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Conjuntura

- Publicada em 12 de Abril de 2016 às 18:46

FMI prevê recessão de 3,8% no Brasil em 2016

 Economistas do FMI. Crédito Ryan Rayburn - IMF

Economistas do FMI. Crédito Ryan Rayburn - IMF


RYAN RAYBUM/ IMF/DIVULGAÇÃO/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rebaixar a previsão de desempenho econômico para o Brasil e alerta que as perspectivas para o País estão sujeitas a "grandes incertezas". A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encolher 3,8% em 2016, o pior desempenho entre as principais economias do mundo, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial divulgado ontem. Em janeiro, o fundo previa queda de 3,5% este ano para o Brasil. Desde 2012, o fundo vem rebaixando as previsões de PIB do Brasil a cada novo relatório divulgado, e o relatório de ontem fala em recuperação "muito gradual" para o País.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rebaixar a previsão de desempenho econômico para o Brasil e alerta que as perspectivas para o País estão sujeitas a "grandes incertezas". A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encolher 3,8% em 2016, o pior desempenho entre as principais economias do mundo, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial divulgado ontem. Em janeiro, o fundo previa queda de 3,5% este ano para o Brasil. Desde 2012, o fundo vem rebaixando as previsões de PIB do Brasil a cada novo relatório divulgado, e o relatório de ontem fala em recuperação "muito gradual" para o País.
Para 2017, o FMI manteve a projeção de crescimento zero, mas com possível viés de alta. "Ao longo do tempo, o Brasil voltará a um estado bem mais normal e o crescimento deve voltar a ficar positivo em algum momento de 2017", disse Oya Celasun, chefe da divisão de Estudos Mundiais do Fundo. Quando o ambiente político no Brasil voltar ao normal as autoridades "terão tempo e espaço" para implementar as políticas necessárias, afirmou a economista.
O fundo ressalta que caso a economia brasileira não se recupere como o previsto, o PIB fraco do País junto com o da Rússia, outro mercado em recessão, pode voltar a empurrar a expansão da economia mundial para baixo. Os dois países respondem por 6% do PIB do planeta e em janeiro, quando divulgou atualização das projeções, o FMI disse que um dos fatore que pesaram na redução da estimativa para o crescimento mundial foi a recessão no Brasil.
"A contração brasileira vem sendo maior que a esperada, enquanto outros países da América Latina permanecem em linha com o previsto", afirma o FMI. Para os economistas do fundo, a incerteza doméstica segue impedindo o governo de avançar com a reforma fiscal, ao mesmo tempo que a recessão afeta a renda e o emprego. "Com a expectativa de que muitos dos grandes choques de 2015 e 2016 se dissipem, e ajudado por uma moeda mais fraca, o crescimento no Brasil deve ficar positivo durante 2017, contudo, na média, o PIB deve ficar estável", afirma o FMI.
A recomendação do FMI é que o Brasil persista com os esforços de consolidação fiscal. A melhora das contas públicas pode estimular uma reviravolta nos níveis de confiança dos consumidores e investidores, atualmente em níveis historicamente baixos. Com a "severa limitação" no corte de despesas discricionárias, que são gastos públicos vinculados, o FMI fala que medidas envolvendo impostos são necessárias no curto prazo, sem especificar quais seriam estas medidas. "Mas o desafio fiscal mais importante é resolver a rigidez dos gastos e a insustentável obrigatoriedade das despesas", afirma o FMI.
Para a inflação, o FMI argumenta que a convergência dos índices de preços para a meta de 4,5% do Banco Central vai exigir uma "política monetária apertada". A projeção é que a inflação brasileira fique em 8,7% este ano e 6,1% em 2017, ambos em queda em relação a 2015, influenciada pela redução dos efeitos da depreciação do câmbio e do ajuste em preços administrados.
A taxa de desemprego deve terminar o ano em 9,2% e subir ainda mais em 2017, atingindo 10,2%. O déficit em conta-corrente deve ficar em 2% do PIB este ano e 1,5% em 2017. Reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade são essenciais para revigorar o crescimento potencial do Brasil, conclui o relatório.

Crescimento global foi rebaixado novamente pelo fundo

O FMI também rebaixou novamente as previsões para o crescimento da economia mundial, citando a piora do cenário para os emergentes e expansão abaixo do previsto nos países desenvolvidos. Em 2016, a expectativa é de avanço de 3,2%, ante 3,4% previstos em relatório divulgado em janeiro. Para 2017, o fundo estima alta de 3,5%, ligeiramente inferior ao estimado anteriormente, 3,6%.
A recuperação global continua, afirma o FMI no relatório Perspectiva Econômica Mundial, mas em um ritmo cada vez mais frágil. "Muito devagar por muito tempo" é o título do relatório divulgado nesta terça-feira pelo fundo, falando das perspectivas econômicas para 2016 e 2017. No documento de mais de 200 páginas, o FMI aponta que a redução do crescimento chinês causou a queda dos preços das commodities e isso afetou os investimentos, que, por sua vez, reduziram a velocidade do comércio global.
Eventos de origem não econômica, como o terrorismo, também ameaçam a atividade do planeta e sugerem a possibilidade de que resultados piores se materializem. "A incerteza aumentou e os riscos de um cenário mais fraco de crescimento estão se tornando mais tangíveis", afirma o documento. O FMI cita em diversos momentos a recessão do Brasil, mais profunda que o previsto, e da Rússia. Caso os dois países não se recuperem como o esperado em 2017, o PIB mundial pode ser novamente empurrado para baixo.
O FMI cita que uma série de fatores estão afetando a economia mundial, mas de forma diferente, dependendo do país. A queda dos preços do petróleo, a desaceleração do crescimento da China, a turbulência no mercado financeiro no começo do ano, redução dos fluxos internacionais de capital para emergentes e retração dos investimentos em diversos mercados.
O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, chamou a atenção para a lenta recuperação da economia mundial e disse que não há motivo para alarme, mas é preciso ficar alerta. "O crescimento global continua, mas em um ritmo crescentemente decepcionante que deixa a economia mundial mais exposta a riscos negativos", disse Obstfeld.