Líderes da oposição na Câmara dos Deputados anunciaram ontem que opositores no Senado também obstruirão as votações a partir desta semana, até que a comissão especial do impeachment seja instalada na Câmara. Deputados opositores também fecharam questão e vão defender que a comissão especial só seja instalada após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar os embargos declaratórios protocolados pela Câmara, questionando os ritos do processo.
"O que a sociedade brasileira espera do Congresso é a instalação da comissão processante do impeachment, e o Senado, em solidariedade a esse sentimento nacional e a nossa atitude na Câmara, vai fazer um trabalho na mesma direção", afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy. A ideia da oposição é paralisar todas as votações, até mesmo a de projetos de autoria ou defendidos por parlamentares opositores.
Imbassahy disse que, apesar de querer que o impeachment seja julgado o mais rápido possível, a oposição esperará o julgamento dos embargos declaratórios pelo Supremo. Os líderes opositores apostam que o STF aceitará os embargos e mudará de posição, permitindo que a comissão especial seja instalada por meio de voto secreto e que sejam aceitam chapas avulsas. Caso isso aconteça, eles defenderão que sejam mantidos os mesmos integrantes da comissão eleita em dezembro.
Para tentar acelerar o julgamentos dos embargos, líderes da oposição vão ao STF nesta semana. O líder do PPS, Rubens Bueno, ficará responsável por fazer a interlocução entre o STF e os parlamentares da oposição.
A oposição também anunciou que só protocolará o aditamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) após a delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) ser homologada pela Justiça.
A espera foi solicitada pelos juristas que elaboraram o requerimento inicial e que farão o aditamento: Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Segundo os líderes, há uma expectativa de que a delação do petista seja fechada ainda nesta semana.