Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 14 de Abril de 2016 às 18:30

Situação econômica do Brasil preocupa o FMI

Há ventos muito, muito frios soprando no País, disse Lagarde, fazendo alusão ao clima e a projeção de queda de 3,8% do PIB

Há ventos muito, muito frios soprando no País, disse Lagarde, fazendo alusão ao clima e a projeção de queda de 3,8% do PIB


MANDEL NGAN/AFP/JC
Apesar da lendária reputação de lugar ensolarado e quente, ventos muito frios andam soprando no Brasil, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, ao falar da economia brasileira. "A situação da economia é muito preocupante, em termos de desemprego, inflação e claramente em termo de crescimento potencial."
Apesar da lendária reputação de lugar ensolarado e quente, ventos muito frios andam soprando no Brasil, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, ao falar da economia brasileira. "A situação da economia é muito preocupante, em termos de desemprego, inflação e claramente em termo de crescimento potencial."
"Esperamos que qualquer que seja o caminho, não entrando no debate interno sobre a situação política, a incerteza seja removida e a política macroeconômica brasileira seja estabelecida em terreno estável", disse Lagarde.
A dirigente do FMI disse esperar que, nesse terreno mais estável, não haja probabilidade de variações de objetivos fiscais e se crie um ambiente mais amigável aos negócios e que induza ao crescimento econômico.
Lagarde começou a entrevista à imprensa falando do clima ensolarado em Washington na manhã desta quinta-feira e fazendo uma alusão com a situação econômica do planeta. "Há alguns raios de sol na economia mundial, temos crescimento global e não estamos em crise, há sinais de a confiança estar melhorando, e um número de países está crescendo a taxas razoavelmente robustas", afirmou a diretora-gerente do FMI.
"Mas há alguns cantos do mundo que estão frios, em parte porque a recuperação permanece muito lenta e muito frágil", disse Lagarde. Ao falar do Brasil, ela voltou a fazer a alusão ao clima e destacou que a contração espera queda de 3,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2016. "Há ventos muito, muito frios soprando no País."
A recuperação da economia mundial permanece "muito lenta e muito frágil", e os países emergentes precisam ficar atentos ao aumento de riscos, incluindo a volatilidade nos fluxos internacionais de capital, afirmou Christine Lagarde. "Há muito o que se preocupar. Estamos alertas, não alarmados."
A possível saída do Reino Unido da União Europeia foi elevada pelo FMI como um "sério risco" para a economia mundial. "Minha expectativa pessoal é que este casamento não termine", disse ela. O FMI deve divulgar em maio um estudo sobre os impactos desta saída, que deve ter repercussões nas relações de comércio e de investimento.
A diretora defendeu a adoção pelos governos de políticas fiscais, monetárias e estruturais em conjunto para tentar estimular a economia. "A política monetária precisa continuar acomodatícia em alguns países", disse ela. Os juros negativos têm efeito líquido positivo, mas as políticas fiscais precisam ser mais usadas pelos governos. Além disso, a dirigente ressaltou que a cooperação internacional dos governos precisa ser mais forte.
Questionada sobre a estratégia de elevação dos juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Lagarde evitou fazer previsões e avaliou que é positivo que o BC continue sendo dependente dos dados para tomar as decisões, que tenha intenção de elevar os juros de forma gradual e esteja comunicando bem sua estratégia.
A dirigente divulgou sua agenda de políticas para a reunião de primavera do Fundo e do Banco Mundial, que acontece nesta semana, em Washington. Denominado "Medidas energéticas, crescimento duradouro", o documento aponta que, desde outubro, quando ocorreu a última reunião do Fundo, no Peru, a economia mundial, que "cresce de maneira moderada", viu suas perspectivas serem "pioradas" e os riscos aumentarem. Lagarde afirma que os países precisam agir de forma mais forte do que têm atuado até o momento.
O documento diz que o FMI quer oferecer a todos os países-membros um apoio "ágil, integrado e centrado", para ajudar todas as economias a "cumprir com o compromisso de reforçar e impulsionar o crescimento". Nesta linha, o Fundo se oferece para ajudar os países a identificar as reformas que podem ser feitas.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO