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Economia

- Publicada em 20 de Abril de 2016 às 20:59

Envio de lucros e dividendos para o exterior cai pela metade

Estadão Conteúdo
O volume de lucros e dividendos que as empresas instaladas no Brasil enviam para suas matrizes no exterior caiu pela metade em março passado em relação à média histórica para o mês. É um dos reflexos da recessão econômica pela qual passa o País, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. "Os lucros e dividendos estão em nível inferior à média histórica", comparou. No mês passado, o envio foi de US$ 1,4 bilhão, 48% abaixo da média, de US$ 2,7 bilhões.
O volume de lucros e dividendos que as empresas instaladas no Brasil enviam para suas matrizes no exterior caiu pela metade em março passado em relação à média histórica para o mês. É um dos reflexos da recessão econômica pela qual passa o País, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. "Os lucros e dividendos estão em nível inferior à média histórica", comparou. No mês passado, o envio foi de US$ 1,4 bilhão, 48% abaixo da média, de US$ 2,7 bilhões.
A situação é ainda mais grave quando avaliada no detalhe: apenas a remessa das empresas, sem considerar os lucros reinvestidos, somou US$ 324,8 milhões no mês passado. Esse volume é 78% menor que a média para o mês dos últimos dez anos. No caso dos investidores que aplicam recursos em produtos financeiros no Brasil, o recuo das remessas, em março, foi de 26% em relação à média do mês.
Dados parciais, até 18 de abril, reforçam essa tendência de remessas em baixa. Os envios no período somam US$ 380 milhões. O dólar ainda forte em relação à moeda brasileira também tem impacto sobre a decisão de enviar recursos, já que com um mesmo volume de reais compra-se menos dólares do que há um ano, por exemplo - nos últimos 12 meses, a divisa subiu 16% ante o real. Pelos cálculos do BC, a remessa de lucros em 2016 será de US$ 18 bilhões, 14% abaixo do que foi no ano passado.
Esse arrefecimento nas remessas tem colaborado para a redução do rombo nas contas externas - contabilidade que mede as relações comerciais, financeiras e de troca de serviços do Brasil com o restante do mundo. Pelos dados do BC, esse déficit ficou em US$ 855 milhões em março. O volume, o menor para um mês de março desde 2007, surpreendeu a instituição, que previa um rombo de US$ 1,7 bilhão no mês. Para abril, a expectativa do BC é de déficit de US$ 1 bilhão.
Além da recessão, o dólar em alta também beneficiou essa conta. Com o encarecimento das viagens internacionais e de aluguel de equipamentos, por exemplo, as despesas brasileiras diminuem. Ao mesmo tempo, essa combinação faz as importações diminuírem e as exportações aumentarem, colaborando para saldos comerciais mais robustos.
No primeiro trimestre do ano houve superávit de US$ 7,8 bilhões - de janeiro a março de 2015 foi registrado déficit de US$ 5,8 bilhões. O economista do BC avalia que a reação das compras e vendas brasileiras mostra que o País passa por um forte ajuste externo. Apesar de muitos dados ainda serem negativos, a expectativa é a de que o rombo das contas correntes seja coberto este ano pelo Investimento Direto no País (IDP). Em março, já se viu isso, com a entrada de US$ 5,6 bilhões.
Com a alta do dólar e a renda mais apertada, o brasileiro tem controlado mais os gastos no exterior. Dados do Banco Central divulgados hoje mostram que no primeiro trimestre do ano os turistas desembolsaram fora do Brasil US$ 1,1 bilhão a mais do que os estrangeiros aqui dentro.
Essas despesas, nos primeiros três meses de 2015 eram maiores, somavam US$ 3,6 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, explicou que o dólar é o principal determinante para esse recuo. Na comparação entre fevereiro e março, no entanto, houve um aumento, com as despesas subindo de US$ 242 milhões para US$ 694 milhões, mas a elevação não foi atribuída ao recuo mais recente do dólar. O avanço segundo Maciel, está ligado à mudança de alíquotas para remessas ao exterior por prestação de serviços.
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