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Economia

- Publicada em 13 de Abril de 2016 às 19:29

Brasil deverá sofrer piora fiscal, afirma FMI

 Monitor Fiscal do FMI. Crédito Ryan Rayburn - IMF Photo

Monitor Fiscal do FMI. Crédito Ryan Rayburn - IMF Photo


RYAN RAYBUM/ IMF/DIVULGAÇÃO/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê a piora de indicadores fiscais do Brasil e só vê o País voltando a ter superávit primário em 2020. A informação consta no relatório Monitor Fiscal, divulgado ontem por economistas do FMI na reunião de primavera da instituição em Washington. O documento destaca que o impasse político pode complicar a implementação ou desencorajar medidas de melhora das contas públicas em 2016 em países como o Brasil, África do Sul e Venezuela.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê a piora de indicadores fiscais do Brasil e só vê o País voltando a ter superávit primário em 2020. A informação consta no relatório Monitor Fiscal, divulgado ontem por economistas do FMI na reunião de primavera da instituição em Washington. O documento destaca que o impasse político pode complicar a implementação ou desencorajar medidas de melhora das contas públicas em 2016 em países como o Brasil, África do Sul e Venezuela.
O FMI projeta déficit primário de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 1,4% em 2017. O País só deve voltar a ter superávit em 2020, com estimativa de alcançar 0,9% do PIB.
Comparado a outros exportadores de commodities, o Brasil registrou pior deterioração do déficit nominal, que saltou para 10,3% do PIB em 2015, destaca o FMI. A piora do déficit foi puxada por fraca arrecadação, por conta da recessão da economia e do aumento dos juros, tudo isso em um contexto de "profunda turbulência política e econômica", além dos pagamentos das pedaladas fiscais em dezembro.
O FMI projeta redução do déficit nominal brasileiro, mas o indicador vai seguir acima da média mundial. Em 2016, este índice deve ficar em 8,7% do PIB e no ano que vem em 8,5%. A média da América Latina é de déficit de 6,5% e 5,9% neste ano e no próximo. Na economia mundial, a média é de 3,6% e 3,1%; e na zona do euro, de 1,9% e 1,5%, respectivamente em 2016 e 2017.
Como reflexo da piora das contas públicas, a dívida bruta brasileira, um dos principais indicadores de solvência, saltou para 73,7% do PIB, ressalta o relatório. A projeção do FMI, que considera no cálculo os títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central (que não são considerados na contabilidade do governo brasileiro), é que o indicador suba para 76,3% em 2016 e 80,5% do PIB em 2017. Em 2021, a relação dívida/PIB vai superar os 90%, chegando a 91,7%. A média da economia mundial neste ano deve ser de 47,5%.
Para reverter a tendência de deterioração dos números, o FMI recomenda uma estratégia de consolidação fiscal que resolva questões estruturais, como a rigidez de gastos públicos. "Apesar de os esforços de consolidação fiscal gerarem ventos contrários no curto prazo, eles são necessários para estimular uma reviravolta na confiança e o retorno do País ao crescimento."
A piora de indicadores fiscais e a deterioração da economia foram fatores que ajudaram países como Brasil, África do Sul, Rússia e Arábia Saudita e terem os ratings soberanos recentemente rebaixados, ressalta o FMI.
Em outro relatório, sobre a Estabilidade Financeira Mundial, o FMI emite fortes alertas para a deterioração da situação global, com riscos financeiros subindo com a maior volatilidade internacional e com a queda de atividade na China. O documento aponta que, neste cenário, empresas brasileiras ficam mais expostas e isso pode começar a se refletir no sistema financeiro nacional, até então saudável.
O FMI lista como problemas para aumentar a exposição das empresas brasileiras a prolongada recessão doméstica, a queda dos preços dos produtos exportados, e a piora do mercado financeiro, que afetam a "saúde" das empresas nacionais, começando a respingar nos balanços dos bancos, considerados sólidos. O documento lembra que o Brasil vive uma forte desaceleração do crédito nos últimos anos, piorando o cenário.
Apesar disso, o estudo aponta que os bancos brasileiros estão bem provisionados para casos de aumento de calotes e que não há riscos de liquidez. O FMI recorda que as instituições financeiras brasileiras continuam a se basear fortemente em financiamento interno.
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