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Crise política

- Publicada em 22 de Março de 2016 às 18:17

Teori decide que caso de Lula voltará ao STF

 Former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva applauds after he swore as chief of staff, in Brasilia on March 17, 2016. Rousseff appointed Lula da Silva as her chief of staff hoping that his political prowess can save her administration. The president is battling an impeachment attempt, a deep recession, and the fallout of an explosive corruption scandal at state oil giant Petrobras. AFP PHOTO/EVARISTO SA

Former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva applauds after he swore as chief of staff, in Brasilia on March 17, 2016. Rousseff appointed Lula da Silva as her chief of staff hoping that his political prowess can save her administration. The president is battling an impeachment attempt, a deep recession, and the fallout of an explosive corruption scandal at state oil giant Petrobras. AFP PHOTO/EVARISTO SA


EVARISTO SA/AFP/JC
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou, na noite de ontem, que o juiz federal Sérgio Moro envie toda investigação envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato para a Suprema Corte.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou, na noite de ontem, que o juiz federal Sérgio Moro envie toda investigação envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato para a Suprema Corte.
Teori também colocou em sigilo as gravações interceptadas pela Lava Jato envolvendo o petista, que atingiram a presidente Dilma Rousseff (PT).
O ministro do STF acolheu uma reclamação feita pela Advocacia-Geral da União (AGU) que questionou a decisão de Moro, apontando que o magistrado usurpou competência do Supremo ao divulgar gravações envolvendo pessoas com foro privilegiado, como Dilma.
Segundo Teori, Moro deveria enviar todo o material para o STF decidir de quem é a competência para conduzir as investigações sobre Lula, uma vez que ela alcançou pessoas com foro privilegiado.
Na prática, o ministro do STF inviabiliza parte da decisão do colega Gilmar Mendes, que havia mantido na sexta-feira as ações contra Lula na Justiça do Paraná.
Em manifestações ao STF, a presidente Dilma afirmou que o juiz Sergio Moro colocou em risco a soberania nacional ao divulgar seu diálogo com o ex-presidente Lula.
A gravação entre Dilma e Lula foi interceptada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, com autorização de Moro. Lula estava grampeado. A interceptação do diálogo, no qual Dilma diz que está mandando o termo de posse para o petista, ocorreu mesmo após Moro ter mandado parar o grampo.
O texto, assinado pela AGU, questionou ao STF a divulgação do diálogo e pede para o tribunal anular a decisão que deu publicidade. "Assim, tomar a decisão de divulgar o conteúdo de conversas envolvendo a presidente da República coloca em risco a soberania nacional, em ofensa ao Estado democrático republicano. A interceptação é medida extrema que ofende direitos e garantias constitucionais, como a privacidade. Assim, ofende gravemente a ordem jurídico-constitucional divulgar o que não tem a ver com a interceptação ou a investigação", diz a ação.
Ontem pela manhã, antes da decisão de Teori, a ministra do Supremo Rosa Weber havia negado o pedido da defesa de Lula e juristas ligados ao PT para anular a decisão de Gilmar Mendes. Rosa argumentou que o entendimento do STF é que não cabe habeas corpus tipo da ação utilizada pelos advogados para questionar decisão monocrática de ministro do Supremo. A ministra afirmou que não fez juízo de mérito.
O plenário do STF só volta a se reunir no dia 30. Enquanto isso, ainda não há decisão sobre a posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil.

Governo entrará com ação contra interferência de Moro

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo (PT), entrará com ação por interferência do juiz federal Sérgio Moro na competência do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso das gravações e divulgação de conversas da presidente Dilma Rousseff (PT). Cardozo listou esta entre uma série de medidas que o governo irá tomar no STF em defesa de Dilma e para tentar reverter a suspensão da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ministro da Casa Civil decidida pelo ministro do STF Gilmar Mendes na sexta-feira passada.
Durante o encontro de Dilma com juristas no Palácio do Planalto ontem, Cardozo fez uma defesa do mandato de Dilma e disse que a bandeira do governo será a defesa da Constituição.
Com relação a Dilma, o governo pede que o Supremo interprete o que são as prerrogativas da presidente da República, já que, no entendimento do governo, a interceptação e divulgação de conversas de Dilma violou os direitos presidenciais. Na mesma linha, a Advocacia-Geral da União (AGU) fará uma reclamação ao relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, alegando que o juiz da 13ª Vara Federal, Sérgio Moro, usurpou a competência do Supremo com relação às conversas de Dilma. "Entendemos isso, porque sempre que você tem uma situação de interceptações telefônicas onde existem pessoas com foro privilegiado sendo interceptadas, a nosso ver, se o magistrado se depara com isso, ele tem que imediatamente, sob sigilo, encaminhar à apreciação do Supremo Tribunal Federal esta matéria. Ele não pode juntá-las no inquérito policial, muito menos dar publicidade a elas, até para que sejam investigadas pelo foro competente, se é que é caso de investigação", alegou Cardozo, após cerimônia com juristas no Palácio do Planalto.