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Economia

- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 22:02

Setor de veículos projeta retomada no final do ano

 Luiz Moan está deixando a presidência da Anfavea após quatro anos

Luiz Moan está deixando a presidência da Anfavea após quatro anos


FREDY VIEIRA/JC
Guilherme Daroit
Mesmo com uma queda de 23,6% nas vendas no primeiro trimestre de 2016, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já prevê uma recuperação do setor ainda neste ano.
Mesmo com uma queda de 23,6% nas vendas no primeiro trimestre de 2016, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já prevê uma recuperação do setor ainda neste ano.
"Se fecharmos a situação política em maio, independentemente do resultado, voltaremos a ter previsibilidade e podemos começar a retomada no último trimestre do ano", defende o presidente da entidade, Luiz Moan. Com a possibilidade de planejamentos estáveis, Moan aposta que tanto as empresas voltarão a investir, quanto os consumidores voltarão a comprar.
Despedindo-se nesta semana do cargo que ocupou por quatro anos, Moan reafirmou a posição de neutralidade da entidade perante o processo de impeachment em andamento no Congresso. "Defendemos apenas que o processo se encerre o mais rápido possível, e que as entidades trabalhem de maneira puramente legalista, independentemente do resultado", garantiu.
Ao avaliar os resultados do primeiro trimestre do setor, o presidente ainda argumentou que a projeção inicial da entidade para 2016, que previa uma queda de 7,5% nas vendas, terá de ser revista. "Janeiro e fevereiro até ficaram dentro das nossas expectativas, mas março e abril, meses em que projetávamos um crescimento, não estão correspondendo", afirmou. A projeção, que deverá, portanto, ser revista para baixo, era de uma venda de 2,376 milhões de unidades no ano. A diminuição no primeiro trimestre, porém, sofre pela comparação pelo igual período do ano passado, quando as concessionárias ainda vendiam as últimas unidades com redução do IPI.
Apesar disso, Moan comemorou o nível de emprego no setor, por conta de medidas como o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). "Nossa produção voltou aos níveis de 2002, mas o nível de emprego é igual ao de 2010", afirmou o presidente. O setor tem hoje 130 mil empregados diretos, sendo 39 mil deles em sistema de layoff ou pelo PPE. Nos últimos 12 meses, 15 mil funcionários foram demitidos. O mandatário projeta que as empresas automobilísticas levarão sete ou oito anos para recuperar os padrões anteriores à crise, mas acredita que isso acontecerá de maneira mais persistente e sustentável do que a onda de consumo da última década.
O potencial do mercado brasileiro foi usado como justificativa para a manutenção dos investimentos das empresas no País. De 2012 a 2018, as montadoras gastarão R$ 88 bilhões nas plantas, valor que não foi reduzido "em nenhum centavo", segundo o presidente. "A crise vai passar, e quem não estiver com modelos modernos e níveis de segurança e eficiência adequados perderá mercado", contextualizou Moan. O presidente lembrou que, se apenas igualar a relação automóveis/habitantes da Argentina, hoje em torno de um veículo para cada três pessoas, 25 milhões de unidades teriam de chegar ao mercado. A média brasileira hoje é o dobro, de um veículo a cada seis habitantes.
Embora afirme que não esperava que a situação política complicasse o cenário, o presidente também lembrou que o setor é cíclico, com crises de mercado a cada sete anos, em média. "Já estávamos há quase 10 anos em crescimento, então já imaginava que teria uma gestão difícil", brinca Moan. Na semana que vem, a presidência da entidade passará para Antonio Megale, diretor de assuntos governamentais da Volkswagen e 1º vice-presidente da Anfavea.
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