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Política

- Publicada em 21 de Abril de 2016 às 22:53

Um terço dos prefeitos do Estado desiste de reeleição

Paparico avalia que perda de gestores experientes pode piorar situação

Paparico avalia que perda de gestores experientes pode piorar situação


ANTONIO GRZYBOWSKI/DIVULGAÇÃO/JC
Lívia Araújo
Cerca de 33% dos 152 prefeitos gaúchos aptos a se candidatar a um segundo mandato não estão dispostos a concorrer à reeleição em outubro deste ano. Entre os principais motivos elencados para a não continuidade da gestão estão os problemas advindos da crise financeira que o País enfrenta e a desilusão com a prática política, constatou um estudo feito pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Cerca de 33% dos 152 prefeitos gaúchos aptos a se candidatar a um segundo mandato não estão dispostos a concorrer à reeleição em outubro deste ano. Entre os principais motivos elencados para a não continuidade da gestão estão os problemas advindos da crise financeira que o País enfrenta e a desilusão com a prática política, constatou um estudo feito pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
A entidade também apurou que, entre as 51 cidades em que o mandatário não buscará a reeleição, em 24 a desmotivação parte tanto do prefeito quanto do vice.
Para Ederildo Paparico Bacchi (PDT), vice-presidente da Famurs e responsável pela condução do estudo, a situação, embora preocupante, é compreensível, pela dificuldade imposta pela falta de recursos. "A ponta mais frágil da crise está nos municípios. Houve uma queda drástica no repasse de recursos dos governos federal e estadual, principalmente na saúde. Há atrasos de repasses do mês de fevereiro e março por parte do Estado", alerta.
No entanto, na opinião de Paparico, é justamente a perspectiva de que estes prefeitos não concorrem que pode contribuir para o agravamento da situação dos municípios. "Essas crises são cíclicas. Nesses momentos, os prefeitos não podem se furtar a colocar seu nome à disposição quando as comunidades chamam. Se já está difícil administrar quando temos um gestor no meio do rio, navegando, muito pior será se tivermos gestores novos, que não conhecem essa realidade", pondera. Segundo Paparico, que é prefeito de São João da Urtiga, isso abre precedente para que surjam candidatos que oferecem soluções milagrosas, que, muitas vezes, não são passíveis de execução.
Para o prefeito, apesar de uma das principais bandeiras da Famurs ser a revisão do pacto federativo, alterando a atual distribuição de recursos entre União, estados e municípios, não há perspectiva próxima para que esse objetivo seja atendido, de modo a amenizar a situação dos prefeitos. "Como vai avançar uma reforma como o pacto sem resolver a grave crise institucional, a questão política de Brasília?", questiona.
A questão política é um motivo dominante para que o atual prefeito de Pejuçara, Eduardo Buzzatti (DEM), desista de tentar a reeleição. Para ele, que é produtor rural e já foi prefeito do Município de 1993 a 1996, "A política virou balcão de negociação. O Congresso Nacional está podre, e a sociedade te vê como integrante da roubalheira. Isso me faz recuar", admite. O prefeito defende uma "radicalização do sistema político", com a limitação do número de mandatos no Poder Legislativo. "Eles se perpetuam no poder, e não há renovação", queixa-se.
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