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Opinião

- Publicada em 28 de Abril de 2016 às 16:58

Juro alto inibe a inflação e também o crescimento

A política conservadora de usar os juros para combater a inflação está com prazo de validade esgotado. Isso foi constatado na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana. O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés. O Copom reconheceu os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos.
A política conservadora de usar os juros para combater a inflação está com prazo de validade esgotado. Isso foi constatado na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana. O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés. O Copom reconheceu os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos.
No entanto, considerou que o nível elevado da inflação em 12 meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária. Ao mesmo tempo, o déficit das contas públicas em março foi o maior da série histórica, com R$ 7,8 bilhões. É o pior resultado conjunto do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social desde 1997, início da série histórica do Ministério da Fazenda.
No acumulado do primeiro trimestre de 2016, o deficit primário somou R$ 18,2 bilhões, também um recorde histórico, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Combater a inflação é correto, mas não elevando os juros com a atividade econômica praticamente paralisada no Brasil, com 10 milhões de desempregados.
Analistas financeiros dizem que, a cada um ponto percentual nos juros para mais, o governo dispende em torno de R$ 30 bilhões para honrar a sua dívida atrelada à Selic, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Ora, se vale quando sobe, pode-se deduzir que, baixando os juros em um ponto percentual, seriam economizados R$ 30 bilhões, para um governo que prevê quase R$ 100 bilhões de déficit em 2016.
A inflação subiu por conta dos reajustes dos preços administrados pelo governo e que foram represados artificialmente em 2014, com vistas a não prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Os juros que o governo federal paga são altos, com a Selic em 14,25% ao ano.
O ortodoxo Joaquim Levy foi trocado por Nelson Barbosa, mas a política ficou igual e sem as prometidas reformas, apenas corte de despesas, um clamor nacional por menos gastos públicos. Em princípio, as metas continuam as mesmas, ou seja, combater a inflação e gerar desenvolvimento. Disso ninguém discorda. A questão é como atingir esse objetivo. A dívida do governo federal é, basicamente, com a rede bancária, que tem gordos lucros recorrentes, como no primeiro trimestre de 2016.
O irônico é que os juros são elevados para combater a inflação. Mas, com o desemprego, os baixos salários e a recessão consequente, o consumo vem caindo em todos os setores desde 2015. Mesmo que o Banco Central tenha por tarefa básica monitorar a inflação, o câmbio e as contas do Governo Central, em busca do superávit primário com o qual paga os juros da astronômica dívida pública de R$ 2,8 trilhões, a economia está paralisada.
Agora, para o Copom, "os mercados estão calmos". Quem não estaria ganhando tanto dinheiro com juros? Os juros pagos por ano na dívida pública serviriam para alavancar programas sociais e, o melhor na atual situação, abrir frentes de investimentos. O problema é que a elevação dos juros não tem surtido o efeito desejado, o de segurar os preços. Não em 2014 e menos ainda em 2015.
No quesito alimentos, quem vai ao supermercado nota a alta. Até banana está cara, como a laranja e o mamão, além da maçã, historicamente uma fruta cara. Menos inflação e mais desenvolvimento é o que todos desejam.
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