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Conjuntura

- Publicada em 05 de Abril de 2016 às 19:48

Desaceleração do País supera o previsto, diz FMI

 International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde speaks during a press conference at IMF headquarters on November 30, 2015 in Washington, DC. The International Monetary Fund welcomed China's yuan into its elite reserve currency basket on November 30, recognizing the ascendance of the Asian power in the global economy. AFP PHOTO/MANDEL NGAN

International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde speaks during a press conference at IMF headquarters on November 30, 2015 in Washington, DC. The International Monetary Fund welcomed China's yuan into its elite reserve currency basket on November 30, recognizing the ascendance of the Asian power in the global economy. AFP PHOTO/MANDEL NGAN


MANDEL NGAN/AFP/JC
A desaceleração registrada pelo Brasil é maior que o esperado, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em um discurso na Alemanha ontem, no qual ressaltou que os riscos para a economia mundial aumentaram em meio à expansão de vulnerabilidades nos países emergentes.
A desaceleração registrada pelo Brasil é maior que o esperado, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em um discurso na Alemanha ontem, no qual ressaltou que os riscos para a economia mundial aumentaram em meio à expansão de vulnerabilidades nos países emergentes.
Lagarde ressaltou que os países emergentes formam um grupo muito diverso, mas, no geral, tem predominado a tendência de enfraquecimento da economia. A transição de modelo de crescimento da China é saudável e bem-vinda, mas o país terá que lidar com taxas menores de expansão.
Rússia e Brasil estão em recessão, e o petróleo barato tem afetado as perspectivas de vários países, incluindo o Oriente Médio e a África. A principal exceção nesse quadro continua sendo a Índia. A expansão no país segue "forte", e a renda também tem crescido.
Lagarde não falou de projeções de crescimento nesta terça-feira. Os números serão divulgados na próxima semana, dia 12, quando começa a reunião de Primavera do FMI em Washington. O Brasil pode ter as projeções rebaixadas mais uma vez, como vem acontecendo a cada novo relatório do FMI desde 2012. Na última atualização de estimativas do Fundo, divulgada em janeiro, a previsão era de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fosse encolher 3,5% neste ano e ficar estável em 2017.
Entre os riscos que têm contribuído para elevar a vulnerabilidade nos países emergentes, Lagarde citou o aumento do endividamento de empresas, volatilidade maior nos fluxos internacionais de capital e, em alguns mercados, os bancos mais cautelosos em liberar crédito. Muitos destes riscos podem provocar contágios de um país para outro, ressaltou a dirigente.
De acordo com Lagarde, o crescimento da economia mundial teve enfraquecimento adicional nos últimos meses, enquanto os riscos de piora da atividade aumentaram. "A economia global enfrenta um tempo de crescente risco e incerteza", afirmou.
No discurso na Alemanha, Lagarde cobra "ações decisivas" dos governos para restaurar a trajetória de crescimento das economias e pede maior cooperação internacional para combater não apenas a fraqueza econômica, mas também a corrupção e as mudanças climáticas. "Podemos fazer melhor, temos que fazer melhor, mas, para isso, as políticas precisam ir além", disse a dirigente. "Estamos em alerta, não alarmados."
A boa notícia, afirmou Lagarde, é que a recuperação da economia mundial continua. "Temos crescimento, não estamos em uma crise." A notícia nem tão boa, disse ela, é que essa recuperação permanece "muito fraca, muito frágil, e os riscos para sua durabilidade estão aumentando".
Nos mercados desenvolvidos, os EUA estão sendo afetados pela valorização do dólar, que prejudica as exportações do país e as empresas multinacionais. A zona do euro tem registrado baixo investimento e, no Japão, tanto a expansão do PIB como a inflação estão abaixo do esperado.

Nelson Barbosa tem discurso de responsabilidade fiscal desde que assumiu, afirma Canuto

O diretor executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Otaviano Canuto, afirmou ontem que não vê um afrouxamento do rigor fiscal por parte do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele ressaltou que o ministro, desde que assumiu o comando da equipe econômica, tem falado sobre a necessidade de responsabilidade fiscal.
"Nós estamos em uma situação muito extraordinária, em que a dinâmica política predomina sobre todo resto. Mesmo assim, a julgar pelo que Barbosa tem dito desde que assumiu, essa é a direção, de responsabilidade fiscal, de pedir, em troca de uma maior flexibilidade no curto prazo, programas de aprofundamento da arquitetura de responsabilidade fiscal no médio e longo prazo", comentou após participar de evento na Câmara Americana de Comércio. Canuto lembrou ainda a insistência de Barbosa na necessidade de se discutir uma reforma da Previdência.
Apesar de avaliar que a crise política tem afetado negativamente os investimentos do setor privado, o diretor executivo do FMI considera que o efeito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pode ser positivo no médio prazo. Canuto avaliou que é esperada uma maior concorrência no setor privado na disputa por licitações públicas após os efeitos da Lava Jato. "Isso é uma parcela grande do PIB brasileiro e vai haver mais concorrência como resultado direto do desmonte" dos cartéis, declarou.
O diretor do FMI considerou ainda que, como efeito da Lava Jato, o gasto público também tende a ser mais eficiente, em razão do "desaparecimento do pedágio que era cobrado como contrapartida do cartel".