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Reconhecimento

- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 23:11

Governo faz homenagem a companhias centenárias

Clóvis Tramontina (com microfone) foi um dos agraciados na Fiergs

Clóvis Tramontina (com microfone) foi um dos agraciados na Fiergs


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Não é fácil para uma empresa chegar aos 100 anos. É o que prova o levantamento da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), que aponta apenas 39 companhias centenárias no Estado. Todas elas foram homenageadas ontem pelo governo estadual, em evento realizado na Fiergs. "Vocês, que já passaram por muitas situações, mostram aos outros empresários que é possível continuar", discursou o governador José Ivo Sartori, proponente da homenagem.
Não é fácil para uma empresa chegar aos 100 anos. É o que prova o levantamento da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), que aponta apenas 39 companhias centenárias no Estado. Todas elas foram homenageadas ontem pelo governo estadual, em evento realizado na Fiergs. "Vocês, que já passaram por muitas situações, mostram aos outros empresários que é possível continuar", discursou o governador José Ivo Sartori, proponente da homenagem.
Sartori também declarou que essas empresas são, também, exemplos para o próprio governo, pois sobreviveram com sucesso a várias crises. "Queremos oxigenar a economia, agilizando os processos de abertura de empresas, mas também valorizar quem já tem seu nome marcado na história", acrescentou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco. Embora, segundo o presidente da Jucergs, Paulo Kopschina, dois funcionários da Junta tenham se debruçado com afinco sobre os 24 milhões de documentos da entidade para elaborar a lista, não foi disponibilizada a data de fundação de cada uma delas.
Falando em nome das entidades empresariais, o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, exaltou a iniciativa privada. "Onde há empresa, há desenvolvimento. Empresas fortes trazem de volta os empregos e a renda, e estamos no tempo certo para decidir se queremos ser industrializados ou retroceder", ponderou. Müller classificou a soma das crises econômica e política como "a tempestade perfeita", criticando as quedas em indicadores como vendas, emprego e investimentos.
Presidente da Tramontina, fundada em 1911, Clóvis Tramontina relembrou que as empresas que já chegaram ao seu centenário passaram por diversas mudanças e baques, como duas guerras mundiais, o surgimento da televisão e diversas trocas de moeda. "Vamos passar por essa crise também", garante Tramontina. "Temos que nos preparar bem, porque o cenário logo melhora, e quem se preparar melhor larga na frente", projeta o empresário.
"O que faz a empresa chegar aqui é a inovação, não só em produtos, mas em novas maneiras de pensar, em conceitos e em processos", argumentou. "Optamos por investir sempre nas pessoas, em capacitá-las, que é o segredo mais importante dos nossos negócios", prosseguiu, ressaltando que todo o corpo diretivo da Tramontina é formado por funcionários de carreira do grupo. A empresa tem 7,5 mil empregados.

Companhias homenageadas

  • Amadeo Rossi S/A (São Leopoldo)
  • Arrozeira Brasileira Ltda (Porto Alegre)
  • Azevedo Bento S/A (Porto Alegre)
  • Banco do Brasil S/A (Porto Alegre)
  • Bar e Restaurante Gambrinus Ltda (Porto Alegre)
  • Biehl S/A Metalúrgica (São Leopoldo)
  • Carruagens Porto-Alegrenses/Carris (Porto Alegre)
  • Casa Augusto Ltda (Porto Alegre)
  • Casa Masson S/A Comércio e Indústria (Porto Alegre)
  • Chocolates Neugebauer Ltda (Porto Alegre)
  • Companhia de Seguros Previdência do Sul/Previsul (Porto Alegre)
  • Companhia Fiação e Tecidos Porto-Alegrense/Fiateci (Canoas)
  • Companhia Predial e Agrícola S/A (Porto Alegre)
  • Conservas Oderich S/A (São Sebastião do Caí)
  • Cooperativa Santa Clara Ltda (Carlos Barbosa)
  • Correio Riograndense (Caxias do Sul)
  • Eduardo Secco S/A Comercial e Indústria (Porto Alegre)
  • Endler Indústria de Carnes e Derivados Ltda (Sapucaia do Sul)
  • Excelsior Alimentos S/A (Santa Cruz do Sul)
  • Farina S/A Componentes Automotivos (Caxias do Sul)
  • Farmácia Van der Laan Ltda (Porto Alegre)
  • Ferramentas Gerais S/A (Porto Alegre)
  • Gerdau S/A (Porto Alegre)
  • Germani Alimentos Ltda (Santa Cruz do Sul)
  • Haenssgen S/A – Indústria e Comércio (Cruzeiro do Sul)
  • Indústria e Comércio Hadrich Ltda (Montenegro)
  • Jornal Diário Popular (Pelotas)
  • Jornal Gazeta de Alegrete (Alegrete)
  • Jornal O Correio do Povo (Porto Alegre)
  • Jornal O Progresso (Montenegro)
  • Jornal O Taquaryense (Taquari)
  • Laboratório Wesp Ltda/Olina (Porto Alegre)
  • Livonius Administração e Corretagem de Seguros Ltda. (Porto Alegre)
  • Óticas Foernges (Porto Alegre)
  • Rotermund S/A Indústria e Comércio (São Leopoldo)
  • Cooperativa de Crédito – Sicredi (Porto Alegre)
  • Tramontina Sul S/A (Carlos Barbosa)
  • Vinícola Armando Peterlongo S/A (Bento Gonçalves)
  • Vinícola Salton S/A (Bento Gonçalves)

Com 161 anos, Azevedo Bento aposta em expansão

Fundada em 9 de abril de 1855, em Porto Alegre, a empresa mais antiga do Estado é exemplo de que, para seguir em frente, às vezes é necessário investir. Trabalhando desde o início de sua história com a venda de sal para consumo humano, linha industrial e nutrição animal, a Azevedo Bento inaugurou, há dois meses, uma filial em Rio Grande. O objetivo é passar a receber por lá os navios que trazem o sal do Rio Grande do Norte para ser embalado no Rio Grande do Sul.
Embora já tenha uma filial em Paranaguá (PR), o movimento é interessante por ser uma resposta aos problemas do porto da Capital. "Além de outros problemas, aqui o calado só permite cargas de 10 mil toneladas, está saturado", critica o diretor comercial da empresa, Darcy Carvalho da Silveira.
Entre os principais produtos da empresa estão o sal grosso Pirata e o sal moído Salazir, com vendas principalmente nos estados da região Sul. "Para chegar em um estágio de 161 anos de vida, tem que conhecer muito o ramo onde a gente trabalha", comenta o diretor executivo da empresa, Luís Carlos Pertile, que afirma que, com a crise atual "o botão está virado para a sobrevivência, não em ganhar alguma coisa".