Os bancos centrais do mundo não conseguirão, sozinhos, impulsionar o crescimento global, afirmou, nesta quarta-feira, Glenn Stevens, presidente do Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês). Ele pediu que governos utilizem outras políticas para ajudar suas economias.
Apesar das críticas, o dirigente australiano não defendeu medidas mais radicais para impulsionar a economia, como o "helicóptero de dinheiro", afirmando que muitos governos ainda têm espaço para investimentos convencionais em infraestrutura. "Chegamos a um momento em que as políticas precisam ir além do que fazem os BCs", disse, acrescentando que "helicópteros de dinheiro não são necessários".
Os comentários de Stevens acontecem em meio a debate sobre quais outras medidas os bancos centrais em todo mundo podem fazer para estimular o crescimento. O chamado "helicóptero de dinheiro" evolve pagamentos diretos para indivíduos feitos pelo Banco Central. O termo foi cunhado pelo economista Milton Friedman.
O dirigente lembrou que medidas como relaxamento monetário (QE, na sigla em inglês) "sempre têm capacidade limitada para acelerar a economia", e que juros ultra baixos estavam prejudicando poupadores, uma tendência que pode ter repercussões para a indústria de pensões. "As promessas implícitas feitas sobre as aposentadorias estão ameaçadas", disse.