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Economia

- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 00:01

Bndes deve deixar de sacar R$ 10 bilhões de fundos do FGTS

Só nos primeiros quatro meses de 2022, foram financiados 45,3 mil imóveis

Só nos primeiros quatro meses de 2022, foram financiados 45,3 mil imóveis


CLAITON DORNELLES/JC
Quase um ano após o conselho curador do FGTS ter autorizado a transferência de R$ 10 bilhões do fundo que aplica recursos do trabalhador em infraestrutura - e que acumula patrimônio bilionário -, o banco de fomento deve perder o direito de usar a verba. O Ministério do Trabalho e Previdência Social já avisou que, se o banco e o fundo não entrarem em acordo, o dinheiro deve ser realocado para financiar a casa própria.
Quase um ano após o conselho curador do FGTS ter autorizado a transferência de R$ 10 bilhões do fundo que aplica recursos do trabalhador em infraestrutura - e que acumula patrimônio bilionário -, o banco de fomento deve perder o direito de usar a verba. O Ministério do Trabalho e Previdência Social já avisou que, se o banco e o fundo não entrarem em acordo, o dinheiro deve ser realocado para financiar a casa própria.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) diz estar impedido de sacar os recursos porque responde a uma ação trabalhista movida pela associação dos servidores da instituição, que pede, entre outras coisas, a incorporação de cargos. Pelas regras do FI-FGTS, empresas sócias ou financiadas pelo fundo não podem responder a ações trabalhistas vinculadas ao trabalho escravo ou terceirização ilegal - não é o caso do processo contra o Bndes.
O banco informou que junto com a Caixa está trabalhando na estruturação da operação, "visando chegar ao formato mais adequado". Fontes a par das negociações para a transferência dos recursos disseram que a "desculpa da vez" do Bndes é "bem frágil" e os motivos para não ter sacado o dinheiro são outros. Antes da questão do processo trabalhista, o banco colocou outros entraves técnicos para não sacar os R$ 10 bi. O dinheiro continua no caixa do FGTS e é aplicado em títulos públicos.
No primeiro semestre de 2015, o banco pressionou o governo a fazer a transferência porque não tinha caixa suficiente para arcar com os desembolsos de financiamento que já tinham sido acertados com concessionárias de rodovias, portos, ferrovias, aeroportos e energia. O pagamento das pedaladas fiscais, porém, reforçou os cofres do banco na passagem de 2015 para 2016 em R$ 38 bilhões.
O comitê de investimento do FI-FGTS escolheu as obras que deveriam receber os financiamentos em julho de 2015. A aprovação do colegiado vale por nove meses, período que se encerrou no sábado. A operação será novamente discutida entre os membros do comitê - formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores - na reunião marcada para o fim deste mês.
Para injetar esses recursos no Bndes foi preciso que o conselho curador do FGTS abrisse uma brecha na regra que impede o fundo de ter mais de 20% de todo o capital desembolsado em um mesmo grupo ou instituição. O banco deve ao FI-FGTS R$ 4 bilhões dos R$ 7 bilhões dos títulos de dívida emitidos em 2008.Somado o que deve com o que pegaria, a exposição do FI-FGTS ao Bndes seria de quase 27% do capital comprometido.
Logo depois que a operação foi aprovada pelo conselho curador do FGTS, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) apresentou projeto para suspender a transferência. O argumento é que o regulamento do fundo veda o repasse de recursos a instituições financeiras e bancos de desenvolvimento. O deputado diz que a operação "tem o poder de erodir o resultado do FGTS" pelo baixo retorno estipulado - 7% ao ano mais TR (Taxa Referencial). Segundo ele, normas prudenciais importantes foram deixadas de lado, "de forma a viabilizar os anseios do governo federal, ainda que em detrimento do interesse dos trabalhadores, detentores do patrimônio do FGTS".
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