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- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 23:41

Brasil do fim do século XX e início do XXI


DIVULGAÇÃO/JC
O quinto romance do escritor Fernando Molica, nascido no Rio de Janeiro em 1961, Uma selfie com Lenin (Record, 112 páginas), acima de tudo, faz uma narrativa que retrata o Brasil entre fins do século XX e início do XXI.
O quinto romance do escritor Fernando Molica, nascido no Rio de Janeiro em 1961, Uma selfie com Lenin (Record, 112 páginas), acima de tudo, faz uma narrativa que retrata o Brasil entre fins do século XX e início do XXI.
Molica é autor dos romances Notícias do Mirandão e Inventário de Julio Reis, publicados pela Record, do livro-reportagem O homem que morreu três vezes (Record) e da narrativa infantojuvenil O misterioso craque da Vila Belmira, editado pelo Rocco. Molica já teve dois de seus livros lançados na Alemanha e por duas vezes foi finalista do Prêmio Jabuti.
Em Uma selfie para Lenin, o leitor vai acompanhar a trajetória altamente conflitante de um jornalista que vê seus ideais de juventude serem corroídos pelo galopante avanço de uma estrutura política baseada na corrupção. Tema, aliás, de dura atualidade para nós brasileiros.
O protagonista conta, com humor e certa dose de melancolia, seus caminhos profissionais e os rumos tortuosos que acabou trilhando pela vida.
O romance está escrito em formato de longuíssima carta, redigida durante um voo internacional, na qual o protagonista tenta, ao menos, fazer um ambicioso balanço de sua vida. Correspondência íntima, próxima da confissão, a carta revela para o leitor as muitas contradições do personagem. O leitor vai pensar se o narrador está em busca de sentido ou se está relatando passos que planejou. Acerto de contas ou registro de viagem programada?
Entre as idas e vindas pessoais e profissionais do protagonista, o leitor vai apreciando retratos de nossa história recente, dessas últimas décadas, tão tumultuadas. As muitas transformações e contradições do mundo contemporâneo estão emboladas com os trajetos do personagem. A selfie, índice máximo do individualismo promovido pelas redes sociais, é aqui realizada pelo narrador desiludido, buscando registrar seu encontro com um monumento em homenagem a um dos símbolos da busca por uma sociedade mais igualitária, Lenin.Com olhar irônico, o autor da carta vai descrevendo o vertiginoso declínio de determinados ideários políticos e, ao mesmo tempo, fala da ausência de novas alternativas.
"Acordei com o dia claro, envolto em lençóis úmidos, manchados pelo sangue que saíra da minha perna. Doia um pouco. Levantei, catei as roupas no chão, joguei tudo no box e tive, enfim, coragem de me ver no espelho. Eu envelhecera, Eloisa." Este é um dos trechos do romance, uma amostra da narrativa forte e impactante, dessas que têm tudo a ver com os tempos velozes, estilhaçados e doidos que vivemos.

Lançamentos


DIVULGAÇÃO/JC
Eco em horizonte: forma, estrutura e processo em um ciclo de 7 composições (Editora Prismas, 102 páginas), de Fabrício Gambogi, compositor, violonista, arranjador e produtor musical, trata de estudos de mestrado em Composição Musical na Ufrgs, envolvendo combinações com oboé, clarinete, violino, viola, contrabaixo, piano, vibrafone e percussão. Apresentação de Celso Loureiro Chaves.
Tecnopuc: pessoas, criatividade e inovação (Edipucrs, 159 páginas), de Jorge Audy, pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do RS e da premiadíssima jornalista Patrícia Knebel, repórter e colunista do Jornal do Comércio. Ela também é fundadora da Estudio Editorial, produtora de conteúdo corporativo e projetos digitais. O volume trata da história, do presente e do futuro do Parque Científico e Tecnológico da Pucrs, de pessoas e cases de sucesso.
Dinho & suas finanças (FGV Editora, 110 páginas), de David F. Hastings, formado em administração de empresas pela Eaesp/FGV, conta como Dinho, no aniversário de 12 anos, ganhou R$ 500,00 do avô com a promessa de ganhar todo mês caso controlasse gastos de acordo com receitas, adotando postura de responsabilidade financeira.

Imagina os próximos 19 anos!

A consagrada revista Press Advertising, dirigida por Julio Ribeiro mais Nelci Guadagnin e editada por Eliziário Goulart Rocha, com sua edição 168, comemora, galhardamente, 19 anos de circulação ininterrupta. Há poucas décadas, revistas e jornais no RS muitas vezes não passavam da sétima edição. Nesse País, pouquíssimas empresas, de qualquer setor, completam 19 anos, principalmente no ramo das comunicações. E a Press, como todo mundo sabe, é voltada ao mercado de comunicação. E ainda dizem que não há heróis e fatos históricos no Brasil. Como disse o Julio, "não é pouca coisa". Não é mesmo. Se os primeiros 19 anos foram assim, dá para imaginar e prever como serão os próximos 19! Campai, longa vida para a Press, responsável por um dos prêmios mais importantes do jornalismo brasileiro.
O século XX foi marcado por muitas radicais mudanças e em velocidade nunca vista, como está no genial O choque do futuro, do norte-americano Alvin Toffler, lançado em 1972. A Press acompanhou-as, assistiu o boom dos periódicos populares, agora, testemunha seu declínio e observa a crise da maioria dos veículos impressos, notadamente os jornais diários.
O ingresso dos smartphones, dos tablets e de tantos outros instrumentos e plataformas de tecnologia eletrônica de comunicação, transformaram, para sempre, a relação das pessoas com a informação e o entretenimento. Julio Ribeiro, que é ativo presidente do Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, quer que a Press, com muita paixão, siga mudando e acompanhando a metamorfose ambulante, com suas pessoas, referências e certezas que, muitas vezes, duram tanto quanto uma cabeça de fósforo. Marshall Mcluhan, grande teórico das comunicações, o criador da expressão "aldeia global", disse, nos anos 1960, que no futuro cada homem seria seu próprio editor. O futuro já chegou faz tempo. Hoje, as pessoas são seus próprios editores, diretores, roteiristas, fotógrafos e o que for.
A qualidade dos entrevistados e dos entrevistadores da Press sempre colocou a Playboy como sua rival, mas a publicação do RS não precisou das lindinhas para encantar os leitores. Quem sabe a Press prestigia as gaúchas? Nossas modelos servem de façanha para toda a terra, quem não sabe? Agora, a Playboy também vai se focar mais ainda nas entrevistas. Pois é. Quem sabe, sabe.
Falando sério. Na edição comemorativa dos 19 anos da Press, grande reportagem de capa sobre jornalismo a serviço do proselitismo (propaganda enganosa, marketing-marqueteiros); entrevista arrasa-quarteirão com Augusto Nunes; texto sobre o livre-pensador Millôr Fernandes; longa e densa entrevista com Walter Lídio Nunes, Presidente da Celulose Riograndense; o adeus da RBS a Santa Catarina e perfil de Harry McCann, celebridade da propaganda que dava atenção total ao cliente. A partir dessa edição, como parte das comemorações do ano 20, as capas da Press serão criadas por agências de propaganda do Sul do Brasil, como forma de valorização do mercado em que a revista está inserida e a parceria que fez a Press a chegar, firme e forte, aos 19, no fim de sua adolescência. Agora, jovem adulta, só vai!

A propósito...

No momento, em que as crises política, ética e econômica no Brasil chegaram ao patamar que chegaram, o papel da imprensa foi, tem sido e será relevante, essencial. Nesta fase da História do Brasil, que vive os tempos de sua jovem democracia, com expressões, reivindicações e manifestações diversas, é preciso que sejam analisados e discutidos a própria imprensa, seus rumos e seus jornalistas, que estão no olho do furacão, junto conosco. É bom saber que a Press Advertising segue viva, cumprindo sua missão. Feliz 19 e feliz outros 19!