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Economia

- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 23:14

Modalidade de home office ganha projeção em empresas dos setores público e privado

Marina Schmidt
Tema ainda cercado de questionamentos, dúvidas e até preconceito, o teletrabalho (modalidade amplamente disseminada como home office) tem potencial para aumentar a produtividade nas empresas e reduzir custos, segundo consenso dos palestrantes do 10º Fórum de Relações Trabalhistas, promovido, nesta quinta-feira, em Porto Alegre, pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS).
Tema ainda cercado de questionamentos, dúvidas e até preconceito, o teletrabalho (modalidade amplamente disseminada como home office) tem potencial para aumentar a produtividade nas empresas e reduzir custos, segundo consenso dos palestrantes do 10º Fórum de Relações Trabalhistas, promovido, nesta quinta-feira, em Porto Alegre, pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS).
Embora ainda encontre resistência, o novo perfil das relações de trabalho, promovido pelo acesso a tecnologias que favorecem a realização de tarefas fora do ambiente corporativo, está em alta no mundo todo. Segundo previsões da empresa de tecnologia Citrix, até 2020, aproximadamente 90% das organizações devem oferecer aos empregados alguma modalidade de trabalho a distância.
Acompanhando essa tendência, muitas empresas têm consolidado suas próprias práticas. O processo não é simples, justamente porque envolve a adaptação dos dois lados, mas vale o sacrifício, defende Carlos Eduardo Cavequi, gerente de Recursos Humanos da Edenred, multinacional francesa detentora das marcas Ticket Serviços, Accentiv Mimetica e Repom.
No Brasil, a Ticket começou a se preparar para uma mudança na forma de trabalho a partir de 1999, focando exclusivamente nas tarefas da equipe comercial. Naquela época, a empresa identificou que os profissionais do ramo dedicavam 70% do tempo para atender a telefonemas e resolver problemas - somente 30% da jornada era utilizada para realizar funções inerentes ao setor, como promover o produto e estreitar e rentabilizar o relacionamento com o cliente.
Os 120 trabalhadores do departamento comercial estavam vinculados a cinco gerências regionais e 24 filiais do grupo pelo País, por isso o primeiro passo da empresa foi estabelecer uma definição clara das funções, padronizando e otimizando processos. Vencendo essa etapa, que durou cerca de três anos, a Ticket centralizou na matriz boa parte das atividades que eram realizadas nas filiais. Só em 2005, a empresa começou a investir em modernização com adoção de novas tecnologias, que pouco tempo depois iriam garantir a infraestrutura necessária para que a organização adotasse o modelo home office para todos os funcionários da área comercial.
Para subsidiar o trabalho fora do escritório, hoje a Ticket oferece aos funcionários um valor para aquisição de mesas e cadeiras ergonômicas, e fornece ainda computador, impressora e celular corporativo com internet 4G (a banda larga residencial também é paga pela empresa). "Temos a cultura de que o colaborador só está produzindo quando está diante dos nossos olhos. Isso não é verdade", sacramenta, apontando que, após a mudança, a empresa conseguiu reduzir R$ 3,5 milhões em estruturas, aumentar em 40% o número de novas vendas, elevando a produtividade dos empregados e a proximidade com o mercado.
No serviço público, que também começa a aderir ao teletrabalho, aumentar a produtividade é imprescindível. O juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de Estrela (RS), Clocemar Lemes Silva, detalhou, durante o evento, que, na jurisdição do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, mais de 21 servidores estão formalmente enquadrados na modalidade home office. Estes, ao migrarem para a plataforma (que depende de adequação da função e aprovação do gestor), se comprometem a elevar a produtividade em 15%, bancar os custos operacionais (como internet, luz e telefone, por exemplo) e a não receber horas extras. "É preciso ter um grau espartano de disciplina, senão o servidor perde em qualidade de vida", descreve.
Dois pilares sustentam o trabalho home office: o estabelecimento de metas claras e a adoção de métricas capazes de demonstrar o atingimento dos resultados, sejam eles qualitativos ou quantitativos, sintetiza o sócio advogado especializado em Direito Empresarial, Cesar Luiz Pasold Júnior. "As empresas querem fazer, mas não sabem como", diz. Ele reconhece que ainda há muitos detalhes relativos ao direito do trabalho que ficam sem resposta, por isso recomenda que as empresas documentem procedimentos e contratos detalhados para garantirem segurança jurídica.
 
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