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Mobilidade

- Publicada em 17 de Abril de 2016 às 23:44

Ociosidade global chega a 35 milhões de carros

Estados Unidos venceram período crítico de 2008 e 2009 e atualmente trabalham com capacidade plena

Estados Unidos venceram período crítico de 2008 e 2009 e atualmente trabalham com capacidade plena


BILL PUGLIANO/AFP/JC
O mundo todo terá uma sobra de capacidade de produção de quase 35 milhões de automóveis este ano. As montadoras de todas as regiões estão preparadas para produzir 126 milhões de veículos, mas devem fabricar cerca de 91,5 milhões de unidades. As regiões mais problemáticas são o Leste europeu, onde as montadoras vão operar com 53% de ociosidade, e a América do Sul, com 51%, segundo estudo anual da PricewaterhouseCoopers (PwC).
O mundo todo terá uma sobra de capacidade de produção de quase 35 milhões de automóveis este ano. As montadoras de todas as regiões estão preparadas para produzir 126 milhões de veículos, mas devem fabricar cerca de 91,5 milhões de unidades. As regiões mais problemáticas são o Leste europeu, onde as montadoras vão operar com 53% de ociosidade, e a América do Sul, com 51%, segundo estudo anual da PricewaterhouseCoopers (PwC).
O Brasil, cujo parque industrial pode produzir cerca de 5,2 milhões de veículos em três turnos de trabalho, participa com 70% da produção na América do Sul. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta para o ano, uso de no máximo 48% desse potencial, o mais baixo em 13 anos. Significa que o País deverá contribuir com quase 3 milhões de veículos na conta da sobra global de capacidade.
Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, esse nível "é dramático para qualquer ramo de atuação" e, segundo ele, prejudica a sustentabilidade das empresas. O ponto de equilíbrio para uma operação rentável, de acordo com o executivo, é de 85% de uso de capacidade.
Em 2010, as montadoras do mundo todo operavam com 20% de ociosidade, percentual que só cresceu desde então, chegando a 26,5% no ano passado e com previsão de atingir 27,4% neste ano. A partir de 2017, a estimativa da PwC é de que a ociosidade comece a diminuir, até chegar aos 21,3% em 2022, quando a capacidade anual estará em cerca de 140,6 milhões de carros.
Na América do Sul, o uso do parque instalado despencou de 84,5% em 2010 para 47,5% no ano passado. Pelas projeções, chegará a 59,6% em seis anos, após recuperação lenta, porém constante. O Brasil também tende a reduzir sua ociosidade a partir de 2017, mas ainda assim a previsão é de que chegue em 2022 com 37% de subutilização das linhas de montagem.
"Nos últimos anos, o Brasil e os demais mercados emergentes foram a bola da vez no setor automotivo e receberam grandes investimentos", lembra o sócio da PwC no Brasil, Marcelo Cioffi. Nos últimos três anos, além da ampliação da capacidade de fábricas instaladas, novas marcas abriram unidades no País, entre elas, a alemã BMW e a chinesa Chery. Nas próximas semanas, a Jaguar Land Rover deve inaugurar sua planta no Rio de Janeiro.
O Brasil abriga atualmente 22 marcas de automóveis e caminhões que mantêm 32 fábricas. Até 2017, está prevista a chegada das chinesas JAC (na Bahia) e Foton (no Rio Grande do Sul). A Honda tem uma filial pronta em Itirapina (SP), que aguarda a recuperação do mercado para abrir as portas. "Quando os novos projetos foram definidos não se esperava queda tão relevante nas vendas no País", ressalta Cioffi.
Na opinião do presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina, Stefan Ketter, trabalhar com metade da capacidade instalada "é muito perigoso porque é difícil se sustentar" por muito tempo numa situação dessas. A fábrica do grupo em Betim (MG), a maior do mundo, com capacidade para 800 mil carros ao ano, opera com 40% de ociosidade. No ano passado, a FCA abriu uma unidade da Jeep em Goiana (PE) para 250 mil veículos, e hoje opera plenamente.
O alento para as montadoras brasileiras, na opinião de Cioffi, é o mercado externo, aproveitando a desvalorização do real, mas o ideal seria ir além da Argentina e do México, os principais clientes. "O desafio é ir para outros mercados, notadamente o norte-americano, mas a maioria dos modelos do Brasil são incompatíveis com aquele mercado, que demanda carros de maior porte."
Os Estados Unidos, após séria crise em 2008 e 2009, hoje operam a todo vapor. Na América do Norte, que inclui Canadá e México, as montadoras trabalham com apenas 9% de ociosidade, o que é um risco, avalia Cioffi. Na crise, pelo menos sete fábricas foram fechadas apenas em Michigan, onde está Detroit, conhecida como a cidade dos automóveis. Em compensação, o país ganhou produtividade.
Puxada pela China, hoje o maior mercado mundial de veículos, a Ásia usava 81% do seu parque industrial automotivo em 2010 e atualmente está em 68% em razão da desaceleração chinesa e do aumento da capacidade após a invasão de novas fabricantes. A China deve operar com 35% de ociosidade neste ano.
Na Rússia, líder do Leste europeu, o nível de produção é 47% inferior ao potencial. A Índia, outro emergente que atraiu investimentos nos anos recentes, tem 40% de ociosidade em suas montadoras. Já a União Europeia, região que também passou por sérias dificuldades financeiras, a capacidade das fábricas de automóveis subiu de 77% em 2010 para 84% atualmente.

NovaDutra pode exigir investimentos de R$ 3,4 bilhões, diz a ANTT

 ECO CHRYSLER, INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA ECO CHRYSLER, INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA    WARREN, MI - SEPTEMBER 25: CHRYSLER RAM 1500 TRUCKS COME OFF THE ASSEMBLY LINE AT THE WARREN TRUCK ASSEMBLY PLANT SEPTEMBER 25, 2014 IN WARREN, MICHIGAN. THE PLANT REDESIGNED ITS ASSEMBLY LINE, ALLOWING CHRYSLER TO BE ABLE TO PRODUCE MORE THAN 38,500 MORE RAM TRUCKS A YEAR.   BILL PUGLIANO/GETTY IMAGES/AFP

ECO CHRYSLER, INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA ECO CHRYSLER, INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA WARREN, MI - SEPTEMBER 25: CHRYSLER RAM 1500 TRUCKS COME OFF THE ASSEMBLY LINE AT THE WARREN TRUCK ASSEMBLY PLANT SEPTEMBER 25, 2014 IN WARREN, MICHIGAN. THE PLANT REDESIGNED ITS ASSEMBLY LINE, ALLOWING CHRYSLER TO BE ABLE TO PRODUCE MORE THAN 38,500 MORE RAM TRUCKS A YEAR. BILL PUGLIANO/GETTY IMAGES/AFP


BILL PUGLIANO/AFP/JC
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentou recentemente, em sessão pública, estudos que identificaram a necessidade de inclusão de novos investimentos no contrato de operação da Concessionária NovaDutra, controlada pela CCR. O valor estimado a partir dos estudos pode chegar a R$ 3,4 bilhões, de acordo com os cenários apresentados.
A concessionária é responsável pelo trecho de 402 quilômetros da BR-116, entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Os investimentos estão incluídos no Programa de Investimento em Logística 2015 (PIL 2). A CCR estima que o aditivo deva ficar entre os valores de R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões.
A obra de maior magnitude é a implantação de uma nova pista na Serra das Araras, no município de Piraí, com custo estimado em R$ 1,7 bilhão. Também estão na lista de intervenções o trevo de acesso à avenida Jacu-Pêssego e a implantação de uma via marginal entre os quilômetros 201,6 e 212, com previsão de investimentos de R$ 24,7 milhões e R$ 41,1 milhões, ambas em Guarulhos.
Em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, a proposta é de implantação de vias marginais em três trechos: entre os quilômetros 176 e 178,6; entre o 178,5 e 180,2; e entre o 177,9 e 180,2. O investimento está estimado em R$ 244 milhões.
A ANTT ainda informa que o contrato de concessão firmado com a NovaDutra estabelece que a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro poderá ser realizada via aumento da tarifa de pedágio, extensão de prazo ou pelo aporte de recursos.
As duas primeiras opções serão avaliadas com preferência, diz a ANTT. Esta foi a primeira de uma série de sessões públicas de discussão - a segunda ocorreu em 7 de abril, no Rio de Janeiro.