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- Publicada em 13 de Abril de 2016 às 19:06

Dilma ataca golpe e diz confiar na vitória

Presidente recebeu jornalistas na mesa de reuniões de seu gabinete no Planalto

Presidente recebeu jornalistas na mesa de reuniões de seu gabinete no Planalto


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
Em conversa com um grupo de jornalistas, ontem no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse estar confiante em uma vitória na Câmara dos Deputados contra o pedido de abertura de processo de impeachment. Caso isso aconteça, Dilma vai propor um amplo pacto nacional com todas as forças políticas, inclusive da oposição. Indagada se participaria de um pacto no caso de derrota, Dilma respondeu: "Se eu perder, sou carta fora do baralho".
Em conversa com um grupo de jornalistas, ontem no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse estar confiante em uma vitória na Câmara dos Deputados contra o pedido de abertura de processo de impeachment. Caso isso aconteça, Dilma vai propor um amplo pacto nacional com todas as forças políticas, inclusive da oposição. Indagada se participaria de um pacto no caso de derrota, Dilma respondeu: "Se eu perder, sou carta fora do baralho".
"Digo qual é o meu primeiro ato pós-votação na Câmara. A proposta de um pacto, de uma nova repactuação entre todas as forças políticas, sem vencidos e sem vencedores. Seja pós-Câmara, mas também pós-Senado, sobretudo. No pós-Senado é que isso será mais efetivo", disse Dilma. De acordo com a presidente, a proposta de repactuação vai se estender à oposição. "A oposição existe", declarou.
Às vésperas da votação na Câmara que vai selar seu destino político, Dilma recebeu os jornalistas para uma conversa em seu gabinete, que se estendeu por mais de duas horas entre o final da manhã e o início da tarde, na qual falou sobre suas expectativas para os próximos dias.
Aparentando tranquilidade e, em vários momentos, bom humor, Dilma se mostrou confiante no resultado da votação, a despeito das notícias negativas dos últimos dias, como a decisão do PP de desembarcar do governo. Dilma disse que vai lutar até o fim pela manutenção do mandato, em todas as instâncias possíveis, e descartou fazer como o ex-presidente Fernando Collor, que renunciou depois de ser derrotado na Câmara, em 1992, e pouco antes de começar a ser julgado pelo Senado, no final daquele ano. "O governo vai lutar até o último minuto do último tempo por uma coisa que acreditamos que seja factível, que é ganhar contra esta tentativa de golpe que estão tentando colocar contra nós através de um relatório que é uma fraude", afirmou a presidente.
Dilma comparou o momento a uma guerra psicológica, na qual os dois lados tentam usar os números a seu favor para influenciar os indecisos. "Nós, agora, nessa reta final, estamos sofrendo e vamos sofrer uma guerra psicológica que tem um objetivo, que é construir uma situação de efeito dominó", disse. A presidente minimizou a saída do PP do governo. "É muito difícil, neste momento, você dizer que um partido desembarcou do governo. Têm situações as mais variadas. Os partidos saem do governo, e as pessoas ficam", disse.
Dilma não descartou a possibilidade de recorrer ao Judiciário em caso de derrota. Ela citou supostas falhas no rito do impeachment em relação ao direito de defesa como argumento para a judicialização do caso. "Não garanto o que nós vamos fazer, porque não tenho a avaliação completa do jurídico do governo. Não sabemos se vamos. E se formos, quando", disse.

PDT fecha questão contra o afastamento de Dilma e vai punir dissidentes

No momento em que o governo federal perde apoio de partidos que considerava fundamentais para barrar o impeachment, como o PP, o PDT anunciou apoio integral à presidente Dilma Rousseff (PT) na votação marcada de domingo. O líder do partido na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha, disse ontem que o partido fechou questão contra o impeachment, o que significa que deputados dissidentes deverão ser punidos pelo diretório nacional, que se reunirá em maio. "Não vamos sair do barco como se fôssemos ratos", disse. Rocha evitou comentar a decisão de partidos da base do governo de passar a apoiar o afastamento da presidente. A decisão sobre o voto do PDT foi tomada, segundo o líder, por ampla maioria dos participantes da reunião realizada na noite de terça-feira.

Após desembarque do PP, Gilberto Occhi entrega Ministério da Integração

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi (PP), entregou ontem sua carta de demissão do cargo à presidente Dilma Rousseff (PT). A decisão ocorreu no dia seguinte ao desembarque do PP do governo, liderado pela bancada na Câmara dos Deputados, que quer votar a favor do impeachment. Dos 47 deputados do PP que votarão no domingo, pelas contas do partido, cerca de 40 são favoráveis ao afastamento de Dilma. O presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira, forçou a manutenção do PP na base aliada, na semana passada, e havia garantindo ao Planalto que tinha 40 dos 57 congressistas (entre deputados e senadores) contra o impeachment.

PSD vai apoiar impedimento

O PSD anunciou, na noite de ontem, que apoiará o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na votação de domingo. Dos agora 38 deputados, 30 são favoráveis ao impedimento da petista. O governo, que acredita ter 11 votos na bancada, tenta segurar o partido. Mesmo após o anúncio do PSD, um dos negociadores do Planalto informou que a oferta do Ministério do Turismo ainda está de pé.