A ação de fortes ondas em lajes sem qualquer tipo de ancoragem nos pilares foi apontada como fator determinante para o acidente na ciclovia Tim Maia, que fica entre a pista da avenida Niemeyer e um penhasco, acima do mar, conectando a Praia do Leblon e a orla do bairro de São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
É o que aponta documento elaborado pelo Ministério Público (MP) do estado na representação que instaura o inquérito civil público para apurar as responsabilidades pelo desabamento da estrutura inaugurada em janeiro visando às Olimpíadas , que matou duas pessoas no dia 21 de abril.
O promotor Vinicius Leal Cavalleiro afirma que "houve minimamente uma falha, ou na concepção do projeto, por parte do poder público contratante e/ou na execução deste mesmo projeto." Cavalleiro sustenta a afirmação de um laudo preliminar do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate), do MP, que vistoriou o trecho da ciclovia no dia do acidente.
O inquérito civil investiga atos de improbidade administrativa provenientes da contratação do consórcio Contermat-Concrejato pela Fundação Geo-Rio, vinculada à prefeitura. Os responsáveis legais do grupo empresarial são parentes do secretário municipal de Turismo do Rio de Janeiro, Antônio Pedro Figueira de Melo. Esse fato configura, segundo a representação, "aparente contradição com as finalidades legais para as quais foi criada a contratante, e em condições técnicas eventualmente irregulares, ou contratualmente inadequadas". O presidente da Geo-Rio e os cinco componentes da comissão de vistoria da prefeitura também estão sendo investigados.