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Política

- Publicada em 05 de Abril de 2016 às 22:04

'Ainda há muito a revelar', diz Méndez sobre offshores

Saúl Méndez integra grupo de movimentos sociais que denunciaram corrupção no paraíso fiscal

Saúl Méndez integra grupo de movimentos sociais que denunciaram corrupção no paraíso fiscal


REPRODUÇÃO FACEBOOK/DIVULGAÇÃO/JC
Isabella Sander
Em visita a Porto Alegre, o sindicalista Saúl Méndez, do Panamá, falou com exclusividade ao Jornal do Comércio sobre denúncias feitas pelos movimentos sociais panamenhos a respeito da abertura de offshores (contas bancárias de pessoas ou empresas abertas em um país diferente do que reside para aplicações financeiras e compras de imóveis) de vários países no Panamá. Os ativistas iniciaram as denúncias há cerca de um ano, mas o caso só teve repercussão nesta semana, com a divulgação do Panama Papers. Trata-se de uma vasta rede de informações sobre o escritório panamenho Mossack Fonseca, responsável pela abertura de empresas offshore no País. Através destas empresas, sediadas no paraíso fiscal, chefes de Estado, políticos, criminosos e até celebridades ocultavam dinheiro.
Em visita a Porto Alegre, o sindicalista Saúl Méndez, do Panamá, falou com exclusividade ao Jornal do Comércio sobre denúncias feitas pelos movimentos sociais panamenhos a respeito da abertura de offshores (contas bancárias de pessoas ou empresas abertas em um país diferente do que reside para aplicações financeiras e compras de imóveis) de vários países no Panamá. Os ativistas iniciaram as denúncias há cerca de um ano, mas o caso só teve repercussão nesta semana, com a divulgação do Panama Papers. Trata-se de uma vasta rede de informações sobre o escritório panamenho Mossack Fonseca, responsável pela abertura de empresas offshore no País. Através destas empresas, sediadas no paraíso fiscal, chefes de Estado, políticos, criminosos e até celebridades ocultavam dinheiro.
Jornal do Comércio - As denúncias ocorriam há um ano. Como foi isso?
Saúl Méndez - Nós criamos um movimento social panamenho, chamado Frente Nacional de Defesa do Direito Econômico e Social (Frenadeso), e denunciamos há um ano, aproximadamente, que o Panamá estava sendo usado por empresas offshore de outros países para evadir impostos. Esse tema não é novo, o Panamá tem sido considerado um paraíso fiscal por muitas economias. Na verdade, o país se converteu em uma espécie de centro, onde diferentes investidores, empresários e políticos têm utilizado esse mecanismo. Obviamente, esse é um tema agora, através de jornalistas do mundo inteiro. Ainda há muito a revelar.
JC - O que se sabia, naquela época, sobre essa questão?
Méndez - Sabíamos que o país estava sendo utilizado para esse tipo de situação, de evasão de impostos. É um tema complicado, muito trabalhoso, e só agora estamos vendo resultados mais específicos, a partir da invasão de hackers a computadores de um escritório de advogados do Panamá, o Mossack Fonseca.
JC - O que se pode fazer para que a evasão de impostos no Panamá não ocorra mais?
Méndez - A questão requer mudanças legislativas, para evitar essas situações que se apresentam no país. Notadamente, as grandes firmas, que sonegam impostos, velam por seus próprios interesses, do capital internacional e nacional, foram as que montaram a estrutura legal para esse tipo de corrupção.
JC - Por que, naquela época, não se ouviu as denúncias de vocês?
Méndez - Esse é um tema que envolve interesses fundamentalmente políticos. Grandes corporações e meios de comunicação mundiais fizeram uma aliança sem precedentes, que agora escandalizou o mundo inteiro. No entanto, as grandes corporações e meios de comunicação, manipuladas pelo produto do capital, não permitiriam que essas informações chegassem à população através de um feito do movimento social do Panamá. Nossas denúncias se fundamentaram através de redes sociais e de nossas próprias investigações, mas agora ganham maior relevância, pois se dão em um momento em que se dá a conhecer, no sistema econômico mundial, essa mesma situação que já denunciamos no Panamá.
JC - É importante criar uma solução global para a sonegação de impostos?
Méndez - O importante é dar sequência a essa investigação. Por enquanto, só temos a ponta do iceberg, o problema é complexo.
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