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crise política

- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 18:52

Comissão de Impeachment não define rito de votação


Deputado Rogério Rosso preside a Comissão Especial de Impeachment

Deputado Rogério Rosso preside a Comissão Especial de Impeachment


EVARISTO SA/AFP/JC
Acabou sem um acordo a reunião da cúpula da Comissão Especial do Impeachment com líderes partidários sobre o rito de votação do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO).
Acabou sem um acordo a reunião da cúpula da Comissão Especial do Impeachment com líderes partidários sobre o rito de votação do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO).
Caberá ao presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidir se haverá sessões de debate de madrugada, se estendendo para este sábado e domingo. O relatório precisa ser votado até segunda-feira.
A oposição defende que a sessão de debates, que terá início nesta sexta-feira à tarde, continue até se esgotar o número de parlamentares inscritos. Mais de 100 deputados, entre membros e não membros da comissão, se inscreveram. Titulares e suplentes podem discursar por 15 minutos e não 10. "Nada impede que se trabalhe sábado e até eventualmente domingo, até porque a situação do Brasil é de excepcionalidade", pregou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Os líderes deixaram o encontro com Rosso sem chegar a um consenso. O líder do PT, Afonso Florence (BA), afirmou que o regimento determina dias regulares e que a atipicidade de uma sessão no fim de semana joga para a "desestabilização". "Não há necessidade e justificativa regimental para entrar no sábado e no domingo", argumentou.
O líder do P-Sol, Ivan Valente, disse que sessões no fim de semana servem para criar "factoides" e disse que a normalidade das sessões em dias úteis deve prevalecer. "O que está em debate é a sensatez", comentou.
O petista afirmou que ainda não há plano de recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Se houver flagrante ilegalidade, vamos recorrer, mas não é a nossa intenção", declarou.
Rosso deixou o encontro pela porta dos fundos, sem falar com os jornalistas.
Florence classificou o parecer de Jovair de fraco por não provar que houve crime de responsabilidade contra Dilma. "Consideramos que é um parecer muito frágil do ponto de vista jurídico", afirmou. Ele disse que a base aliada ainda trabalha com a possibilidade de derrotar o relatório na comissão e se demonstrou confiante de que a oposição não conseguirá obter 342 votos no plenário para afastar Dilma. "Esperamos ganhar na comissão. Se não ganhar, será apertado", comentou.
Enquanto a oposição se diz satisfeita com o parecer de Jovair, o líder do P-Sol disse que o voto do relator tem pouco foco nas "pedaladas fiscais" e pouca "materialidade" de crime cometido pela presidente. "Pedalada fiscal não cassa presidente. Se cassar, tem de cassar vice-presidente também", afirmou.
Imbassahy disse que o relatório dá conforto para quem votará a favor do impeachment. "É um relatório bem formulado e cuidadoso", opinou.

Delação de ex-executivo da Andrade Gutierrez pode influir na votação

Líderes da oposição ao governo federal avaliaram, nesta quinta-feira, que o conteúdo da delação premiada do ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo pode influenciar na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados. Azevedo teria relacionado propinas a doações feitas às campanhas da presidente nas eleições de 2010 e 2014.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, a revelação cria, cada vez mais, um ambiente desfavorável à presidente da República, embora a delação não seja objeto da denúncia em análise pelos deputados. "O conjunto da obra acaba por influenciar", observou Imbassahy.
Azevedo afirmou, em delação premiada da Operação Lava Jato, que a empreiteira realizou doações para as campanhas eleitorais de Dilma com recursos de propinas de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico.
As contribuições da empresa, de R$ 20 milhões, foram registradas na Justiça Eleitoral, mas R$ 10 milhões estariam ligados a desvios das obras das usinas de Angra 3 e Belo Monte, além do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
O PT nega irregularidades nas doações."Onde você mexer, vai encontrar rastro de dinheiro fácil para financiar campanhas. Estamos falando de crimes da maior gravidade, que o País nunca viu", comentou o líder do PPS, Rubens Bueno.
O líder do PT na Câmara, Afonso Florence, disse que a delação não deve influenciar os parlamentares, porque o vazamento "virou rotina de disputa política". O líder do P-Sol disse que a delação mostra que doações eleitorais vieram de dinheiro "roubado da Petrobras para vários partidos".

Ronaldo Caiado acusa governo de usar emendas

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) acusou o governo de usar a verba de emendas parlamentares para barganhar votos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com ele, o Ministério da Fazenda adiantou pagamentos e priorizou a verba de emendas pagas individualmente aos parlamentares em vez de verbas para as bancadas dos estados.
"O governo está lançando mão de todo tipo de artifício para impedir o impeachment. Dilma mandou seu ministro da Fazenda antecipar o pagamento de emendas de forma direcionada como uma barganha por votos", afirmou Caiado. Para o senador, o adiantamento dos pagamentos tem objetivo político, e os valores serão usados para incentivar os deputados a votar contra o impeachment.
Caiado mostrou que, em decreto do último dia 30, sobre a limitação de movimentação financeira, Dilma manteve o contingenciamento da verba para emendas de bancadas estaduais, mas liberou o pagamento de R$ 6,6 bilhões para emendas individuais.

Dilma condena vazamentos

A presidente Dilma Rouseff (PT) voltou a condenar "grampos seletivos" e disse que pediu que o Ministério da Justiça tome todas as medidas cabíveis para coibir vazamentos de informações sobre investigações em curso.
"Nós poderemos ter, nos próximos dias, muitos vazamentos oportunistas e seletivos. Eu determinei ao ministro da Justiça a rigorosa apuração de responsabilidade por vazamentos recentes, bem como tomar todas as medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites a seleção muito clara de vazamento em nosso País", afirmou a presidente em um ato de "mulheres em defesa da democracia" no Palácio do Planalto.