passou de 110,2% ao ano em março para 114,4% ao ano no mês passado.
O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Atingiu a marca de 448,6% ao ano em abril ante 449,4% de março, uma ligeira redução de 0,8 pontos percentuais na margem.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 4,8 pontos de março para abril, passando de 145,9% ao ano para 150,7% ao ano. A taxa média de juros no crédito livre subiu de 51% ao ano em março para 52% ao ano em abril, conforme o BC. Em abril de 2015, essa taxa estava em 41,8% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 69,2% ao ano para 70,8% ao ano, de março para abril, enquanto a taxa para pessoa jurídica permaneceu estável em 31,1% no mesmo período.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, acelerou de 32,0% ao ano em março para 32,4% ao ano em abril. No quarto mês de 2015 estava em 26,5%. O juro médio do crédito direcionado passou de 10,9% ao ano para 10,7% ao ano na margem.
A taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 5,7% em abril, ante 5,6% em março, segundo informou o BC. Em abril de 2015, a taxa estava em 4,6%. Para pessoa física, a taxa de inadimplência ficou mantida em 6,2% na comparação mensal. Para as empresas, subiu de 4,9% para 5,1% de um mês para o outro.

Estoque de bancos públicos cresce 0,4% em abril para R$ 1,777 trilhões

Os bancos públicos mantiveram seus estoques de crédito estáveis em abril, assim como as instituições privadas. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Banco Central, as instituições oficiais têm um saldo de R$ 1,777 trilhão, um leve recuo de 0,4%. Essa mesma retração foi verificada nos estoques dos bancos privados nacionais, para R$ 916,531 bilhões, segundo dados preliminares do BC. Já no caso dos bancos estrangeiros, houve recuo de 1,3% no mês, para R$ 448,897 bilhões.
A inadimplência nas instituições públicas aumentou 0,3 ponto porcentual de dezembro para abril, para 3%. No caso das instituições privadas nacionais, a taxa subiu de 4,8% para 5% no ano e, nas estrangeiras, houve uma estabilidade na taxa, que manteve-se em 3,8%.
Entre os bancos públicos, as provisões subiram ligeiramente de dezembro para abril, de 4,3% para 4,5%; nos nacionais privados, subiram de 8,2% para 8,9% e, nos estrangeiros, passaram de 6,1% para 6,6% no mesmo período de comparação.
Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) para empresas recuaram 5% de dezembro para abril, somando um total de R$ 601,535 bilhões, conforme dados do Banco Central. Em 12 meses, o recuo está em 0,6%.
Em abril, houve recuo de 5,4% nas linhas de capital de giro (R$ 11,951 bilhões), queda de 1% no financiamento ao investimento (R$ 576,365 bilhões) e baixa de 1,6% nas modalidades para o setor rural (R$ 13,219 bilhões) por parte do banco de desenvolvimento.
Para pessoas físicas, o crédito do Bndes avançou 0,5% em abril, para R$ 48,069 bilhões. A alta em 12 meses está em 6,5%.