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Crise política

- Publicada em 23 de Março de 2016 às 23:11

Planilha da Odebrecht tem doações para 286 políticos

Planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa do então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, listam possíveis repasses a pelo menos e 286 políticos de 24 partidos. É a maior maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. Ecumênica, a lista aumentou a tensão ao tragar governistas e oposicionistas muitos deles integrantes da tropa de choque do impeachment para o centro da Lava Jato. Não é possível, contudo, dizer a que se referem os valores, nem se foram efetivamente repassados. Pode ser doação legal, caixa-2 ou propina.
Planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa do então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, listam possíveis repasses a pelo menos e 286 políticos de 24 partidos. É a maior maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. Ecumênica, a lista aumentou a tensão ao tragar governistas e oposicionistas muitos deles integrantes da tropa de choque do impeachment para o centro da Lava Jato. Não é possível, contudo, dizer a que se referem os valores, nem se foram efetivamente repassados. Pode ser doação legal, caixa-2 ou propina.
A lista da Odebrecht reúne ministros, caciques da oposição, governadores, senadores, deputados e prefeitos de capitais e vereadores. Destes, oito são integrantes da comissão que analisa o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Muitos dos supostos beneficiários ganharam apelidos ao lado de valores. O chefe de gabinete de Dilma, Jaques Wagner (PT), é chamado de "passivo" ao lado de uma anotação de R$ 3 milhões que seria relativa à campanha de 2010. Naquele ano, ele concorria à reeleição no governo baiano. Expoente da oposição, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) é mencionado em planilha de pagamentos da eleição de 2010. Ele aparece como beneficiário de um repasse de R$ 120 mil. O senador José Serra (PSDB-SP) também aparece.
A Odebrecht também projetou pagamentos para grupos de "parceiros históricos" relação que inclui o ex-presidente José Sarney, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Romero Jucá, todos do PMDB.
Adversário do Planalto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é chamado de "caranguejo" ao lado de anotação que indica o pagamento de "500", sem maior especificação. Da oposição, são listados, entre outros, Paulinho da Força (SD), os tucanos Jutahy Magalhães e Paulo Abi-Ackel, Mendonça Filho e Rodrigo Maia, ambos do DEM, e o peemedebista gaúcho Osmar Terra. Outros dois são governistas: Paulo Teixeira (PT-SP), um dos deputados mais próximos de Lula, e Paulo Magalhães (PSD-BA).
Renan, Cunha e Aécio são investigados ou já foram citados por delatores da Lava Jato como supostos beneficiários de propina na Petrobras da qual a Odebrecht é a maior pagadora.

Sérgio Moro põe documentos da construtora sob sigilo

Moro fala em 'prematura conclusão' quanto a pagamentos

Moro fala em 'prematura conclusão' quanto a pagamentos


EVARISTO SA/AFP/JC
O juiz federal Sérgio Moro decretou, na quarta-feira, sigilo sobre a "superplanilha" da Odebrecht que cita dezenas de políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira. O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre "eventual remessa" da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A planilha foi apreendida em fevereiro na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
O documento aponta uma longa sucessão de transferências para deputados, senadores, prefeitos, governadores e agremiações políticas.
Inicialmente, a Acarajé estava sob sigilo. Depois que a operação foi deflagrada, em fevereiro, o magistrado afastou o sigilo dos autos, como tem feito desde o início da Lava Jato.
Na quarta-feira, ao constatar que a lista contém "registros de pagamentos a agentes políticos", Moro restabeleceu o sigilo nos autos. "Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o juiz.
"De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do Ministério Público Federal para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Triunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado."