Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 04 de Abril de 2016 às 16:35

Um marido e suas duas mulheres

Uma versão de "gênero" diferente de "Dona Flor e seus dois maridos": o 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, capitaneado pela tabeliã Fernanda Leitão, registrou na semana passada o primeiro casamento poliafetivo entre um homem e duas mulheres.
Uma versão de "gênero" diferente de "Dona Flor e seus dois maridos": o 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, capitaneado pela tabeliã Fernanda Leitão, registrou na semana passada o primeiro casamento poliafetivo entre um homem e duas mulheres.
Apesar de que o ato tenha sido formalizado em 1 de abril, nada tem a ver com o dia da mentira, nem com o dia dos bobos. Foi real, mesmo! O marido e suas cônjuges são um servidor público (33), uma moça do lar (21) e uma estudante de técnica de enfermagem (também 21).
Eles posaram para fotos, não fizeram restrições a que seus nomes fossem divulgados e até informaram que "a união foi oficializada para facilitar o acesso aos direitos em comum, entre os quais o plano de saúde".
À coluna de Ancelmo Gois, em O Globo, o maridão chegou a afirmar que não quer ofender ninguém, "estando apenas exercendo um estilo e uma opção de vida".
Os três nubentes foram residir no bairro de Madureira, numa casa de sala, cozinha, banheiro e... um quarto. Dizem, por ali, que há nenhum tipo de ciúmes. Nem na hora 'h'...

Emoções

Uma mulher caminhava, sexta-feira passada, em frente à sede do jornal Diário do Grande ABC, em Santo André (SP), e ali parou para cumprimentar uma equipe da Polícia Federal que cumpria mandados da 27ª fase da Lava Jato. De repente, ela teve uma parada cardíaca. Os policiais a socorreram, com massagem cardíaca e respiração boca a boca. Após 40 segundos sem respirar, ela voltou a ter atividade cardíaca e foi levada a um hospital por uma ambulância. Recuperada, surpreendeu os médicos, explicando com o recitar de versos de Roberto e Erasmo Carlos: "Se chorei / Ou se sorri / O importante / É que emoções eu vivi".

Farpas depois dos elogios

Na semana passada, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence, chamou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de "golpista". Frases recolhidas de um baú, com menos de dois anos de existência, são reveladoras de que as relações do peemedebista com os petistas e com Dilma eram, à época, serenas e respeitosas durante a campanha eleitoral.
Em 10 de junho de 2014, Dilma elogiou Michel Temer por ter articulado o apoio do PMDB à sua candidatura à presidência. "O papel do Temer nesse processo foi inestimável. Ele articulou consensos em todas as circunstâncias. Eu acredito que ele sabe aproximar as pessoas, ele sabe unir e desarmar os espíritos."
Em 21 de junho também de 2014, outro afago. "Temer sempre me acompanhou, com solidariedade, força, carinho e lealdade", disse Dilma numa convenção do PT em Brasília.
Resposta de Temer em 21 de junho de 2014: "Todos falam que a nossa coligação dará um largo tempo de televisão à campanha, mas todo tempo será pouco para dizer tudo que a presidenta Dilma fez por esse País".
Fevereiro e março de 2016: bem, o leitor já sabe...

Decepção e corrupção

A Fortune, na segunda quinzena de março, escolheu o juiz Sérgio Moro como o atual 13º mais importante líder global. Agora, a grande revista dos Estados Unidos acaba de anunciar outro ranking. Nele há espaço para que a presidente Dilma Rousseff (PT) apareça na... liderança. É que o site da revista está convidando os leitores a participar de uma enquete que apontará "os líderes globais mais decepcionantes de 2015". A votação começou na quinta-feira passada.
A lista é composta, por enquanto, de 19 nomes. Até o momento, Dilma aparece em primeiro lugar, "pelos escândalos de corrupção no Brasil", suplantando Rick Snyder (governador de Michigan), Joseph Blatter e Michel Platini, notórios futebolistas.
Em sétimo, está o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn, que esteve no centro da fraude dos dados de emissões de poluentes nos EUA.
Para participar da enquete, acesse http://fortune.com/2016/03/30/rank-most-disappointing-leaders.

Volta do parlamentarismo?

As acirradas discussões sobre a crise política ganharão um novo elemento amanhã. É que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar se o parlamentarismo pode ser (re)instituído por emenda constitucional. O ministro Teori Zavascki é o quarto relator, sucessivamente.
O processo é um (mau) exemplo da demora da Justiça brasileira. A ação foi proposta em 1997, pelo então deputado Jacques Wagner (PT). O relator sorteado foi o gaúcho José Néri da Silveira, que logo negou a liminar e se aposentou cinco anos depois. Ao longo das duas últimas décadas, o caso chegou a ser pautado várias vezes, mas ficou por aí...

A morte da política

Sem saber que estava sendo gravado pela TV do STF, o ministro Luís Roberto Barroso soltou, em palestra para alunos da Fundação Lemann, entre outras, as seguintes frases: "Quando o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e... meu Deus do céu, essa é a nossa alternativa de poder! O problema da política, neste momento, é a falta de alternativa. A política morreu".
Mesmo chateado com o vazamento, Barroso ficou impressionado com a quantidade de mensagens enviadas para a Central do Cidadão, por cidadãos brasileiros especialmente jovens apoiando suas declarações sobre a "morte da política brasileira".

Vagareza forense

A bem informada "rádio-corredor" do Foro Central de Porto Alegre está divulgando pérolas de mais um processo candidato a campeão da vagareza. Trata-se de uma ação ajuizada em 28 de setembro de 2010, que aborda fatos ocorridos em 11 de março de 2008, em Porto Alegre, na sede do Ministério Público (MP-RS).
Ali, dedo em riste, um procurador de Justiça (agora já aposentado), expulsou de um dos elevadores uma faxineira que, a trabalho, se deslocava para um andar superior, usando o elevador social "privativo das autoridades", porque o congênere de serviço se encontrava pifado. As cenas foram gravadas pelo sistema de segurança.
A sentença proferida em 25 de agosto de 2014 pela juíza Cristina Luísa Marquesan da Silva reconheceu a "ação vexaminosa praticada na qualidade de representante do Parquet, portanto, em clara situação de superioridade hierárquica, dentro das instalações públicas da sede do Ministério Público". A indenização a ser paga pelo Estado do Rio Grande do Sul à serviçal foi fixada em R$ 10 mil.
Decorridos, desde o julgado, um ano e sete meses - já com apelação do Estado entranhada - os autos receberam eficientes bênçãos conjuntas da lesma e da tartaruga e, sem subir ao Tribunal de Justiça, seguem na 1ª Vara da Fazenda Pública. Estão placidamente enfiados em meio a uma pilha que displicentemente é chamada de "lote nº 187". (Proc. nº 11002546460).

Romance forense: Promotorite vexaminosa

 ChargeVital

ChargeVital


REPRODUÇÃO/JC
{'nm_midia_inter_thumb1':'http://jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2016/04/04/206x137/1_ev_0737-468757.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5702c93c5cab7', 'cd_midia':468760, 'ds_midia_link': 'http://jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2016/04/04/480x320/1_ev_0737-468757.jpg', 'ds_midia': ' ChargeVital  ', 'ds_midia_credi': 'REPRODUÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': ' ChargeVital  ', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '480', 'cd_midia_h': '319', 'align': 'Left'}
Em cidade de médio porte, os operadores jurídicos estão intrigados com o agir do único promotor de Justiça, ali. Ele dirige seu carro usando um capacete como se fosse piloto de Fórmula 1. Quando almoça ou janta em restaurantes, sempre determina que seus acompanhantes, antes, provem sua comida e bebida, com medo de ser envenenado. Entre outras situações que motivaram a instauração de uma sindicância, conta-se que, certa vez, ele fez um gesto de coração com as mãos para o corpo de jurados. Em outra, despiu as calças na cozinha do fórum, para que uma servidora consertasse a peça.
O douto promotor que ainda está em estágio probatório também responde disciplinarmente por outros dois fatos. Um: "conduta social incompatível com o cargo por atender a população através do portão gradeado da sede da promotoria". Outro: "apropriou-se de garrafas de refrigerantes que caíram de um caminhão que tombou na rodovia".
A sindicância também envolve aspectos técnicos. Um dos arrazoados deplora "o atraso e a morosidade em processos judiciais que lhe vão para parecer; a dificuldade em dar impulso aos procedimentos extrajudiciais; a inassiduidade em audiências; e a baixa qualidade das peças produzidas".
Na comarca, ele já foi apelidado de "Doutor Promotorite" expressão que Eliana Calmon, quando era ministra do STJ, costumava, tal qual a juizite, definir como "a afetação, o fruto da prepotência e a vaidade" de que são acometidos alguns juízes e membros do Ministério Público, no exercício de seu mister.