União Europeia propõe mudar sistema para acolher refugiados

A Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) anunciou nesta quarta-feira (6) uma proposta para reformar o sistema de asilo e refúgio no bloco de 28 países. A medida é mais uma tentativa de organizar o fluxo de 1,1 milhão de refugiados e imigrantes que chegou ao continente apenas em 2015.

A intenção é alterar o Tratado de Dublin, segundo o qual os solicitantes têm de pedir asilo ao país da UE de chegada ""ou, se forem para outra nação no processo, devem voltar ao ponto de origem. Como praticamente apenas Grécia (850 mil pessoas) e Itália (200 mil) concentram quase todo o fluxo de chegada, os países não têm conseguido lidar com a quantidade de requerentes de asilo.

Para o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, as diferentes políticas dos países "têm alimentado o 'comércio' de asilos e a migração irregular". Ele se refere ao fato de que a maioria dos migrantes e refugiados evita se registrar na Grécia e na Itália para tentar ser acolhido em nações onde acreditam ter mais perspectivas, como a Alemanha.

Os países se dividem entre fazer um mecanismo corretivo do tratado de Dublin para redistribuição dos imigrantes ou a implantação de cotas obrigatórias de acolhimento de refugiados nos 28 países. As propostas devem ser votadas em maio, mas enfrentam resistência principalmente de membros menores, como Hungria e Eslováquia.

Nesta quarta, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, anunciou que poderá suspender a partir de 12 de maio os controles de fronteira com a Áustria. A medida foi adotada em setembro passado devido ao intenso fluxo de refugiados que chegava ao país.