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JC Logística

- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 15:20

Driblando a crise econômica na cadeia de abastecimento

O ano de 2015 se tornará inesquecível para muita gente. Este também. Serão lembrados pelos efeitos econômicos devastadores causados pela má gestão do poder público. As áreas de logística, S&OP, PPCP e de compras foram atingidas diretamente pela incompetência e pela corrupção de nossos governantes. Em 2015, com base em nosso cadastro de profissionais, que conta com mais de 10.000 executivos de Supply Chain, cerca de 8% dos diretores e gerentes foram demitidos em função dos desdobramentos da atual crise política e econômica.
O ano de 2015 se tornará inesquecível para muita gente. Este também. Serão lembrados pelos efeitos econômicos devastadores causados pela má gestão do poder público. As áreas de logística, S&OP, PPCP e de compras foram atingidas diretamente pela incompetência e pela corrupção de nossos governantes. Em 2015, com base em nosso cadastro de profissionais, que conta com mais de 10.000 executivos de Supply Chain, cerca de 8% dos diretores e gerentes foram demitidos em função dos desdobramentos da atual crise política e econômica.
Para se ter uma ideia do desastre causado, o normal é esse número oscilar entre 1,0% e 1,5% ao ano. Posições de coordenadores, supervisores, encarregados, líderes e analistas também foram fortemente atingidas, e chegaram a registrar a demissão de dezenas de milhares de profissionais. Quando tratamos da equipe operacional, identificamos cifras ainda mais assustadoras.
Olhando adiante, o cenário é altamente preocupante. Parece que ainda não chegamos ao fundo do poço. Entidades diversas estimam nova queda no PIB em 2016, superior à verificada em 2015, e nível de desemprego recorde.
Este mês de abril será decisivo para uma série de desdobramentos futuros. Daqui a alguns dias será votado o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e nesse caso, parece não haver melhor ou pior caminho a ser seguido. Creio estarmos em uma via sem saída.
Se ela ficar, não terá apoio suficiente para dar encaminhamento às mudanças necessárias. Até o momento, Dilma e sua equipe demonstraram claramente que não sabem o que deve ser feito; ao contrário, nem mesmo entre os membros de seu partido parece existir algum tipo de consenso.
Se sair, a pergunta que todos fazemos é: será que seu substituto reunirá condições para recolocar o Brasil no eixo? Será que o PT entregará facilmente o comando do País ao novo presidente, ou teremos que enfrentar distúrbios diversos decorrentes de greves, paralisação de vias públicas, invasão de propriedades etc.? Só Deus sabe!
Alguns ainda acreditam que ela vai renunciar, gerando a convocação de novas eleições em 90 dias. Acham, que dessa forma, o PT terá tempo de se reconstruir para concorrer a novas eleições em 2018. E como oposição, transferirão a responsabilidade pelos problemas ao novo governo. Tentarão contar com a memória ruim dos eleitores para retornar ao poder.
Mas, voltemos à nossa realidade. O que fazer em nosso restrito campo de atuação, na condução do dia a dia? A questão dos custos é fundamental. Alguns profissionais têm sido pressionados há muitos anos, muito antes do estouro dessa crise; outros apenas evidenciaram essa pressão recentemente. Diante da necessidade urgente de reduzir custos, presenciamos diversas empresas pressionarem seus fornecedores de produtos e serviços. Outras ainda preferem transferir o problema para seus clientes. Em meio a essa interminável tempestade, posturas unilaterais, muitas vezes "terroristas", têm dominado a relação entre empresas e seus clientes e fornecedores.
As empresas argumentam que não há tempo para decisões mais sofisticadas, de cunho colaborativo, ou baseadas em medidas que surtam efeitos a médio ou longo prazo. Precisam de resultados imediatos. Ou seja, quem tem o poder determina: ou você acata, ou você está fora.
Isso é totalmente compreensível, mas é importante termos muito cuidado nesse momento. Decisões intempestivas poderão gerar problemas ainda maiores. Poderão culminar em paradas de linhas produtivas ou maior número de setups, aumento dos estoques de segurança, custos com stock outs, maiores gastos com fretes em função de não conformidades diversas (avarias, furtos, extravios, reentregas etc.), pedidos incompletos e atraso nas entregas. Resumindo, o barato pode sair muito mais caro.
Portanto, diante da pressão, adote uma postura diferenciada. Primeiro, faça a lição de casa junto aos demais departamentos da sua empresa, integrando vendas, marketing, manufatura, financeiro, logística, PPCP e compras. Paralelamente, atue externamente e convoque seus fornecedores e clientes para um debate conjunto. Faça um brainstorming. Seja transparente. Traga dados para a discussão e trabalhe com números realistas; se preciso, desenvolva cenários. Veja como cada um pode contribuir e o que pode ser feito em conjunto. Colaboração pode ser a solução.
Com um trabalho feito a quatro, seis ou oito mãos você poderá reduzir estoques de insumos produtivos e produtos acabados, racionalizar lead-times de atendimento e de produção, melhorar a acurácia da previsão de vendas, minimizar problemas com avarias em produtos, otimizar a capacidade dos veículos, ampliar a produtividade da mão de obra na separação de pedidos, obter menores tempos mortos dos veículos nas coletas e entregas etc.
Persiga o ganha-ganha, e não o ganha-perde, pois tudo poderá se transformar em um danoso perde-perde. Atue de forma consistente, evitando assim um sério risco de engrossar a estatística de desemprego. Não decida sozinho. Pondere com seus pares e parceiros. E aja rápido, se possível em colaboração na cadeia de abastecimento.
Boa sorte. Bom trabalho!
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
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