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Porto Alegre, quarta-feira, 09 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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M�SICA

Not�cia da edi��o impressa de 19/04/2016. Alterada em 18/04 �s 17h34min

Projeto sobre vida e obra do violonista Oct�vio Dutra � lan�ado nesta ter�a-feira

Caroline da Silva
"A memória musical de Octávio Dutra pós-1937 é um fascinante campo de estudos. Pensar em sua música sugere pesquisas, investigações bibliográficas e musicológicas." A afirmação da página 107 do livro de Márcio de Souza, no capítulo 16, sobre o legado do compositor, justifica a importância de sua obra, que merece - e obteve - desdobramentos. De 2009, o documentário Espia só, dirigido por Saturnino Rocha, tem como abertura uma definição de Arthur de Faria: "Octávio Dutra é da estirpe dos mestres. Figura mais central da música de Porto Alegre nos primeiros 30 anos do século XX".
A outra grande voz do filme é do violonista, pesquisador e professor Souza, que autografa hoje Espia só... A trajetória musical de Octávio Dutra (R$ 69,90, 117 págs.) e o songbook Espia só... As músicas de Octávio Dutra (R$ 49,90, 57 págs., com CD incluso) - ambas editadas pela Laser Press Comunicação (2016). A partir das 19h, na Sala de Ação Educativa do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75), o evento contará ainda com o crítico Juarez Fonseca e o músico e pesquisador Arthur de Faria em um bate-papo com o autor.
Aberto ao público, o lançamento no "mês do choro" tem o objetivo de integrar Espia só... à data de 23 de abril, em que se comemora o aniversário de Pixinguinha, instrumentista e compositor carioca que, admirado pelo trabalho de Dutra, pediu autorização para gravar algumas das canções do artista gaúcho.
As publicações fazem parte do projeto Descobrindo o acervo musical de Octávio Dutra, selecionado pelo programa Rumos do Itaú Cultural na edição 2013-2014, com a coordenação editorial de Omar de Barros Filho (Matico) e produção da Guarujá, sob a coordenação de Carlos Peralta - também responsável pelo documentário lançado anteriormente.
Segundo Souza, a importância da viabilização por este edital deu garantia de materialização do projeto e a sua publicidade: "Muitos projetos bacanas não saem do papel ou emperram no meio do caminho. A seriedade imposta pelo Rumos (que é um programa privado de fomento à cultura através de renúncia fiscal) e o nosso compromisso empenhado para cumprir todos os prazos, etapas e prestar contas do cronograma nos deixou com motivação e responsabilidade para executar um trabalho de alto nível". A proposta de lidar diretamente no acervo da família, para o desenvolvimento das obras, possibilitou gerenciar as etapas de restauração e reprodução digital.
Atualmente, conforme ainda relata o autor, pela iniciativa do produtor Peralta, o material do espólio encontra-se no Laboratório de Ciências Musicais da UFPel (onde Souza é docente), em processo final de restauro e digitalização. O acervo ainda não foi doado definitivamente a uma instituição para ser gerenciado como patrimônio, ter processos de curadoria, preservação, conservação e divulgação.
"O destino final ainda será estudado e avaliado, pois existem várias possibilidades, as quais dou preferência para que fique aqui no Sul. Queremos discutir essa questão, agora, com a finalização do projetoRumos. Iremos reunir diversos pesquisadores e interessados para essa avaliação, com vistas a tomar a melhor decisão para o acondicionamento, preservação e consulta ao acervo."
O pesquisador cursou Doutorado em História Cultural na Pucrs, estudando a trajetória do compositor: "A tese sustentou que Octávio Dutra foi um mediador fundamental da música urbana em seu tempo, utilizando-se de todas as ferramentas musicais e tecnológicas possíveis. Já o livro biográfico foi estruturado em diversas partes distintas e breves que procuraram mostrar a diversidade e o ecletismo artístico e profissional dele, bem como o âmbito pessoal e familiar".
Toda a investigação e produção de conhecimento sobre a vida e obra de Dutra contribuem para a compreensão da Capital daquele período. "Essa foi talvez uma das maiores constatações da pesquisa: desvendar uma Porto Alegre sonora ainda desconhecida. Entre os anos de 1900 e 1937, período em que ele atuou e compôs sua obra, muitas transformações ocorreram no espaço urbano. Uma boa parte dessa modernidade ficou registrada nas suas composições e nas peças de teatro de revista."
Souza cita alguns elementos: o bonde, os cassinos e cabarés, as praças, o comércio local (através do jingles), personagens populares e o momento político. "Era a percepção de um artista atento às mudanças de seu tempo. Isto sem considerar que também era um saudosista, pois conservou em seu repertório antigas modinhas, valsas e polcas que faziam sucesso nos saraus e serenatas de Porto Alegre do final do século XIX", destaca o professor.
Os títulos podem ser adquiridos durante o evento e nas livrarias Palavraria, Bamboletras, E o Vídeo Levou, Sapere Aude, Londres e Traça, em Porto Alegre, e na Cesma, de Santa Maria.
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Coment�rios
M�rcio de Souza 09/05/2018 11h43min
A t�tulo de registro, o violonista Nivaldo Jos� foi convidado especial e tocou no dia do lan�amento do livro e songbook na Santa Casa. O CD incluso neste trabalho da Guaruj� Produ��es trata-se de uma reedi��o do pr�prio Espia s�... de 2003, gravado por mim e Nivaldo com muitas participa��es especiais. A sele��o de trechos da minha entrevista para essa mat�ria, muito bem escrita, � uma sele��o feita pela jornalista, . nE o per�odo hist�rico abordado na entrevista era relativo ao tempo de O. Dutra
Lu�s S� 19/04/2018 11h13min
Curioso � que o autor do livro e da pesquisa n�o cita em nenhum momento a exist�ncia do CD ESPIA S� - AS M�SICAS DE OCT�VIO DUTRA, lan�ado em 2003, de autoria do pr�prio M�rcio de Souza e NIVALDO JOS� dentre outros m�sico que participaram.nGRAVE OMISS�O.