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Opinião

- Publicada em 14 de Abril de 2016 às 17:35

País aguarda, ansioso, decisão sobre impeachment

A Advocacia-Geral da União (AGU) impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança para anular o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro do STF Luiz Edson Fachin, que seria o relator e decidiria monocraticamente no recebimento, passou a espinhosa decisão para o plenário da Corte.
A Advocacia-Geral da União (AGU) impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança para anular o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro do STF Luiz Edson Fachin, que seria o relator e decidiria monocraticamente no recebimento, passou a espinhosa decisão para o plenário da Corte.
Caso ocorram novas ações no STF, teremos a judicialização da questão, o que não é salutar para a política, ainda mais em um momento de definições tão importantes para o futuro do País, em debate no Congresso Nacional.
Até este momento, não se tem a garantia de que haverá, ou não, o impedimento da presidente Dilma, apesar de a fuga de partidos da base aliada como PP, PRB e PSD, sem falar no rompimento do próprio PMDB do vice-presidente Michel Temer apontar para dificuldades do governo em barrar o avanço do processo.
Isso é uma constatação dos fatos que envolvem o impeachment, algo sempre traumático, pois, evidentemente, o ideal seria o País não ter que passar por isso, chegando a esse ponto de grave crise política e econômica, o que, aliás, está acontecendo desde 2015.
Mesmo com os maus presságios sobre a votação no plenário da Câmara, a presidente Dilma declarou que está decidida a lutar até o último minuto para salvar seu mandato. Ela também anunciou que, no caso de sair vitoriosa da votação, proporá um pacto a todas as forças políticas, no qual não haverá vencedores nem derrotados.
Aos 68 anos de idade, a presidente mantém a liturgia e os compromissos do cargo em meio à saraivada de críticas. Sempre chamando o processo que sofre de golpe de Estado, ela não conseguiu convencer a maioria da população, nem o empresariado, menos ainda a OAB nacional sobre o "golpe", termo repetido à exaustão pelos seus apoiadores.
Caso a Câmara dos Deputados leve o processo adiante e o Senado aprove o impeachment, Dilma será substituída pelo vice Michel Temer. Mas a ex-guerrilheira que desafiou seus torturadores durante a ditadura militar não parece se impressionar e não está disposta a dar o braço a torcer.
"O governo vai lutar até o último minuto do segundo tempo por algo que acreditamos que seja factível, que é ganhar contra esta tentativa de golpe que estão tentando colocar contra nós através de um relatório que é uma fraude", afirmou a presidente.
Se o impedimento for aprovado, será a vitória da democracia, anunciam os que o apoiam. Se não passar, será o fim da tentativa de golpe, para os apoiadores do Planalto.
No limite do estresse, após meses sendo bombardeada de todos os lados e vendo seu governo parar, melancolicamente, Dilma Rousseff disparou contra quem elegeu como seus inimigos figadais, ou seja, o vice Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontados por ela como "o chefe e o vice-chefe do golpe".
Finalmente, a presidente falou o que muitos queriam ouvir, como um gran finale do imbróglio político em que se meteu o Brasil: "Se eu perder, sou carta fora do baralho".
A definição virá após a votação na Câmara. Se for atingido o número de 342 votos de deputados federais, será o fim do governo. O Brasil aguarda, ansioso, pela decisão.
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