Coxinhaço reúne apoiadores de Dilma Rousseff e de Lula no Parque da Redenção

Milhares de gaúchos atenderam ontem ao chamado do ex-presidente presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um ato programado para coincidir com uma série de protestos pró-impeachment, realizados em 23 capitais do País, os manifestantes que se reuniram no parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, também deram amostras de apoio incondicional à presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com o organizadores, cerca de 10 mil pessoas compareceram ao evento. Mais contida, a Brigada Militar estimou em 5 mil o número de participantes.

Desde o início da tarde, centenas de pessoas aguardavam na fila pelas coxinhas de galinha que eram assadas por sindicalistas em seis churrasqueiras improvisadas em frente ao Monumento ao Expedicionários. Promovido pela Frente Brasil Popular, o "coxinhaço" da Capital gaúcha foi um dos poucos movimentos em defesa do governo petista, em uma data marcada por atos de oposição à presidência da República. Isso ocorre porque atos nacionais de defesa ao mandato de Dilma foram agendados para a próxima sexta-feira.

Às 14h, no caminhão de som instalado na rua José Bonifácio, representantes de movimentos sociais e sindicais, como Cpers, MST, CUT-RS e CTB-RS, começaram a entoar palavras de ordem. "Mexeu com Lula, mexeu comigo" e "Não vai ter golpe, vai ter luta" provocavam as reações mais efusivas no público, que agitava bandeiras e faixas de apoio ao ex-presidente Lula. Quinze ônibus lotados de integrantes da Via Campesina desembarcaram no local por volta das 15h e inflaram o manifesto.

A defesa de Dilma esteve estampada em dizeres de camisetas e cartazes. Na comparação com outros atos semelhantes em Porto Alegre, a presença massiva de bandeiras do Partido dos Trabalhadores chamou a atenção. "O PT acordou", constatavam alguns manifestantes.

Outro destaque foi o apoio de parlamentares, ministros e ex-governadores. Figuras carimbadas do PT gaúcho subiram ao palanque e acenderam os militantes. Foi o caso dos deputados Federais Pepe Vargas e Maria do Rosário, dos ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra e do atual ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto. "Essa é a verdadeira defesa da democracia, da legalidade e de um mandato popular. A presidente Dilma foi eleita pelo povo, e não há juridicamente nada que justifique essa campanha ilegal de ódio, que busca derrotar a vontade do voto", declarou Rossetto.

Com o microfone em punho, o ex-governador Olívio Dutra foi um dos mais aplaudidos. Engajado no apoio "à democracia e às urnas que elegeram a presidente Dilma com mais de 54 milhões de votos", o petista convidou o público a fazer uma reflexão. "É hora de refletirmos sobre o que podemos fazer melhor e sobre o que erramos. O discurso contra a corrupção não é da direita. Não aceitamos que quem quer que seja se aproprie de um centavo do dinheiro público", afirmou. O ex-governador também expôs a necessidade de mudanças estruturais e fez um balanço da administração petista.